Farm Lab busca se tornar referência em agricultura tropical do futuro
Farm Lab busca se tornar referência em agricultura tropical do futuro
Foto: Cecília Zitto
Conselho Gestor - da esquerda para a direita Paula Packer, Stanley Medeiros, João Luis Farinha, Gilberto Nogueira e João Casagrande
No dia 26 de setembro, o AgNest, um inovador laboratório vivo voltado à agricultura do futuro, sediou o AgNest Day, um evento promovido pela Impactability, empresa que atua como Gestor Operacional desse Farm Lab, em conjunto com o Conselho Gestor, composto por Embrapa, Banco do Brasil e Jacto. O encontro foi uma oportunidade de conhecer o modelo de operação e formatos possíveis de parcerias, assim como as instalações e as soluções tecnológicas que serão validadas na próxima safra e estreitar laços com o ecossistema agrícola e startups.
O AgNest é um hub de inovação, focado na experimentação integrada em campo, com o objetivo de fomentar inovações para a agricultura do futuro. Seu propósito é criar um ambiente que permita a realização de provas de conceito e a validação de tecnologias que depois de passarem pela metodologia proposta pelo farm lab, poderá receber um rigoroso selo AgNest que entregará confiança e imparcialidade em relação ao valor real gerado por cada solução de forma integrada e sistêmica, promovendo a agricultura digital e sustentável a partir de um conjunto de oito verticais estratégicas essenciais do setor como por exemplo internet das coisa, conectividade no campo, sistemas de produção sustentáveis, entre outras.
Na parte da manhã aconteceu o Biz Agrimatch onde startups tiveram a oportunidade de apresentar suas soluções tecnológicas para o público, fomentando oportunidades de novas parcerias, investimentos, e colaborações entre startups e outros atores do ecossistema.
João Casagrande, sócio e Head de Agro da Impactability, destacou a importância de ver novos participantes conhecendo o projeto em desenvolvimento. “Agradeço o voto de confiança do Conselho Gestor. A Impactability é uma plataforma de inovação para ESG, somos os responsáveis por tornar o AgNest uma realidade. Estamos muito felizes e motivados de fazer dessa primeira unidade aqui em Jaguariúna uma forma de pavimentar a expansão futura para outras áreas do Brasil cobrindo outros biomas e culturas, afirmou Casagrande.
Gilberto Nogueira, especialista em negócios da Jacto, explicou que a participação da empresa no AgNest está alinhada à cultura de inovação da Jacto. “Nosso foco é a inovação voltada à satisfação do cliente e ao entendimento de que ninguém cresce sozinho. Com o AgNest, nos integramos em uma rede de parceiros que se apoiam mutuamente, oferecendo soluções que geram renda para o produtor. É um desafio que trará resultados positivos para o campo”, destacou.
João Luis Farinha, gerente executivo do Banco do Brasil, ressaltou o motivo pelo qual a instituição financeira decidiu se envolver no projeto. Segundo ele, a produtividade agrícola do Brasil avançou cerca de 400% nas últimas três décadas (de 60 MM/Ton em 1990 para 300 MM em 2023), o que permitiu que o País evitasse a abertura de aproximadamente 100 MM/Ha no período. Tal condição é resultado direto do trabalho de instituições como a Embrapa.A parceria com o AgNest e outras instituições permitirá que avancemos cada vez mais rápido. Queremos testar novas ferramentas que possam, no final, fazer a diferença para o produtor, promovendo um agro mais sustentável e rentável”, afirmou.
Stanley Medeiros, chefe geral da Embrapa Agricultura Digital, reforçou a importância da agricultura digital, que se beneficia da onipresença dos dados, proporcionando orientações mais precisas. Segundo ele, a portabilidade e acessibilidade dessas informações são essenciais, pois permitem que soluções desenvolvidas no Brasil possam ser aplicadas em qualquer lugar do mundo. “Na agricultura moderna, o produtor pode monitorar sua fazenda remotamente. Esse arranjo institucional, envolvendo diferentes parceiros, acelera o desenvolvimento de soluções que atendem as necessidades do produtor atual”, disse Medeiros.
Paula Packer, chefe geral da Embrapa Meio Ambiente e presidente do Conselho Gestor do AgNest, apresentou o histórico do projeto, desde a ideação até sua materialização, destacando o aspecto colaborativo. “O AgNest se posiciona como um player essencial no ecossistema de inovação, com verticais que sustentam sua missão de viabilizar, de forma holística, a agricultura sustentável e digital. Esse é um sonho concretizado graças à cocriação, à colaboração e ao companheirismo entre as diversas instituições. Ninguém faz nada sozinho, e essa é a essência do AgNest. Estamos construindo um ecossistema dinâmico, que contribuirá para a agricultura do futuro”, afirmou Packer.
No evento, foi firmada uma parceria com a ConectarAgro, representada por sua presidente, Paola Campielli. Durante a assinatura do contrato, Paola destacou a importância da conectividade para o avanço da agricultura digital e sustentável. “Atualmente, apenas 19% das áreas agrícolas possuem cobertura de conectividade. Estamos trabalhando para ampliar essa cobertura, o que permitirá maior produtividade, redução de custos com combustível e inclusão social e digital”, explicou Campielli.
Após a assinatura do contrato, os participantes foram convidados para uma dinâmica, que incluiu visitas a três estações diferentes. No tour pela fazenda, os grupos tiveram a oportunidade de conhecer as operações e infraestrutura do AgNest. Na carreta do agro do Banco do Brasil, foram apresentadas as modalidades de parceria disponíveis, enquanto na tenda principal as startups que fazem parte do ecossistema do AgNest tiveram a oportunidade de se apresentar. Na carreta do Banco do Brasil, foram apresentados modelos de parceria, enquanto na tenda principal foram expostas as startups que fazem parte do ecossistema do AgNest.
Entre as startups apresentadas, destacam-se a GeoApis, que desenvolve protocolos utilizando dados das abelhas como indicadoras da qualidade ambiental; a Wild Networks, que oferece conectividade via satélite para diversos sensores; a B4A, que utiliza biotecnologia e análise genética para interpretar o microbioma do solo e prescrever tratamentos regenerativos; a Sensix, que consolida dados de solo, satélites, drones e máquinas para gerar prescrições otimizadas de insumos; a Gênica, com seu sistema Regenera, focado em manejo regenerativo e produtividade; e a Coleagro, que desenvolveu a Yellow Trap, uma bobina adesiva capaz de monitorar e reduzir a população da cigarrinha do milho sem o uso de defensivos.
“O encontro foi uma oportunidade de apresentar o hub para atores do ecossistema de inovação agrícola, compartilhar insights, apresentar oportunidades de parcerias, conhecer as operações previstas para a próxima safra e estreitar laços com o ecossistema agrícola e startups, enfatizou Janaina Tanure, chefe de TT da Embrapa Meio Ambiente.
Além das apresentações, foi anunciado o lançamento de um novo edital público para a seleção de quatro novas vagas no Conselho Gestor do AgNest. Mais informações estarão disponíveis nas redes sociais da Embrapa e dos parceiros.
O AgNest Day foi um marco importante para o fortalecimento do ecossistema de inovação agrícola no Brasil, promovendo a integração entre diferentes atores do setor e reforçando o compromisso com uma agricultura mais sustentável e eficiente.
Cristina Tordin (MTB 28499/SP)
Embrapa Meio Ambiente
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