9 estados brasileiros
Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais
800 mil
quilômetros quadrados
932
espécies de plantas
178
espécies de mamíferos
591
espécies de aves
177
espécies de répteis
79
espécies de anfíbios
241
espécies de peixes
43
espécies da fauna ameaçadas
46
espécies da flora ameaçadas
Atenção, leitor! Hoje a lição vem das tribos tupis-guaranis, que já habitavam o Brasil muito antes da chegada dos colonizadores portugueses. Os índios deram nome a um dos principais biomas da região Nordeste do País: a Caatinga – caa quer dizer “mata”, e tinga quer dizer “branca”. A mata branca, que ocupa pouco mais de um décimo do território nacional, forma-se em regiões de clima árido e semiárido, onde as chuvas são escassas e as secas podem durar até nove meses.
Os solos do bioma Caatinga são rasos, pedregosos e pouco permeáveis. Assim, a maior parte da água das chuvas evapora, em vez de penetrar no chão. Por sua vez, os rios da região são, em sua maioria, temporários – ou seja, ficam cheios em determinadas épocas do ano e têm o leito seco nos outros meses. Com todas essas características, você pode estar pensando que nenhuma espécie vegetal ou animal escolheria como lar a Caatinga, não é? Pois se enganou!
Várias plantas e bichos acostumados a condições extremas fazem deste bioma a sua casa. No primeiro grupo, os arbustos são predominantes, e as espécies são adaptadas para sobreviver à falta de água. Por exemplo: algumas delas mantêm pequenas folhas, e outras ficam totalmente sem suas folhas durante o período da seca – dois tipos de adaptação que permitem às plantas perder menos água. As chamadas plantas “suculentas”, como cactos e bromélias, armazenam bastante água em seu interior e, assim, podem suportar a falta de chuva. Outras espécies, ainda, têm raízes tuberosas, ou seja, crescem debaixo da terra, e, como principal característica, têm grandes reservas de substâncias. Portanto, são capazes de guardar água e nutrientes: é o caso do umbuzeiro.
Além da flora, a fauna da Caatinga é também um verdadeiro desfile de animais especializados em enfrentar o clima seco. Vários répteis, como o teiú e calangos, e aves, como a asa-branca e a arara-maracanã-verdadeira, podem ser encontrados na região. Entre os mamíferos, os morcegos e os roedores são maioria.
O mocó, roedor dócil que chega aos 40 centímetros de comprimento, vive nas sombras de rochedos e de lajes de pedra, onde há mais umidade. O rato-bico-de-lacre aproveita arbustos e até abrigos de outros animais, como cupinzeiros e ninhos de passarinho, para se proteger do calor. Já o tatu-bola evita sair durante o dia e deixa para realizar suas atividades à noite, quando as temperaturas são mais frescas.
Os anfíbios, que geralmente preferem ambientes úmidos, também desenvolveram, no bioma Caatinga, “estratégias” para lidar com o clima árido. Alguns se enterram no solo durante os períodos secos e só saem após as primeiras chuvas, para se reproduzirem. Outros vivem abrigados em plantas, como a perereca-verde-pequena.
Algumas espécies vivem apenas nas poucas áreas de floresta que ainda existem na Caatinga – é o caso do macaco-guariba e do guigó-da-caatinga. Outras, como o jacaré-de-papo-amarelo, típico da região, vivem nas margens dos riachos, o que lhes garante água para sobreviver.
Apesar de rica, a fauna do bioma Caatinga vem sofrendo baixas – algumas espécies já foram extintas na natureza, como a ararinha-azul (os poucos exemplares vivem em cativeiro); outras estão em risco de extinção, como o tatu-bola, a onça-parda e o soldadinho-do-araripe. Além da caça, também o desmatamento contribui para isso, pois intensifica ainda mais a aridez do bioma.
Como muitas espécies só existem no bioma Caatinga, você já pode imaginar o quanto a sua preservação e conservação são fundamentais. Mas não é isso que está acontecendo: são poucas as iniciativas de conservação e, até agora, o bioma já perdeu quase metade de sua vegetação original. A extração de madeira, a criação de animais domésticos em áreas muito extensas, a agricultura e as queimadas têm prejudicado bastante a região, e, se nada for feito, será impossível recuperá-la. Isso seria uma pena, não acha?
Volte, ararinha-azul!
Infelizmente, esta bela espécie do bioma Caatinga desapareceu da natureza brasileira. Foi vista pela última vez em 2000! Disputada por colecionadores desde o século 19, a ararinha-azul enfrentou também a destruição de seu habitat e, hoje, existe apenas em cativeiro. Há, porém, esforços para reintroduzi-la na natureza – quem sabe, um dia, poderemos vê-la voando novamente?! Para descobrir como é a ararinha-azul, ligue os pontos a seguir. Não se esqueça de colorir o seu desenho para deixá-lo ainda mais bonito!