De 14 a 18 de outubro, a engenheira-agrônoma Janay Almeida dos Santos-Serejo, pesquisadora da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária, participo como instrutora do curso sobre melhoramento por mutação e técnicas de aumento de eficiência para resistência à raça TR4 da murcha de Fusarium, em Seibersdorf (Áustria). Causada pelo fungo Fusarium oxysporum f.sp cubense, a murcha é a doença mais destrutiva da cultura, ainda sem controle definitivo e presente em diversos países. A pesquisadora foi convidada pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para ministrar aulas teóricas e práticas sobre cultura de tecidos de banana (micropropagação, embriogênese somática e suspensões celulares) para 14 pesquisadores da Ásia, África e América Latina – mais especificamente Brasil, Colômbia, Comoros, Costa Rica, Equador, Gana, Indonésia, Malásia, Panamá, Paraguai, Filipinas, África do Sul, Santa Lucia e Venezuela. O outro instrutor foi Stefaan Werbrouck, professor da Ghent University (Bélgica). Do Brasil, recebeu o treinamento Ana Francisca Tiburcia Amorim Ferreira e Ferreira, professora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). O treinamento fez parte do projeto de cooperação técnica “Fortalecimento das capacidades dos estados-membros para combater a murcha de Fusarium da banana (TR4) através da detecção precoce, novas variedades resistentes e manejo integrado”. Em 2023, Janay participou de outras atividades importantes do projeto. Em Cruz das Almas, de 28 de agosto a 1º de setembro, foi uma das instrutoras do “Curso de formação regional para resistência ao Fusarium via mutagênese em bananeira”. Já de 16 a 27 de outubro, esteve em evento na Austrália para conhecer como o país está manejando a raça tropical 4 de Fusarium. Pesquisadora da Embrapa Mandioca e Fruticultura desde 2002, Janay é curadora do Banco de Germoplasma de Bananeira (o maior da América Latina), atua no Programa de Melhoramento de Bananas e Plátanos e participa de diversos outros projetos internacionais. Murcha de Fusarium O fungo pode entrar por diferentes vias: solo contaminado carregado em sapatos, ferramentas, mudas de bananeira (visivelmente sadias, mas infectadas) e plantas ornamentais, que podem também ser hospedeiras. As pesquisas já desenvolvidas pela Embrapa nas áreas de melhoramento genético e de manejo da doença em relação às raças existentes no Brasil são um marco referencial para o combate de um eventual surto de R4T no País. A Embrapa monitora as populações do patógeno existentes no território brasileiro, o que auxiliará na seleção e na recomendação de variedades e até numa detecção oportuna de um foco. A doença já ocorre na Austrália, Filipinas, Malásia, Indonésia, Taiwan, China, Omã, Jordânia, Moçambique, Colômbia e Peru, onde o foco foi identificado em 2020. A presença da praga em dois países vizinhos com fortes laços de amizade e comerciais deixa o Brasil em permanente estado de alerta.