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Embrapa celebra agricultura familiar no Maranhão
Dos dias 4 a 7 de dezembro, em São Luís, foi realizada a 2ª Feira Maranhense da Agricultura Familiar - FEMAF, com a presença de inovações tecnológicas da Embrapa Cocais e da Embrapa Algodão. O evento tem como objetivo central promover o fortalecimento da agricultura familiar, destacando inovações tecnológicas, capacitações e iniciativas dos produtores rurais, além de evidenciar as riquezas e potencialidades territoriais que impulsionam a melhoria socioeconômica dos agricultores familiares e a sustentabilidade da produção no Maranhão. Este ano, a feira passou a integrar o Circuito das Feiras da Agricultura Familiar do Nordeste.
A Embrapa Cocais participou com o painel “Inovação e inclusão socioprodutiva com o babaçu e quebradeiras de coco”, conduzido pela pesquisadora Guilhermina Cayres, e a palestra "Melhoria da qualidade da farinha", pelo pesquisador José de Ribamar Costa Veloso. Também realizou mostra em realidade virtual de tecnologias, como o Sisteminha, os alimentos com babaçu, a Roça Sustentável e os Sistemas Agroflorestais, entre outras. A Unidade da Embrapa no Maranhão também marcou sua presença no estande do Consórcio Federal, formado pela união de instituições federais presentes no estado, como Embrapa, Ministério da Agricultura e Pecuária – Mapa, Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar – MDA, Ministério da Pesca e Aquicultura – MPA e Companhia Nacional de Abastecimento - Conab. O chefe-geral, Marco Bomfim, recebeu o Troféu Babaçu pelas pesquisas desenvolvidas em parceria com as quebradeiras de coco. "A presença da Embrapa no evento mostra a atuação da Empresa no atendimento aos produtores de todos os portes, incluindo agroextrativistas. No Maranhão, a agricultura familiar é uma força e conta com o importante apoio da pesquisa agropecuária, em interação com os produtores, o setor público e a sociedade civil", destaca.
O painel “Inovação e inclusão socioprodutiva com o babaçu e quebradeiras de coco” foi apresentado pela chefe-adjunta de transferência de tecnologia, Guilhermina Cayres, pela quebradeira de coco Antonia Vieira, da comunidade quilombola Pedrinhas Clube de Mães e pela professora Glória Bandeira, da Universidade Federal do Maranhão - UFMA. O objetivo do painel foi abordar a importância do coco babaçu e as diversas possibilidades que ele oferece na área da pesquisa, gastronomia, economia, cultura e a identidade social das quebradeiras de coco. O destaque ficou por conta dos novos produtos alimentícios oriundo do babaçu - biscoito, leite, queijo, hambúrguer e gelado - desenvolvidos graças à parceria entre a pesquisa e quebradeiras de coco. Na ocasião, Guilhermina ressaltou que essas tecnologias não são patenteadas e sim de livre acesso. “Em breve serão publicados vídeos demonstrando como os produtos são preparados”.
Gloria Bandeira conta que a parceria surgiu da necessidade de trazer mais qualidade e segurança para comercializar os produtos. “O trabalho na formulação de alimentos com as quebradeiras de coco foi baseado na troca de conhecimento, entre as experiências delas e o conhecimento técnico com análises em laboratório e testes sensoriais”, lembra. Antonia contou sobre sua vida e trajetória como quebradeira de coco e empreendedora dos alimentos e o sucesso dos seus produtos. Houve também a participação da secretária-adjunta de Biodiversidade e Tecnologias Sociais, Marileide Costa, que falou sobre a importância do babaçu para o Maranhão. “Há ancestralidade, há significado, há saberes ali. E, principalmente, o babaçu, em todas as suas possibilidades, pode nos ajudar a mudar o retrato que hoje nós temos de muitas famílias maranhenses”.
Maquete do Sisteminha é destaque
A Estação do Conhecimento Vale de Arari-MA, em parceria com a Embrapa e por meio do Núcleo de Desenvolvimento Rural, implantou o Sisteminha em sua sede e ainda atende as famílias na região do município, atingindo o marco de 100 famílias atendidas. Durante a FEMAF, a Estação Conhecimento trouxe como destaque a maquete do Sisteminha, um recurso visual que mostra, de forma prática, os módulos principais da tecnologia. “O objetivo é mostrar o quanto o Sisteminha tem impactado as vidas e mostrar a importância da tecnologia”, conta Adriano Dutra, coordenador de projetos rurais. O técnico agrícola Franklin, que esteve apresentando a maquete, disse que houve grande procura e aprovação do público. “As pessoas estão se maravilhando e querendo replicar nas casas, nas comunidades. Estamos sendo demandados para atender mais pessoas”.
