Em 2024, a Embrapa Territorial tratou 218 demandas recebidas pelo Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC). Entre os temas do centro de pesquisa mais procurados estão: imagens de satélite, Cadastro Ambiental Rural (CAR), informações institucionais, dados meteorológicos, GeoInfo, macrologística e mapas. Mas, principalmente quando fazem o contato por telefone ou presencialmente, as pessoas não costumam diferenciar as linhas de atuação de cada centro de pesquisa da Embrapa. Por isso, os analistas Vera Viana dos Santos Brandão e Alexandre Rita da Conceição também se deparam com questões sobre as cultivares da Empresa e a galinha poedeira 051.

Para Brandão, responder “não é aqui” nunca é uma opção. Quando o tema da demanda não tem relação com o trabalho da Embrapa Territorial, ela recorre logo ao Portal Embrapa ou às publicações para identificar as pessoas e centros de pesquisa da Empresa que podem atender. “Eles chegam com muita esperança de que a Embrapa vá ajudar, nos procuram com muita fé. Precisamos resolver!”, diz a analista. Há situações em que ela se desdobra para indicar caminhos, mesmo quando a questão não envolve diretamente a Embrapa. Ela se lembra do caso de uma pessoa que ligou buscando ajuda com a importação de plantas pelo Porto de Santos.

Há aqueles que se tornam “clientes fiéis” e, depois de mais de um atendimento, até ligam ou visitam para desejar boas festas. “É tão gratificante! É um contato direto com quem utiliza os serviços da Embrapa!”, diz . O analista André Farias observa que o SAC é uma oportunidade de interagir com pessoas diferentes das que atuam na mesma área da Unidade. “A interação que nós temos no SAC é muito diferente, por exemplo, da que nós temos com uma palestra. Porque as palestras em que apresentamos os nossos produtos costumam ter um público mais aderente à nossa área, que tem familiaridade com aquilo que a gente trabalha, conhece mais sobre o assunto. E no SAC, não. O SAC é aberto, está disponível para qualquer tipo de usuário, qualquer tipo de público. Então isso traz uma dimensão bastante interessante”, comenta. 

Assim como para Brandão, o retorno e os agradecimentos dos cidadãos é algo marcante para o analista Carlos Alberto de Carvalho, para quem são encaminhadas boa parte das demandas sobre trabalhos da Unidade, especialmente o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Carlos Alberto observa que, mesmo quando o tema é esse, a maior parte dos pedidos dizem respeito às atribuições do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) ou aos órgãos estaduais de meio ambiente. Nesses casos, há o cuidado de explicar qual é o trabalho feito pela Embrapa Territorial sobre o tema e indicar os órgãos competentes. Muitas vezes, a equipe disponibiliza os dados solicitados para o cidadão, mas sempre indicando a fonte de origem. Para o supervisor, as demandas mostram que o centro de pesquisa tem sido visto como referência no tema do CAR, mas também sido confundido com os detentores do banco de dados do cadastro.

A partir dos pedidos de SAC que atende, o analista André Farias observa como levantar informações nos órgãos geradores de dados agropecuários pode não ser trivial para o usuário comum. “O maior interesse das pessoas nos pedidos enviados para o nosso grupo de pesquisa são dados. E é interessante porque muitas vezes não são dados difíceis de serem sistematizados e de serem levantados. É comum recebermos consultas do tipo ‘eu quero saber quais são os principais produtos no meu município ou no meu estado’. São dados que estão disponíveis nos portais, nas instituições, mas mesmo assim existe uma dificuldade na absorção, na assimilação dessas informações”, percebe. Na opinião de Farias, isso reforça o valor das plataformas de apresentação de dados em painéis com mapas e gráficos desenvolvidos pela Unidade.

No último ano, entre pedidos de informações sobre produção, crédito rural e módulos fiscais, um chamou a atenção de André. A dona de um restaurante localizado em uma rodovia no Rio Grande do Sul, buscava dados de fluxo de caminhões para fazer uma previsão de atendimento, depois de sentir forte queda no momento com as enchentes e deslizamentos de terra no estado. “O raciocínio que ela fez é bastante lógico. Se a Embrapa fez um estudo de logística que mapeia os fluxos, eles têm essa informação e isso vai me dar condições para eu planejar o meu negócio. Mas é uma dimensão em que nós nunca tínhamos pensado.”, analisa.