Alerta Helicoverpa
O que é?
Helicoverpa armigera é uma lagarta identificada recentemente, que tem surpreendido produtores e pesquisadores pelo seu poder de destruição, causando prejuízos, principalmente, às lavouras de milho, soja e algodão.
Aqui você encontra esclarecimentos e orientações a respeito desta praga exótica, uma grande preocupação do governo federal, que tem se mobilizado para desenvolver ações de combate e defesa de nossa agropecuária.
Conteúdo técnico
- Ações emergenciais propostas pela Embrapa - Documento oficial
Atualizado em abril de 2013. - Identificação morfológica e molecular de Helicoverpa armigera (Lepidoptera: Noctuidae) e ampliação de seu registro de ocorrência no Brasil
Artigo publicado na revista PAB v.48, jun. 2013. O objetivo deste trabalho foi descrever métodos para a caracterização morfológica e molecular de Helicoverpa armigera e ampliar o registro de ocorrência da praga no Brasil. - Manejo Integrado de Pragas (MIP)
- Algodão
- Feijão
- Soja
- Milho - Risco Potencial das Pragas de Milho e de Sorgo no Brasil
Publicação técnica editada pela Embrapa Milho e Sorgo com uma síntese dos últimos avanços no tema Manejo Integrado de Pragas (MIP) para essas culturas. - Controle de lagartas com inseticidas em sistemas agrícolas – Implicações e Dificuldades
Palestra do pesquisador Edson Hirose, da Embrapa Soja, sobre Controle de lagartas com inseticidas em sistemas agrícolas: implicações e dificuldades.
Multimídia
- Dia de Campo na TV - Controle da Helicoverpa armigera com uso da vespinha Trichogramma
O produtor normalmente utiliza defensivos químicos, o que nem sempre é a melhor solução para combater as pragas agrícolas. Essa edição do programa mostra uma alterantiva para realizar o controle biológico da lagarta. - Dia de Campo na TV - Manejo da lagarta na cultura da soja
O MIP-Soja é uma tecnologia que utiliza um conjuto de técnicas econômica e ambientalmente sustentáveis para o manejo eficiente de pragas que atacam as lavouras de soja. - Agricultores do oeste da BA conseguem controle biológico da lagarta helicoverpa armígera
Reportagem do programa Globo Rural de domingo, dia 9 de fevereiro, mostra como o manejo integrado de pragas está ajudando os produtores a controlar a praga que causou perdas na última safra. - Helicoverpa armigera – o desafio de controlar uma praga
Programa de rádio Prosa Rural traz informações sobre características e manejo da lagarta. - Entrevista com pesquisador Miguel Michereff Filho, da Embrapa Hortaliças
O pesquisador fala sobre a identificação da lagarta, danos causados e possibilidades de controle. - Depoimento de engenheiro agrônomo sobre a helicoverpa
Orestes Mario Mandelli Neto, engenheiro agrônomo, gerente da Fazenda Decisão, de 4 mil hectares, no município de São Desidério, Bahia, fala sobre a chegada da Helicoverpa e os desafios para enfrentá-la. - Combate à praga exótica é tema em debate no Conexão Ciência
Programa aborda praga identificada pela Embrapa que está causando danos as lavouras de milho, soja e algodão em vários estados brasileiros. - Manejo da Helicoverpa
Entrevista com pesquisador Adeney Bueno, da Embrapa Soja (Londrina, PR), sobre manejo da Helicoverpa armigera na cultura da soja. - Como se defender da Helicoverpa
Vídeo produzido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) mostra como a Helicoverpa armigera afeta diversas culturas e traz informações sobre o manejo dessa praga.
Saiba mais
Notícias
- Notícias Helicoverpa no Portal Embrapa
Confira todas as notícias publicadas neste portal relacionadas ao tema. - Embrapa realiza ações para combater praga responsável por grandes prejuízos nas lavouras
Programa veiculado pelo NBR Notícias, no dia 09 de agosto de 2013. - Helicoverpa é tema da Voz do Brasil
Ouça a reportagem sobre a realização do Seminário Brasileiro sobre Helicoverpa, que reuniu mais de mil produtores, técnicos, pesquisadores e agentes do governo, no último dia 30/07, em Luiz Eduardo Magalhães (BA).
