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Ilustração Bioma Pantanal

2 estados brasileiros
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul

151 mil
quilômetros quadrados

2 mil
espécies de plantas

152
espécies de mamíferos

36
espécies de mamíferos ameaçadas

582
espécies de aves

188
espécies de aves ameaçadas

47
espécies de anfíbios

127
espécies de répteis

269
espécies de peixes

Brinque com ciência- Biomas do Brasil

Junho, julho, agosto. Após alguns meses sem chuva, a paisagem pode parecer desoladora: os campos e as lagoas secam, os pássaros voam e vão cantar em outro lugar, os mamíferos saem em busca de pequenas fontes de água para matar sua sede. Até que um dia... cabrum! Chove, chove, chove! E as águas invadem a planície, nutrindo o solo e levando vida a milhares de espécies de plantas e animais. Os meses de verão que vêm em seguida, então, são de fartura e abundância. Mas aí chega outro inverno e, com ele, uma nova seca. Começa tudo outra vez...

Todos os anos, o Pantanal – bioma que ocupa parte da região Centro-Oeste do Brasil, nos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, próxima às fronteiras com a Bolívia e o Paraguai – enfrenta o mesmo ciclo climático: um inverno bastante seco e um verão quente e chuvoso. Os cientistas chamam isso de “pulso de inundação”, e essa dança das águas é a marca registrada do bioma.

Nas partes mais baixas do Pantanal, o período de inundações pode durar até oito meses, enquanto, nas partes ligeiramente mais altas, as cheias são mais curtas, com apenas três ou quatro meses de duração. Por isso, a vegetação que cobre as diferentes partes desse bioma pode variar bastante. São conhecidas, até hoje, mais de duas mil espécies de plantas; algumas delas, exclusivas da região – é o caso, por exemplo, de dois tipos de amendoim selvagem e de uma rara orquídea aquática (Habenaria aricaensis) encontrada por lá.

tuiuiú , jacaré , vitoria régia nas águas do Pantanal

Se a flora é de tirar o fôlego, a fauna não fica atrás! O tuiuiú, ave símbolo do bioma, pode ser facilmente avistado. Mamíferos ameaçados, como onças-pintadas, tamanduás-bandeira e ariranhas têm sua população mais numerosa no Pantanal, onde estão mais protegidos. Jacarés, sucuris, cágados-cabeçudos, araras-azuis, águias-cinzentas e garças também podem ser vistos por lá. Uma grande parte das aves, porém, vira e mexe, bate as asas e vai voar em outra vizinhança: são aves migratórias, ou seja, espécies que vivem viajando longos trajetos. Para você ter uma ideia, algumas voam desde o Canadá até a Argentina, aproveitando a melhor época do ano – a de maior oferta de alimentos – em cada região do continente.

Uma boa notícia é que o Pantanal é o bioma mais preservado do Brasil, por manter, ainda, 84% de sua paisagem original. Por isso, muitas espécies de animais e de plantas vivem lá, o que é difícil de ver em biomas como a Mata Atlântica e o Cerrado. Um fator que contribui muito para isso é a convivência harmoniosa dos homens com a natureza, uma tradição que começou com os índios que lá viviam antes da chegada dos portugueses. Aqueles já aproveitavam recursos naturais, como peixes, mamíferos, aves, caramujos e plantas, de forma sustentável, ou seja, sem prejudicar o equilíbrio dos ecossistemas.

E tal harmonia continuou após a colonização europeia, quando o Pantanal foi ocupado, principalmente para a criação de bovinos, por causa de seus campos fartos e de suas pastagens nativas.

Os rios que formam o Pantanal nascem nos planaltos que o cercam. Por isso,  a conservação do bioma deve começar também fora dele. É fundamental preservar as matas das margens das nascentes, evitando assim a erosão, e acabar com a poluição das águas, causada por derramamento de esgotos e de agrotóxicos, por exemplo.

Para que essa harmonia entre homem e natureza dure ainda por muitos e muitos anos, é imprescindível conscientizar os turistas e a população local da importância de se conservar a região evitando o desmatamento, combatendo a caça de animais silvestres e tendo muito cuidado durante a navegação dos rios.