1 estado brasileiro
Rio Grande do Sul
178 mil
quilômetros quadrados
3 mil
espécies de plantas
70
tipos de cactos
102
espécies de mamíferos
476
espécies de aves
50
espécies de anfíbios
97
espécies de répteis
50
espécies de peixes
146
espécies de plantas ameaçadas de extinção
49
espécies da fauna ameaçadas de extinção
Bem ao sul do Brasil, lá na terra do chimarrão e do churrasco, está o único bioma brasileiro restrito a apenas um estado. Cerca de dois terços da área do Rio Grande do Sul são ocupados pelo Pampa: uma extensa área de campo natural.
Foto: Enio Sosinski e desenhos de Ana Szerman
Ema, perdiz, joão-de-barro, quero-quero e caturrita são algumas das aves que escolhem o Pampa como lar. O charmoso sapinho-de-barriga-vermelha se destaca entre os anfíbios. Já entre os mamíferos, há tuco-tucos, furões e veados-campeiros, entre outros. O zorrilho – cujo nome vem do espanhol e significa “raposinha” – é um dos mais curiosos: ao sentir uma ameaça, ele produz um cheirinho tão ruim que ninguém aguenta ficar por perto!
A ocupação do Pampa para atividades econômicas começou com a chegada dos espanhóis e dos portugueses à região. Desde o século XVII, há criações de gado por lá – afinal, os campos pareciam, aos olhos dos exploradores, boas pastagens naturais! Por sorte, em vez de prejudicar a vegetação, a presença do gado permitiu a sua conservação: a ação dos animais que pastam é benéfica para a manutenção das principais espécies de gramíneas e leguminosas do bioma. Parece um jeito perfeito de unir atividades humanas e conservação da natureza, certo?
No Planalto Médio e na área ocupada pelas Missões, a cobertura original – conhecida como campo de barba-de-bode – já foi praticamente destruída para dar lugar às atividades agrícolas. A mineração, a ocupação por espécies invasoras e a caça também ameaçam a natureza local. Mesmo com todos esses problemas, o bioma não conta com áreas de preservação suficientes nem está na lista das prioridades em conservação ambiental.
Assim, a história pode não estar caminhando para um final feliz. Embora, no passado, a exploração do Pampa tenha sido marcada pela convivência tranquila entre o homem e o meio ambiente, mais recentemente as novas formas de uso da terra têm contribuído para um rápido desaparecimento da vegetação nativa, que já foi reduzida à aproximadamente um terço da vegetação original.
Talvez quem olhe para o Pampa não encontre uma fauna exuberante como a da Amazônia, ou uma floresta de tirar o fôlego como as que existem na Mata Atlântica. À primeira vista, o bioma parece bem mais simples do que os outros, mas não se engane, pois isso não quer dizer que ele seja menos importante! Pelo contrário, os campos do Pampa contribuem – e muito – para a absorção de carbono da atmosfera e o controle da erosão, por exemplo. Nesse bioma, há mais de 3 mil espécies vegetais, muitas delas endêmicas (só ocorrem nessa região), bem como várias espécies da fauna, que dependem dos campos para a sua manutenção.
Assim, fica a certeza de que precisamos, como nossos antepassados, encontrar um jeito de aproveitar os recursos naturais do Pampa, de maneira sustentável. Valorizar as formas de produção tradicionais é um exemplo de como podemos colocar isso em prática. E você, tem outras ideias que possam contribuir para isso?