Memória Embrapa
História das Unidades
Embrapa Agrobiologia
A Embrapa Agrobiologia teve início nos anos de 1950, com um grupo de pesquisadores sob a liderança da Dra. Johanna Döbereiner, que atuava na área de Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), do antigo Centro Nacional de Ensino e Pesquisas Agronômicas, do Ministério da Agricultura.
Em 1989, ocorreu sua transformação em Centro Nacional de Pesquisa de Biologia do Solo e em 1993 passou a ser denominado Centro Nacional de Pesquisa de Agrobiologia, cujo nome síntese é Embrapa Agrobiologia, estando localizado no Município de Seropédica, RJ.
Além de ser um referencial para pesquisa e treinamento voltado para os avanços do conhecimento na área de Biologia do Solo e, principalmente, na área de FBN, o Centro ampliou, consideravelmente, sua área de atuação na última década, tornando-se pioneiro, dentro da Embrapa, no desenvolvimento de pesquisa em agricultura orgânica.
Os resultados das pesquisas desenvolvidas nessa área serviram de base para o estabelecimento da tecnologia empregada na implantação da cultura da soja no Brasil. O uso de inoculantes contendo rizóbio permitiu a eliminação do uso de adubos nitrogenados na cultura, melhorando a competitividade da soja brasileira no mercado externo, além de contribuir para a preservação do meio ambiente.
As pesquisas desenvolvidas pelo Centro também demonstraram a importância da contribuição da FBN na cultura da cana-de-açúcar e em outras espécies não leguminosas que, juntamente com a descrição de nove novas espécies de bactérias fixadoras de nitrogênio, trouxeram para a Embrapa Agrobiologia o reconhecimento internacional. Toda a experiência acumulada sobre os processos biológicos do solo serviram de base para os estudos de manejo sistêmico em agricultura orgânica.
Embrapa Agroindústria de Alimentos
A Embrapa Agroindústria de Alimentos originou-se da fusão de três instituições existentes no Município do Rio de Janeiro com longa tradição de pesquisa: o Instituto de Tecnologia Alimentar, o Instituto de Tecnologia de Óleos e o Instituto de Tecnologia de Bebidas e Fermentações. Em 1971, como resultado dessa fusão, foi criado o Centro de Tecnologia Agrícola e Alimentar (CTAA), que desenvolvia suas atividades em instalações físicas divididas entre os bairros do Maracanã e Jardim Botânico.
A partir de 1973, com a fundação da Embrapa, o Centro foi incorporado à Empresa como uma de suas Unidades Descentralizadas.
Em 1984, a Unidade foi transferida para novas instalações físicas, construídas no bairro de Guaratiba, quando assumiu também mandato de âmbito nacional e teve seu nome mudado para Centro Nacional de Pesquisa de Tecnologia Agroindustrial de Alimentos. Ao final da década de 1990, com a implantação da Política de Comunicação da Embrapa, passou a adotar o nome-síntese de Embrapa Agroindústria de Alimentos.
Embrapa Gado de Leite
A Embrapa Gado de Leite foi criada em 1976 e está sediada em Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais. Conduz suas atividades também em outras bases físicas, como o Campo Experimental de Coronel Pacheco (Coronel Pacheco, MG) e o Campo Experimental Santa Mônica (Valença, RJ), ou em parceria com as organizações estaduais de pesquisa, universidades e empresas privadas.
Para atender com mais eficiência todo o território nacional, a Embrapa Gado de Leite expandiu a sua área de atuação com a criação de Núcleos Regionais de Pesquisa e Transferência de Tecnologia para o Setor Leiteiro. Os Núcleos estão instalados em algumas das principais bacias leiteiras do País. No início de 2000 entrou em funcionamento o Núcleo Centro-Oeste, em Goiânia, GO. Em 2001, foram instalados os Núcleos Nordeste, em Aracaju, SE, e Sul, com pólos em Londrina, PR e Pelotas, RS.
Embrapa Agricultura Digital
Em 1985, durante a vigência da reserva do mercado de informática, não se vislumbrava com clareza o futuro da tecnologia no Brasil. Nesse contexto, a Diretoria-Executiva da Embrapa firmou convênio com o Centro Tecnológico para Informática (CTI), que era vinculado à Secretaria Especial de Informática (SEI), da Presidência da República, com o objetivo de desenvolver o projeto denominado Fábrica de Software. Foi criado, assim, o Núcleo Tecnológico para Informática Agropecuária (NTIA), funcionando nas instalações do CTI, atual Centro Nacional de Pesquisas Renato Archer (CenPRA).
Em 1993, o Núcleo recebeu status de centro nacional e transformou-se no atual Centro Nacional de Pesquisa Tecnológica em Informática para a Agricultura (CNPTIA). Nesse ano foi celebrado convênio com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), para a cessão de uso de terreno na Cidade Universitária Zeferino Vaz, onde seria construída a futura sede da Unidade, com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no âmbito do Programa de Modernização Tecnológica da Agropecuária (Promoagro).
