Agente causal e principais sintomas

A enfermidade é causada por um lentivirus e caracteriza-se por uma pneumonia crônica de ovinos, com tosse, dispneia, debilidade física e em alguns casos pode levar a morte. Os animais apresentam respiração rápida e superficial, que se torna difícil pelo aumento da tosse e secreção à medida que a enfermidade evolui. É observada também perda da condição corporal, apesar da presença de apetite. Fêmeas prenhes dão à luz cordeiros fracos e pequenos, podendo ocorrer infecção bacteriana secundária nas crias, com o desenvolvimento de febre, tosse e descargas nasais purulentas. Essa infecção consta da lista de doenças que requerem notificação imediata de caso suspeito ou diagnóstico laboratorial, de acordo com a instrução normativa Nº50 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A forma nervosa ocorre ocasionalmente em ovinos adultos e geralmente como complicação da forma respiratória, com gradual anomalia de movimentos e fraqueza dos membros pélvicos, evoluindo para paraplegia e tetraplegia, perda de condição corporal, cegueira e contrações involuntárias dos músculos faciais.

 

Importância econômica

A enfermidade leva à perda de peso, afetando o desenvolvimento ponderal e redução da produtividade dos animais acometidos. Destaca-se que a utilização de antibióticos no tratamento, além de ser inadequado, leva a custos desnecessários havendo a possibilidade da perda do animal por morte. A implantação de programas de controle é laboriosa e de custo elevado.

 

Formas de transmissão

Por meio de secreções diversas como corrimentos nasais, leite/colostro e saliva. A principal via de transmissão é o colostro e leite contaminados. Deve-se considerar também a importância da via aerógena. Pode ocorrer ainda por contato direto, por mãos, toalhas, agulhas, tatuadores, equipamento de descorna contaminados e pela inseminação artificial. A transmissão intrauterina também é uma possibilidade.

 

Diagnóstico clínico

O diagnóstico deve ser realizado por meio da avaliação clínica, principalmente dos animais com sintomas respiratórios,  associada aos testes sorológicos como o Imunodifusão em Gel de Agarose (IDGA) e Enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA). A associação destes é a ferramenta usada para o diagnóstico em rebanhos que apresentem animais com sinais clínicos e achados de necropsia característicos da enfermidade. No Brasil, a presença de anticorpos contra MV foi detectada no soro de ovinos criados em várias unidades da Federação. O vírus foi constatado em ovinos com sintomas da doença nos estados do Paraná, Pernambuco e Rio Grande do Sul.

 

Manejo preventivo e controle

O controle da MV é baseado na identificação e eliminação de animais com sorologia positiva. O uso de vacinas e o tratamento não existem. Como a principal via de transmissão da doença é o colostro, recomenda-se isolamento e alimentação artificial do cordeiro nascido de mãe positiva. Para cada propriedade deve-se implantar estratégias específicas de controle e prevenção da doença. A importação de animais deve ocorrer apenas de áreas livres, com a exigência de testes sorológicos e/ou reação em cadeia de polimerase negativos do rebanho, para impedir a introdução do agente.

 

Para usar dados desta página como referência:
EMBRAPA CAPRINOS E OVINOS. Centro de Inteligência e Mercado de Caprinos e Ovinos. Maedi Visna (MV). Disponível em: https://www.embrapa.br/cim-inteligencia-e-mercado-de-caprinos-e-ovinos/zoossanitario-maedi-visna. Acesso em: (colocar a data de acesso no formato do exemplo a seguir: 11.jul.2020)

 

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