Uma das grandes dificuldades da produção de hortaliças em sistemas orgânicos é a obtenção de substratos para a produção de mudas. Além de ser certificado como orgânico, é necessário que o substrato seja eficiente na produção de diversas espécies e que seja de custo reduzido e de fácil obtenção. Para atender à demanda da Fazendinha, foi desenvolvido um substrato constituído pela mistura de húmus de minhoca, fino de carvão vegetal e torta-de-mamona. Essa formulação tem se mostrado promissora para a produção tanto de hortaliças folhosas quanto de hortaliças de fruto, constituindo-se em uma alternativa adequada e de custo reduzido na composição de substratos para mudas orgânicas.

O húmus é obtido a partir da vermicompostagem do esterco bovino proveniente do rebanho leiteiro da própria Fazendinha. Depois de estabilizado, o húmus é peneirado e solarizado para inativação de ervas e eventuais patógenos, e, em seguida, recebe um percentual de fino de carvão vegetal, um resíduo de carvoaria que melhora a aeração do substrato, sendo proveniente do processamento de madeira de reflorestamento, e de torta-de-mamona, produto facilmente encontrado no mercado de insumos agropecuários, rico em macroelementos essenciais, particularmente o nitrogênio. 

A proporção dos ingredientes segue as seguintes medidas: 84-85% de húmus de minhoca, obtido da vermicompostagem do esterco de curral, 15% de fino de carvão e 1-2% de torta-de-manona. Essa formulação tem se mostrado promissora tanto para produção de hortaliças folhosas quanto para hortaliças de fruto, constituindo-se em uma alternativa adequada e de custo reduzido na composição de substratos para mudas orgânicas.

 

Outras tecnologias:

Produção de mudas de hortaliças Produção de mudas de hortaliças

O sucesso do cultivo de hortaliças depende, em grande parte, da qualidade da muda utilizada, que deve apresentar padrão uniforme e vigor, sendo isenta de quaisquer doenças e pragas. Na Fazendinha, são produzidas anualmente cerca de 150 mil mudas de hortaliças, a paritr do uso de tecnologias adaptadas à realidade da agricultura orgânica. A estufa utilizada é de um modelo simples e eficiente, desenvolvido de forma a atender agricultores familiares. O substrato foi desenvolvido na própria Fazendinha, a partir da mistura de materiais facilmente obtidos na propriedade ou no mercado. Leia mais.

Café arborizado Café arborizado

O cafeeiro pode ser cultivado em sistemas agroflorestais com níveis de sombreamento variando de 20% a 40%. Dentre os benefícios provenientes da associação do cafeeiro com árvores, destacam-se o aumento da longevidade da cultura e a melhoria das condições de solo, com o aumento do teor de matéria orgânica, da ciclagem de nutrientes e da infiltração de água e a redução da compactação do solo e da erosão. Ocorre também a melhoria das condições climáticas, bem como a diminuição da demanda nutricional, permitindo colheitas em solos de fertilidade mais baixa. Sistemas diversificados são mais protegidos contra pragas, doenças, ventos e geadas. Outras vantagens do cultivo arborizado são a redução da necessidade de capinas e o amadurecimento mais lento do fruto, resultando na produção de grãos maiores e mais uniformes, o que muitas vezes caracteriza produtos de melhor qualidade e valor de mercado. Espécies arbóreas que têm apresentado sucesso na arborização do café são a Erytrina spp e a Gliricidia sepium. Leia mais.

Minhocultura ou vermicompostagem Minhocultura ou vermicompostagem

A minhocultura ou vermicompostagem é o processo de reciclagem de resíduos orgânicos por meio da criação de minhocas, sendo uma importante alternativa para resolver os problemas dos dejetos orgânicos. O húmus de minhoca é um excelente fertilizante e pode ser utilizado como matéria-prima para a obtenção de substratos. Esta é uma linha de pesquisa estudada na Fazendinha Agroecológica, resultando no desenvolvimento de diversas técnicas e estruturas para o sucesso da criação das minhocas, como cercados de alvenaria ou bambu e manilhas de poço. Leia mais

Sistemas agroflorestais Sistemas agroflorestais

Sistemas agroflorestais - ou SAFs - são modelos de produção que associam árvores com culturas agrícolas e, às vezes, também com animais, de maneira simultânea ou sequencial. Na Fazendinha, alguns modelos têm sido testados, desde os mais simples, como o cultivo em aleias, até os mais complexos, como o sistema agroflorestal regenerativo e análogo (Safra), no qual são plantadas mais de 50 espécies por hectare. No cultivo em aleias são plantadas árvores em fileiras, com espaçamento entre as linhas de cinco a seis metros, onde são cultivadas diferentes espécies agrícolas. Já o Safra é utilizado na Fazendinha para fazer a interligação de fragmentos florestais, amortizando os custos do reflorestamento com espécies nativas da Mata Atlântica a partir do cultivo concomitante de aipim, feijão, abacaxi, banana, espécies frutíferas e madeireiras. O Safra apresenta grande potencial na recomposição de áreas ciliares em propriedades rurais, onde o agricultor poderá associar rendimento econômico com conservação ambiental. Leia mais.

Conheça as principais tecnologias desenvolvidas e aplicadas na Fazendinha