No início de 1996, a inauguração da sede própria da Unidade representou a consolidação da infra-estrutura adequada para desenvolvimento dos trabalhos de pesquisa. Ainda em 1996, em decorrência da implantação da política de comunicação da empresa e com o objetivo de fortalecer a marca Embrapa, foram criados os nomes-sínteses das Unidades e o CNPTIA passou a ser denominado Embrapa Informática Agropecuária. Em 2022, a assinatura síntese da Unidade passou a ser Embrapa Agricultura Digital.
Atualmente, é um centro de referência no desenvolvimento de projetos em tecnologia de informação aplicada ao agronegócio e atua nas áreas de engenharia de sistemas de software, computação científica, processamento de imagens, organização da informação, bioinformática e agroclimatologia, priorizando o uso de padrões abertos e o desenvolvimento de sistemas para a web.
Embrapa Instrumentação
A Embrapa Instrumentação Agropecuária nasceu em 1984, de uma decisão ousada de um grupo de pesquisadores que previam a união da Física com a agricultura. Localizada em São Carlos, interior de São Paulo, considerada a capital da tecnologia, o projeto da Unidade resultou em uma organização ímpar em termos mundiais, que vem produzindo resultados significativos.
Dentre as Unidades da Embrapa, é a única que combina físicos, engenheiros eletrônicos, engenheiros de materiais e de outras áreas das Ciências Exatas, com o conhecimento de agrônomos e veterinários. A Embrapa Instrumentação Agropecuária destaca-se no cenário nacional e internacional por seu pioneirismo em desenvolver tecnologias que permitem enxergar um átomo, ver o interior das frutas sem destruí-las ou ainda medir a degradação de pesticidas.
As principais linhas de pesquisa da Unidade abrangem a aplicação de novos materiais e novos sensores para a pesquisa e o desenvolvimento da agropecuária, estudos na área de nanotecnologia com aplicações usando microscópios com resolução atômica e de sensores e dispositivos nanoestruturados, que possibilitam obter informações e realizar procedimentos até recentemente considerados inviáveis, desenvolvimento de tecnologias simples para o saneamento básico que substitui as chamadas fossas negras, responsáveis pela contaminação do lençol freático.
Atua também na consolidação de estudos sobre substâncias húmicas e matéria orgânica dos solos, em especial para as regiões tropicais, em função não apenas dos aspectos relativos à fertilidade e conservação do solo, mas também por estar associado à emissão de gás carbônico do planeta, ao efeito estufa e às conseqüências climáticas globais.
Embrapa Meio Ambiente
Instituída em 1982 para resolver a problemática dos impactos causados pelos agroquímicos no ambiente e na saúde, a Unidade da Embrapa em Jaguariúna , SP, desenvolveu-se para muito além desse objetivo em mais de 20 anos de atuação. Dedicando-se ao estudo dos impactos ambientais da agricultura em seu sentido amplo, a Embrapa Meio Ambiente, em cooperação com outras organizações de P&D do setor produtivo, vem selecionando, adaptando e desenvolvendo tecnologias, práticas e formas de manejo adequadas às condições brasileiras, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do agronegócio nacional.
Coube à Embrapa Meio Ambiente delinear o compromisso de fomentar um desenvolvimento agropecuário economicamente viável, ecologicamente correto e socialmente justo, hoje expresso na missão corporativa nacional.
Desde sua fundação, a Embrapa Meio Ambiente tem trabalhado em três linhas temáticas complementares (manejo agroambiental, controle biológico de pragas, doenças e plantas invasoras e no desenvolvimento de tecnologias relacionadas com o uso de agrotóxicos) , trabalhando com uma infra-estrutura de mais de 4 mil metros quadrados de laboratórios e 130 hectares de campos experimentais.
Esses conhecimentos gerados pela Embrapa Meio Ambiente são aplicados na instrumentalização de Políticas Agroambientais. Os projetos de desenvolvimento metodológico para diagnóstico rural, educação agroambiental e avaliação de impactos e de sustentabilidade das atividades produtivas rurais têm permitido a proposição de sistemas de gestão ambiental dos estabelecimentos rurais e de territórios.
Embrapa Milho e Sorgo
Em 24 de fevereiro de 1975, a Diretoria Executiva da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária criou o Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo (CNPMS) como órgão integrante da estrutura descentralizada da Empresa. De acordo com deliberação da época, a Unidade foi criada com o objetivo de executar atividades de pesquisa visando à solução dos problemas que limitam o desenvolvimento das duas culturas.
Com a criação da Embrapa e a implantação do Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo na área da sede do Instituto de Pesquisa e Experimentação Agropecuária do Centro-Oeste (Ipeaco), agruparam-se as áreas da Estação Experimental de Sete Lagoas e do Posto Agropecuário às suas atividades, dando nova vida à atividade agropecuária em Sete Lagoas, com novo enfoque: pesquisar e coordenar pesquisas de produção de milho e sorgo na região e no País.
