Brasil sedia o VII Simpósio Internacional sobre Doenças do Tomateiro
Brasil sedia o VII Simpósio Internacional sobre Doenças do Tomateiro
Estudos realizados por especialistas da Embrapa Hortaliças sobre a cultura do tomateiro serão apresentados no VII Simpósio Internacional sobre Doenças do Tomateiro, que ocorre de 1 a 4 de outubro, em Brasília (DF). O evento é considerado o principal espaço científico para a troca de conhecimentos e a divulgação de pesquisas relacionadas à cultura do tomateiro para o processamento industrial e de mesa. Está disponível aqui a programação completa do evento que terá a participação de estudiosos que são referência no tema.
O VII ISTD (sigla em inglês) conta com a presença de pesquisadores da Embrapa Hortaliças, Universidade Federal de Viçosa e do Instituto Federal de Goiás/Campus Morrinhos na comissão organizadora. O evento, que é organizado pela Sociedade Internacional de Ciências Hortícolas (ISHS) e tem o apoio da Sociedade Brasileira de Fitopatologia (SBF), deve receber cerca de 80 participantes, entre especialistas, estudantes e profissionais da área.
Para a pesquisadora Alice Nagata, que faz parte da comissão organizadora, sediar o evento representa a oportunidade de reunir no Brasil os maiores especialistas em doenças do tomateiro do mundo e oferecer um espaço para interação, intercâmbio de informações, estabelecimento de trabalhos em colaboração e muito aprendizado.
O evento contará com palestras e apresentação de trabalhos em sessões orais e no formato de pôster. Com o intuito de incentivar os estudos entre os jovens pesquisadores serão concedidos os prêmios Young Minds para cientistas juniores nas categorias: melhor apresentação oral e melhor apresentação em formato de pôster.
Mancha bacteriana
A Embrapa Hortaliças está localizada próxima a Goiás, que é o maior estado produtor de tomate para processamento industrial, responsável por 70% da produção nacional, seguido por São Paulo e Norte de Minas Gerais. São nesses estados que também estão as principais indústrias processadoras de tomate do país. Essa proximidade facilita a realização de pesquisas com a cultura do tomateiro, possibilitando maior estreitamento com toda a cadeia produtiva. É o caso dos estudos sobre a mancha bacteriana, que é uma das doenças mais frequentes nas lavouras de tomate para processamento industrial cultivados em sistema de pivô central.
Desde 1997 a doença vem sendo observada nos principais polos produtivos de tomate desse segmento. Ao longo dos últimos 20 anos, a pesquisadora da Embrapa Hortaliças, Alice Quezado, tem se dedicado ao estudo da doença, desde a identificação das espécies causadoras do problema até as formas de aparecimento e disseminação. “O trabalho envolve instituições públicas de ensino, produtores, indústrias processadoras e viveristas que têm contribuído para gerar conhecimento sobre as medidas que devem ser tomadas para barrar ou minimizar o impacto da doença”, explica Quezado, que irá ministrar a palestra "Approaches to facing bacterial spot on processing tomatoes in Brazil" no segundo dia do evento.
Apresentações orais
Os resultados de outras três pesquisas desenvolvidas por especialistas da Embrapa Hortaliças serão apresentados nas sessões orais. “Chitosan nanocapsules can successfully protect tomato plants against tomato mosaic virus infection in a dose-dependent manner” é o tema do trabalho coordenado pela pesquisadora Alice Nagata em parceria com o analista Erich Nakasu, da Embrapa Hortaliças, e os especialistas Jonas Vargas e Odilio Assis. O estudo demonstrou que as nanocápsulas de quitosana /TTP induzem efetivamente a proteção em tomateiros contra a infecção pelo vírus do mosaico do tomate (ToMV), ao mesmo tempo que promovem o crescimento das plantas.
Nagata também é a responsável pelas pesquisas que resultaram no trabalho “Understanding the epidemy of Golden Mosaic Disease under high whitefly pressure on begomovirus-susceptible tomato plants cultivated for processing” que será apresentado no Simpósio. O trabalho consiste em um estudo epidemiológico realizado em três lavouras de tomateiro para processamento industrial irrigadas por pivôs centrais, em Goiás, com o objetivo de avaliar a incidência, dispersão e fontes potenciais do Tomato Severe Rugoso Vírus, o principal begomovírus do tomateiro no Brasil. O estudo ressalta a importância do manejo das populações de mosca-branca e das fontes de vírus na paisagem agrícola.
O pesquisador Valdir Lourenço Júnior é o primeiro autor do trabalho “Survival of Septoria lycopersici on seeds and tomato debris” que conta com a participação de outros pesquisadores da Embrapa Hortaliças. O estudo consiste em avaliar a sobrevivência do fungo Septoria lycopersici em sementes e restos de tomate. O fungo é o causador da mancha-de-septoria, doença que, na época das chuvas, ocorre em quase todas as regiões produtoras do Brasil e do mundo. O experimento foi conduzido em casa de vegetação e em condições de campo. Foi constatado que ele pode sobreviver até 60 dias em restos de tomate na superfície ou enterrado no solo. O estudo não apresentou evidências de que o fungo possa infectar ou sobreviver nas sementes de tomate.
Coordenação do Simpósio Comissão organizadora: Alice K. Inoue Nagata e Valdir Lourenço Júnior (Embrapa Hortaliças), Eduardo Seiti Gomide Mizubuti (Universidade Federal de Viçosa) e Nadson de Carvalho Pontes (Instituto Federal Goiano, campus Morrinhos) Comitê Científico: Yuling Bai (WUR - Holanda), Ferdinando Branca (University of Catania – Itália), Etienne Danchin (INRA – França), Alice Maria Quezado Duval (Embrapa Hortaliças), Robert Gilbertson (UC Davis – EUA), Moshe Lapidot (The Volcani Center – Israel), Ailton Reis (Embrapa Hortaliças), Aiming Wang (Agriculture and Agri-Food – Canadá), Wencai Yang (Agricultural University – China) e Francisco Murilo Zerbini (Universidade Federal de Viçosa). |
Gislene Alencar (MTB/MG 05653)
Embrapa Hortaliças
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