29/01/25 |   Agricultura familiar  Transferência de Tecnologia

Instituições e comunidades dialogam sobre o futuro Centro de Inclusão Socioprodutiva e Tecnológica do Marajó

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Foto: César Andrade

César Andrade -

Uma história de construção coletiva, parceria e inovação institucional começa a ser contada nas margens rio Paracauari, em Salvaterra, no Marajó. No local está situado o Campo Experimental “Emerson Salimos”, da Embrapa Amazônia Oriental, onde se reuniram, nessa terça-feira (28), representantes de instituições de ensino, pesquisa e extensão rural, de órgãos de fiscalização, gestores públicos, comunidades rurais e tradicionais da região e cooperativas de agricultores para dialogar e iniciar as tratativas da criação do Centro de Inclusão Socioprodutiva e Tecnológica do Marajó.

O centro será um espaço multi-institucional para a formação e disseminação de tecnologias e práticas sustentáveis de produção, fortalecimento da extensão rural, apoio à organização produtiva e acesso a mercados. “A dinâmica proposta aqui vem contribuir com o fortalecimento da relação entre os diversos atores locais, estabelecimento de parcerias, negócios comunitários e o atendimento de demandas do território do Marajó, com a participação direta das comunidades locais”, afirma César Andrade, supervisor do Núcleo da Embrapa no Marajó.

A implantação do Centro de Inclusão Socioprodutiva e Tecnológica do Marajó tem o apoio do projeto Sustenta e Inova, que desenvolve ações para formação de agentes multiplicadores de tecnologias e práticas sustentáveis de produção com a conservação da biodiversidade, e no fortalecimento de cooperativas, associações e negócios comunitários. Financiado pela União Europeia, o projeto Sustenta e Inova é coordenado pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e conta com a parceria da Embrapa, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e Centro Francês de Pesquisa Agrícola para o Desenvolvimento Internacional (Cirad).

 

Quintal agroflorestal
 

Durante a visita realizada ao local, gestores e técnicos da Embrapa, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater), Sebrae Pará, Ministério Público do Pará, Prefeitura e Secretarias de Educação e Agricultura de Salvaterra, Universidade do Estado do Pará (Uepa), Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), cooperativas locais, entre outros, conheceram a Unidade de Referência Tecnológica em quintal agroflorestal implantada na área.

A URT foi implantada em 2024 a partir da realização de cursos de formação de facilitadores das comunidades e extensionistas da Emater-Pará. “Os facilitadores são os responsáveis por replicar a experiência em outras comunidades e contam com o acompanhamento de técnicos da extensão”, completa César Andrade. Atualmente, a Unidade é um polo de produção de sementes e mudas para a região.

O quintal agroflorestal reúne em uma mesma área culturas anuais e perenes de grãos, espécies frutíferas e florestais, envolvendo mais de 15 tecnologias desenvolvidas pela Embrapa. “Entre elas estão dez cultivares biofortificadas de batata-doce, feijão, milho e mandioca; a cultivar de açaí de terra firme BRS Pai d’Égua; cultivar de banana, cupuaçu e outras tecnologias”, conta Jaime Carvalho, analista responsável pela implantação da unidade e orientação dos facilitadores.
 

Transformação no território
 

O agricultor Francxlange Conceição, da Comunidade Quilombola Boca da Mata, em Salvaterra, participou da formação continuada e levou o quintal agroflorestal para sua comunidade. “Foi muito importante participar desse processo, tanto para mim quanto para a minha comunidade. Temos um novo olhar sobre a nossa agricultura, com novas técnicas de plantio, irrigação, produção de mudas. No futuro poderemos ver que a agricultura do nosso município mudou pra melhor", afirmou.

Para o diretor técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater – Pará), Rosival Possidônio, é impossível atuar de forma isolada em um território como o Marajó. “Estamos vivendo um momento importante de união de instituições para o desenvolvimento de ações conjuntas para o fortalecimento da agricultura familiar da região do marajó”, ressaltou o gestor.

A transformação no território, segundo Walkymário Lemos, chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, precisa ser construída de forma plural por diferentes atores. “Estamos exercitando o que sempre defendemos, que é a construção e atuação coletiva para atender aos anseios das populações que aqui vivem. A nossa perspectiva é que esse centro de inclusão socioprodutiva venha a ser um grande disseminador de tecnologias para a melhoria da qualidade de vida da população do Marajó”, afirmou Lemos.

A promotora de justiça Érica Almeida, do Ministério Público do Pará, ressaltou que a população do Marajó anseia por informação, conhecimentos e oportunidades. “O Marajó tem um potencial enorme de crescimento e as pessoas têm interesse por esse trabalho. O que está sendo feito aqui é uma semente e o principal fator de crescimento dessa semente é regar. Vocês precisam continuar regando para que todos alcancem sonhos maiores”, concluiu.

Ana Laura Lima (MTb 1268/PA)
Embrapa Amazônia Oriental

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