Dentro das diretrizes básicas do modelo institucional de pesquisa agropecuária traçado pela Embrapa, havia a recomendação da necessidade de execução direta da pesquisa, por meio de Unidades de âmbito nacional, ou seja, a implantação dos centros nacionais, com a finalidade de trabalhar com produtos de interesse nacional, além de recursos naturais. A esses centros nacionais de pesquisa competiria a condução direta de trabalhos de geração de tecnologia, mediante concentração interdisciplinar de pesquisadores, para um número limitado de produtos.
Embrapa Monitoramento por Satélite
Em decisão aprovada em sua 258ª reunião, realizada em 31 de maio de 1989, a Diretoria-Executiva da Embrapa criou o Núcleo de Monitoramento Ambiental e de Recursos Naturais por Satélite (NMA), localizado na cidade de Campinas, SP, para desenvolver pesquisas e prestar serviços no setor de monitoramento orbital das atividades agrícolas, apoiados em imagens de satélites.
Durante todos esses anos de pesquisas e conhecimentos difundidos na área de monitoramento por satélite, a Unidade adquiriu prestígio e credibilidade. Aliou-se ao Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária, atuando de forma indispensável nos cenários técnico e científico brasileiro e internacional, nas áreas de geoprocessamento e de monitoramento orbital da agricultura. A Unidade traz em seu histórico uma importante relação de parcerias e cooperações com instituições nacionais e internacionais.
Dezessete anos após sua origem o Núcleo transformou-se em uma das principais referências de monitoramento por satélite no Brasil e no exterior e, em 16 de maio de 2000, passou a ser denominado Centro Nacional de Pesquisa de Monitoramento por Satélite (CNPN), por meio de deliberação da Diretoria-Executiva da Embrapa. Atualmente é conhecida pelo nome-síntese de Embrapa Monitoramento por Satélite.
Embrapa Pecuária Sudeste
A área onde hoje está instalada a Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos, SP, foi uma fazenda de café até 1930, implantada no século 19, ainda no período da escravidão. A atual sede da administração era a casa grande e foi construída antes de 1880, mantendo até hoje as características arquitetônicas da época. Outras construções mais recentes, das décadas de 1930 e 1940, também são conservadas.
Com a crise mundial de 1929, a economia cafeeira entrou em forte declínio. O proprietário da fazenda, deputado e coronel Marcolino Lopes Barreto, endividado, entregou as terras aos bancos. No início da década de 1930, a fazenda foi repassada para o Ministério da Agricultura. Em 1935, o pesquisador e médico veterinário Antonio Teixeira Vianna chegou à fazenda para implantar uma estação experimental, iniciando os primeiros trabalhos de pesquisa. O local passou a se chamar Fazenda de Criação de São Carlos, mais conhecida como Fazenda Canchim, nome de uma árvore da região e também o nome dado à raça bovina desenvolvida na Embrapa Pecuária Sudeste a partir da década de 1940.
Em 1973, foi implantada a Embrapa, que incorporou as estações experimentais que então pertenciam ao Ministério da Agricultura, além de terem sido criados novos centros de pesquisa. Nesse processo, a Embrapa incorporou a Fazenda Canchim em 1975, que se tornou uma Unidade Experimental de Pesquisa de Âmbito Estadual (Uepae) da empresa. Em 1993, essa UEPAE transforma-se em centro de pesquisa, a Embrapa Pecuária Sudeste.
Embrapa Solos
A criação da Comissão de Solos do Serviço Nacional de Pesquisas Agronômicas (SNPA) no Ministério da Agricultura deu início aos levantamentos de solos no Brasil, com atribuições de mapear todo o País. A Comissão de Solos, criada por um ato interno do então diretor do SNPA, em 1947, promoveu a primeira Reunião Brasileira de Ciência do Solo, da qual resultou a fundação da atual Sociedade Brasileira de Ciência do Solo.
Em 1953, a Comissão de Solos foi reestruturada e, sob nova orientação, organizou um programa de reconhecimento dos solos do Brasil, com o objetivo de inventariar os recursos potenciais relativos aos solos do território nacional, iniciado em 1954 no Estado do Rio de Janeiro e Distrito Federal e, em 1955, iniciou o levantamento do reconhecimento dos solos do Estado de São Paulo.
A Comissão de Solos passou por uma nova reestruturação em 1957 e, sem interrupção, deu prosseguimento ao programa de elaboração da Carta de Solos do Brasil.
A trajetória da Comissão de Solos, inicialmente com atribuições normativas e assumindo atribuições executivas após a primeira reestruturação, acompanhou diversas mudanças de ordem administrativa, e, pela deliberação 022/1975, absorve a Divisão de Pesquisa Pedológica sob a denominação de Centro de Pesquisas Pedológicas (CPP), posteriormente Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos (SNLCS) passando, mais recentemente, a designar-se Centro Nacional de Pesquisa de Solos (CNPS), cujo nome síntese é Embrapa Solos. A Unidade teve sua missão ampliada e atualmente atua em novas áreas de pesquisa em parceria com outras instituições.