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06/12/24 |   Technology Transfer

Dia de Campo sobre agroecologia apresenta tecnologias para a resiliência e reconstrução dos sistemas agroalimentares gaúchos

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Photo: Paulo Lanzetta

Paulo Lanzetta -

No dia 5 de dezembro, na Estação Experimental Cascata (EEC), o Agroecologia 2024 abrigou, entre diversas atividades, o tradicional Dia de Campo da Agroecologia, que chegou à 19ª edição. O evento, coordenado por pesquisadores da Embrapa Clima Temperado (RS), contou com estações sobre Serviços Ambientais, AgroSocioBiodiversidade, Sistemas de Produção Biodiversos e Bioinsumos, com destaque para soluções voltadas à resiliência e à sustentabilidade dos sistemas agroalimentares e da agricultura familiar gaúcha.

Alinhado ao tema do evento principal, “Reconstruindo com Agroecologia”, o Dia de Campo apresentou orientações mais práticas, reforçando a agroecologia como estratégia para a recuperação da biodiversidade e para a reconstrução dos agroecossistemas afetados pela recente catástrofe climática no Estado. O evento é promovido pela Embrapa Clima Temperado, Emater/RS-Ascar, Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (Capa) e UFPel.

Segundo o coordenador-técnico da EEC e coordenador do Agroecologia 2024, João Carlos Costa Gomes, a proposta da agroecologia é o uso de tecnologias mais amigáveis com o meio ambiente. “Os serviços ambientais são os recursos hídricos, as matas ciliares… contaminar ou desmatar cria condições para os efeitos climáticos. Tecnologias de revegetação, de cuidado com o ambiente, diminuem a possibilidade do aumento desses efeitos. Na agrossociobidiversidade, trabalhamos com variedades crioulas, mais adaptadas às condições de clima, o que contribui para o enfrentamento da mudança climática. Na questão dos insumos, um conjunto de tecnologias que fortalece a saúde da planta ou que aumenta a microbiologia do solo aumenta a biodiversidade no ambiente. E os sistemas biodiversos, com muitas culturas no mesmo espaço, umas protegendo as outras, melhoram a condição ambiental e a presença de microrganismos e de insetos benéficos, fortalecendo a resiliência dos sistemas. Por isso, esse conjunto de estratégias faz da agroecologia um modo de se enfrentar a mudança climática”, explica.

Serviços Ambientais 

A estação “Serviços Ambientais” destacou práticas que trazem benefícios e impactam na segurança hídrica e alimentar das propriedades. A manutenção da vegetação nativa, por exemplo, tem impacto na conservação dos solos, da água e da biodiversidade; o manejo correto dos solos garante a reservação natural de água; e a proteção de nascentes melhora a qualidade da água e protege as encostas de erosões.

No espaço, também foram apresentadas tecnologias de saneamento e de reúso da água, como a Cisterna de Placas, que capta, armazena e conserva a água proveniente das chuvas e ajuda no enfrentamento de épocas de seca. Uma cisterna, inclusive, foi inaugurada na EEC para servir como modelo aos agricultores e visitantes da Estação durante as atividades de transferência de tecnologia. 

A estação foi coordenada pelos pesquisadores Adalberto Miura e Letícia Penno de Sousa. Ela destacou a importância da conservação e reutilização da água. “Sem água não temos lavouras e nem animais nas propriedades. Para o público urbano a água também é essencial. Então, em função das mudanças climáticas que se mostraram muito fortes neste ano, trouxemos esse assunto”, explicou Letícia. 

AgroSocioBiodiversidade 

Na estação “AgroSocioBiodiversidade”, foram realizadas atividades voltadas à valorização da diversidade biológica e humana associada à agricultura, como uma Mostra e Troca de Sementes Crioulas entre os agricultores. Para o pesquisador Gilberto Bevilaqua, essa mostra é a principal novidade da estação neste ano. “É um espaço para a participação e contribuição dos guardiões que trazem amostras de sementes que são trocadas, proporcionando interação e troca de conhecimentos”, explica.  

Também foram demonstradas técnicas de manejo e de produção de sementes; e apresentada a ideia das casas de sementes - espaços para a conservação e multiplicação de variedades. A ideia é fomentar a formação de uma rede com foco na recuperação do acervo de variedades e características genéticas perdidas com o tempo e com a crise climática recente. 

Sistemas de Produção Biodiversos 

A estação de Sistemas de Produção Biodiversos destacou algumas tecnologias e experiências que promovem a resiliência na produção de alimentos, frutas, grãos e hortaliças a partir de um ambiente diversificado. Para os pesquisadores, a diversidade é condição essencial para a promoção de um ambiente equilibrado, resiliente e capaz de suportar dificuldades como a falta ou o excesso de água.

O Projeto Quintais, que distribui kits com mais de 40 espécies para produção numa mesma área, é um exemplo, que, a partir da diversidade, favorece a manutenção da biodiversidade e de microrganismos benéficos no solo. As Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) também foram destacadas por sua facilidade de ocorrência no próprio ambiente, sem manejo específico. Outra estratégia é o Galinheiro Móvel, que demonstra a produção de alimentos num contexto de produção diversificada. 

Lançado em setembro, o Observatório das Agroflorestas do Extremo Sul do Brasil também foi apresentado na estação porque mapeia e reúne on-line Sistemas Agroflorestais (SAFs) do território, indicando as principais espécies, produtos e benefícios de cada um desses sistemas biodiversos. Além disso, o SAF Vitrine da EEC mostrou na prática a diversidade de culturas agrícolas integradas com espécies arbóreas. 

Bioinsumos 

Por fim, na estação sobre Bioinsumos, foram apresentadas formas de preparo e aplicação de produtos orgânicos, como o extrato pirolenhoso, um fertilizante extraído a partir da confecção do carvão. Alternativas de fertilizantes à base de micro-organismos e suas funções na agricultura também foram destaques da estação, além de diversos produtos e métodos alternativos para o controle de pragas, como a mosca-das-frutas. 

Os bioinsumos são tecnologias sustentáveis utilizadas no controle de pragas e doenças, no estímulo ao crescimento das plantas e na fertilização dos solos. Cada vez mais presente em sistemas de produção, o objetivo desse tipo de produto é responder às demandas da agricultura sustentável, promovendo fórmulas que possam substituir os agrotóxicos.

Sobre o Agroecologia 2024

De 4 a 6 de dezembro, o Agroecologia 2024 reuniu, além do 19º Dia de Campo da Agroecologia, a 2ª Ciranda Agroecológica, a 3ª Feira de Agroecologia e a 2ª Mostra Cultural e Artística. Além disso, como novidade, passou a abrigar Mostra e Troca de Sementes Crioulas, Exposição de Máquinas para a Agricultura Familiar e Seminário Técnico de Agroecologia na Embrapa. O evento é promovido pela Embrapa Clima Temperado, Emater/RS-Ascar, Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (Capa) e UFPel.

Kaique Cangirana (sob orientação de Francisco Lima) (13696 DRT/RS)
Embrapa Clima Temperado

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