Arquivo em formato audio/mpeg - Tamanho: 4.4 MB - Lagarta infesta lavouras de soja, milho e algodão em várias regiões do Brasil
Reportagem veiculada no Globo Rural, em 1º de maio, sobre o processo de descoberta, manejo e identificação da Helicoverpa pela Embrapa. - Oeste da Bahia declara estado de emergência fitossanitária por causa da helicoverpa
Na matéria exibida pelo Canal Rural, pesquisadores mostram a vespa Trichogramma pretiosum podem contribuir para o controle da lagarta Helicoverpa armigera.
Perguntas e Respostas sobre Helicoverpa
1. Como a Helicoverpa armigera chegou ao Brasil?
Ainda não há informações sobre isso. O foco inicial do trabalho do grupo de pesquisa da Embrapa foi determinar qual espécie de praga está atacando as lavouras do Brasil e propor medidas de controle. Novos estudos de DNA estão em andamento para identificar a origem das lagartas encontradas no País. Isso é importante para ampliar o conhecimento sobre essa praga, que resulte em prática de manejo mais eficientes.
2. Quando foram registrados os primeiros relatos de ataques da lagarta?
Em dezembro do ano passado, a Embrapa recebeu demandas de agricultores sobre uma lagarta que eles não estavam conseguindo controlar. A partir daquele momento, a primeira atitude foi saber qual era o problema. Algumas hipóteses foram levantadas: poderia se tratar de uma espécie que se tornou resistente à tecnologia transgênica, ou poderia ser a lagarta da espiga do milho, Helicoverpa zea, que já existia no Brasil e que estaria fora de controle, ou, ainda, poderia ser a Helicoverpa gelotopoeon, vinda da Argentina.
3. A H. armigera é uma mutação?
Não. É uma espécie já conhecida pela pesquisa científica, tendo sido descrita em 1809 por Hübner. Há relatos de ataques em países como Índia e Austrália e, por isso, existe uma literatura bem detalhada sobre ela.
Na Europa, recentemente, foi feita uma análise para diagnosticar o risco real da praga, principalmente em países localizados mais na parte Norte como Holanda e Inglaterra. Foi detectado um alto potencial de voo dessa espécie, que se dispersa por grandes extensões de área. Ela tem capacidade de voo registrada de até 1000 km.
4. O que torna essa praga preocupante para os produtores?
A H. armigera apresenta cinco características importantes:
- alto grau de polifagia, atacando várias espécies de interesse econômico, mas também hospedeiros selvagens;
- alta capacidade de dispersão dos indivíduos voadores (mariposas);
- alto potencial biótico, ou seja, elevada capacidade de reprodução e sobrevivência;
- potencial de desenvolvimento de resistência a inseticidas;
- plasticidade ecológica, ou seja, alta capacidade de adaptação a diferentes ambientes, climas e sistemas de cultivo.
Ela possui um potencial destrutivo destacado, capacidade de também causar injúria, com repercussões em danos econômicos.
Numa condição de clima tropical, como no Brasil, a expectativa é que essa espécie não vai encontrar problema para se reproduzir, pelas características de temperatura alta que temos, em comparação com a Índia e Austrália, onde a praga está presente e causa muitos prejuízos.
5. Já existem dados sobre o prejuízo causado pela lagarta?
É preciso ter uma validação dentro de estudos econômicos para mensurar o prejuízo causado pela lagarta. Mas o fato é que se trata de um problema muito sério que afetou produtores de vários segmentos. A H. armigera atingiu principalmente produtores de algodão que possuem um sistema de produção muito bem estabelecido, mas afetou outros segmentos. A literatura descreve relatos de grandes prejuízos, de cerca de bilhões de dólares por ano, decorrentes de problemas com a praga.
6. O ataque da H. armigera foi restrito ao Oeste da Bahia?
Os relatos recebidos não tratam apenas do Oeste baiano, e coletas foram realizadas em outras regiões (Planaltina-DF, Londrina-PR e no Mato Grosso). Mais levantamentos estão sendo realizados para caracterizar a extensão da situação.
7. Quais culturas podem ser atacadas pela lagarta?
Existem relatos de mais de cem espécies de plantas que podem ser hospedeiras e atacadas pela H. armigera, inclusive culturas comerciais, como feijão, soja, algodão, milho e tomate.
