Agente causal e principais sintomas

A Linfadenite Caseosa é uma doença contagiosa, crônica e debilitante de ovinos e caprinos causada por uma bactéria denominada Corynebacterium pseudotuberculosis. A bactéria tem a característica de formar abscessos nos linfonodos superficiais, internos e em órgãos. A forma disseminada visceral é uma das causas da síndrome da ovelha magra, levando a prejuízos pela intensa redução da produção e morte do animal.

 

Importância econômica

A distribuição da enfermidade é mundial e causa impacto econômico na caprinocultura e ovinocultura em virtude da redução na produção de lã, carne e leite, além da condenação de carcaças e couro. Encontra-se disseminada no Brasil e é relatada em vários estados.

 

Formas de disseminação

O material purulento, oriundo do abscesso, é o principal fator de disseminação do microrganismo no ambiente. A difusão da infecção nas propriedades ocorre principalmente pela importação, comércio e compartilhamento de animais sem exame clínico e/ou sorológico. Vale informar, um único animal infectado pode contaminar o ambiente com secreções do abscesso rompido e espalhar a doença no rebanho.

 

Diagnóstico clínico

O aparecimento de abscessos superficiais nos animais é o principal fator visual e clínico da doença. Os métodos sorológicos como o Enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA) e o Western Blot (WB) auxiliam na identificação de animais infectados e em programas de controle da doença.

 

Manejo preventivo e controle

O isolamento e tratamento dos animais doentes, a descontaminação ambiental e a profilaxia nos animais saudáveis são pontos fundamentais para o controle da enfermidade. O uso de antimicrobianos é de alto custo e moderada eficácia. A drenagem do abscesso é necessária para tornar mais eficiente o tratamento, estando associada ou não ao uso de antimicrobianos intra-lesionais ou subcutâneos, pois tratamentos ineficazes acabam por manter bactérias viáveis no local do abscesso, desencadeando sua multiplicação e recidiva. Calcula-se que o custo do tratamento convencional (drenagem e cauterização química) por abscesso seja aproximadamente de R$ 37,00 (sem a mão de obra).

Entre as estratégias indicadas para um programa de controle estão: o diagnóstico sorológico precoce e seriado (a cada 6 meses em rebanhos soropositivos e a cada 12 ou 24 meses em rebanhos soronegativos), isolamento dos animais suspeitos e, de forma temporal, o descarte dos animais confirmados com sinais clínicos. É recomendada também a drenagem precoce e cauterização química dos abscessos maduros, isolamento dos animais até a completa cicatrização da ferida, descarte adequado do material contaminado oriundo do tratamento, limpeza e desinfecção das instalações e, em alguns casos, vacinação (conforme orientação do fabricante). Aconselha-se ainda o acompanhamento rigoroso da saúde dos reprodutores introduzidos no rebanho, devendo permanecer em quarentena com testes clínicos e sorológicos negativos no início e final do período de isolamento.

No Brasil, as ferramentas para controle da doença são limitadas, pois nenhum kit diagnóstico comercial está disponível a custo acessível e só existem três vacinas licenciadas, que ainda não são usadas amplamente nos rebanhos.


Para usar dados desta página como referência:
EMBRAPA CAPRINOS E OVINOS. Centro de Inteligência e Mercado de Caprinos e Ovinos. Linfadenite Caseosa (LC). Disponível em: https://www.embrapa.br/cim-inteligencia-e-mercado-de-caprinos-e-ovinos/zoossanitario-linfadenite. Acesso em: (colocar a data de acesso no formato do exemplo a seguir: 11.jul.2020)

 

Vídeo

Recomendações da Embrapa Caprinos e Ovinos para controle da linfadenite caseosa (mal do caroço) em caprinos e ovinos. A linfadenite é caracterizada pela formação de abscessos nos linfonodos, podendo atingir outros ...   Mais...

De: Embrapa     Postado em: 08/06/2022     Visualizações: 25677

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