Presença da Embrapa Algodão
A convite da SAF e em convênio com o Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA e Consórcio Nordeste, uma equipe da Embrapa Algodão apresentou o projeto Algodão Agroecológico em Consórcios com Culturas Alimentares no Semiárido Brasileiro, a ser desenvolvido em Alcântara-MA, especificamente na comunidade quilombola de São Maurício. De acordo com o pesquisador Frederico Lisita, ainda não existe cadeia produtiva de algodão agroecológico no estado. A ideia é oferecer aos produtores uma solução sustentável que respeite os princípios da agroecologia e beneficie a população local. O trabalho é realizado em parceria com associações locais, cooperativas e empresas de moda sustentável, garantindo uma rede colaborativa eficiente.
Uma das principais premissas do projeto é a utilização de consórcios agrícolas, ou seja, o algodão não será cultivado em monocultura, o que é considerado arriscado para a segurança alimentar. "O algodão será cultivado junto a outras culturas alimentares ou forrageiras, garantindo que os agricultores continuem produzindo alimentos e mantendo a diversificação em suas lavouras", ressaltou Frederico Lisita. Esse modelo é especialmente importante em regiões semiáridas, onde muitos agricultores dependem da pecuária para a sua subsistência.
A agroecologia também é um dos pilares do projeto. Não será utilizado nenhum insumo químico industrial; ao invés disso, a agricultura será baseada em práticas como rotação de culturas, uso de bioinsumos e controle biológico de pragas. Outro diferencial do projeto é a comercialização justa do algodão, que será vendido com valor agregado. Ao invés de ser comercializado como uma commodity, o algodão agroecológico terá um preço significativamente mais alto, podendo chegar a até duas vezes e meia o valor do algodão convencional. Isso garante que os agricultores obtenham um retorno mais justo pelo seu trabalho e pelo cultivo sustentável. Além disso, a metodologia utilizada é a da Unidade de Aprendizagem e Pesquisa Participativa (UAP), que envolve os agricultores diretamente nas atividades de capacitação e pesquisa, tornando-os protagonistas no processo de inovação agrícola. "Todas as atividades de capacitação e pesquisa são feitas junto aos agricultores, permitindo que eles se apropriem das novas técnicas e adaptem-nas às suas realidades", completou.
2° Concurso de Melhor Farinha D´água
Durante o evento, foi realizado o segundo concurso para eleger a Melhor Farinha d'Água do Estado, iniciativa que destaca a importância da agricultura familiar e a valorização de um dos alimentos mais tradicionais da cultura maranhense. A coordenadora do evento, Gisele Freitas, explicou que o concurso busca fortalecer a produção local, reconhecendo o trabalho dos agricultores familiares, especialmente em um estado onde a farinha d'água é uma base alimentar fundamental, assim como o arroz e o feijão. "Esse concurso tem uma importância muito grande para o Maranhão, pois visa valorizar os agricultores familiares que desempenham um papel essencial na alimentação do nosso povo. A farinha d'água é um alimento básico, presente na mesa dos maranhenses, e queremos dar visibilidade a esses produtores", afirmou Gisele Freitas. A procura pelo evento tem sido intensa, e Gisele destaca a receptividade do público. "Os maranhenses são apaixonados por farinha, e o concurso está sendo muito bem recebido. As pessoas estão vindo, experimentando as farinhas e ajudando a decidir qual será a campeã deste ano", completou.
Com 31 amostras de farinha d'água provenientes de 15 municípios do Maranhão, o evento atraiu grande público. Os visitantes que queriam participar, tiveram a oportunidade de se cadastrar, experimentar as diversas farinhas e votar na sua preferida. Além da votação do público, também houve um júri técnico especializado, que incluiu profissionais das áreas de agronomia, gastronomia, cultura popular, além de servidores de órgãos públicos.
A vencedora desta edição do concurso foi Terezinha de Jesus Lima Oliveira, do Povoado Braço, em Barreirinhas, que levou um prêmio de R$ 12 mil.
Festival Gastronômico do Babaçu
Um festival gastronômico de coco babaçu é uma iniciativa essencial para valorizar esse recurso natural e destacar sua versatilidade. Com o objetivo de promover e incentivar o uso e consumo do babaçu, o festival trouxe diversos pratos e produtos que utilizam o coco babaçu como ingrediente central, os chef de cozinha Miguel Moisés e o Chef Gopa prepararam pratos em tempo real. Durante toda a Feira, quebradeiras de coco estiveram em um estande também representando o Festival Gastronômico de Babaçu, fazendo exposição de alimentos como o sorvete, biscoitos e cocada destacando a qualidade e o valor nutricional dos alimentos derivados da matéria-prima. Antonia Vieira, gestora da Agroindústria derivada do babaçu que recebeu homenagem por ter vendido mais produtos derivados do babaçu na feira, conta que o evento foi uma oportunidade de contar um pouco da sua história e apresentar mais do seu trabalho.
A FEMAF é uma promoção do Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Agricultura Familiar, e do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), com o patrocínio da Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste, cooperação da GIZ e do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).
Flávia Bessa (MTb 4469/DF)
Embrapa Cocais
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Samara Regina (Colaboração)
Embrapa Cocais
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