8. Existem inimigos naturais para a H. armigera no Brasil?
Até o momento, não foram identificados em campo no País. Entretanto, segundo a literatura mundial, existem sim inimigos naturais associados a outras espécies do gênero Helicoverpa.
9. O que são plantas Bt?
Bt é a abreviatura para Bacillus thuringiensis, uma bactéria de solo usada como controle biológico de pragas em várias culturas. A bactéria Bt produz proteínas tóxicas a algumas ordens de insetos. O controle pode ser feito a partir da pulverização da bactéria sobre as plantações.
No caso das plantas Bt, tratam-se de Organismos Geneticamente Modificados (OGM), nos quais foram introduzidos genes de Bacillus thuringiensis, que expressam essas proteínas tóxicas.
Os genes Bt disponíveis nos cultivos brasileiros permitem o controle de várias pragas, até mesmo de alguns gêneros da Helicoverpa. Porém, esses genes encontrados nas plantas brasileiras não são eficientes para a H. armigera, que era, até então, exótica e regulamentada como quarentenária A1, portanto, sem toxinas Bt registradas para seu controle.
Conceitualmente, as pragas quarentenárias A1 são aquelas não presentes no País, porém com características para serem potenciais causadoras de importantes danos econômicos.
10. Existe relação entre os cultivos Bt e o problema com a H. armigera?
O uso contínuo de plantas Bt, sem o manejo adequado, pode ter favorecido o crescimento de H. armigera, uma vez que a população das demais pragas foi reduzida. Mas nenhuma afirmação pode ser feita sem a conclusão de estudos.
Esse fato ilustra a importância do manejo correto em plantas transgênicas, uma tecnologia de fácil adoção, mas que demanda uma condução adequada para que os benefícios sejam alcançados.
A tecnologia Bt será uma aliada importante para o manejo dessa praga, como ocorreu na Austrália. Para tanto, será decisivo a observância do uso correto da tecnologia, principalmente relacionados aos aspectos de manejo de resistência, com plantio de área de refugio.
11. Como foi realizada a identificação da espécie H. armigera?
Depois de a Embrapa receber os primeiros relatos, a decisão foi fazer armadilhas luminosas, coletas em campo e levar o material para laboratório. A partir daí, foi possível fazer um estudo detalhado. A identificação foi muito complexa, principalmente porque era preciso fazer a diferenciação da Helicoverpa zea. Foi realizada então a análise morfológica e, posteriormente, a análise de DNA de insetos adultos do sexo masculino.
12. Quais as medidas adotadas para conter a praga?
A Empresa se reuniu com vários segmentos nos dias 3, 4 e 5 de abril para discutir as ações importantes a serem tomadas no primeiro momento. Foi elaborado então o documento "Ações emergenciais propostas pela Embrapa para o manejo integrado de Helicoverpa spp. em áreas agrícolas", disponível em: http://www.embrapa.br/alerta-helicoverpa/. O site traz também todas as informações sobre o manejo integrado do milho, soja, algodão e feijão.
13. Que tipo de orientação consta no documento?
A armadilha luminosa é um bom ponto de partida para saber o que está acontecendo na lavoura e ajuda na tomada de decisões para adoção de outras ações de controle.
Outras recomendações importantes que constam no documento são a armadilha de feromônios, controle biológico e o manejo diferenciado. Este último é importante porque a H. armigera tem grande capacidade de mobilidade e de atacar várias plantas hospedeiras. Ela também tem potencial de sobrevivência em áreas com temperaturas mais elevadas.
Isso significa que não se trata de uma ocorrência local. Os agricultores devem se organizar em nível regional, por isso o papel das Agências de Defesa e órgãos de assistência técnica subsidiando com informações é muito importante. A ideia de um manejo tem que assistir toda uma região para ser sustentável.
Isso só será possível com a criação de um consórcio ou um programa nacional, envolvendo o setor produtivo, o governo e a pesquisa, que permita o controle de pragas dessa natureza.
14. E para os agricultores que ainda não tiveram suas lavouras atacadas? Quais são as orientações?
Acompanhamento, monitoramento, manter-se informado e estar em contato com vários segmentos envolvidos.
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Mais informações
- Visite também a página Combate à praga Helicoverpa armigera no site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
- Central de Atendimento do Mapa
0800 704 1995 - Conheça a página Helicoverpa armigera - ações de prevenção e manejo, da Embrapa Soja, com informações sobre essa cultura.