Unidades Mistas de Pesquisa e Inovação - UMIPIs
Unidade Mista é um modelo de cooperação entre instituições que permite a união de competências e o compartilhamento de infraestrutura, de recursos humanos e financeiros de forma sinérgica, a fim de obter resultados em comum, que não poderiam ser realizados isoladamente. São ambientes colaborativos de trabalho científico em que pesquisadores e técnicos da Embrapa compartilham instalações com profissionais de outras instituições do Brasil ou do exterior. Esse compartilhamento pode ocorrer tanto nas dependências da Embrapa, recebendo os parceiros externos, como nas instalações das instituições parceiras que acolhem especialistas da Empresa.
As Unidades Mistas permitem elevar a base de conhecimento da Embrapa e seus parceiros sem a necessidade de grandes investimentos em infraestrutura e pessoal, ampliando a capacidade de a Empresa desenvolver novas tecnologias e soluções. Além disso, as Unidades Mistas fortalecem parcerias de médio e longo prazo entre os atores do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA), fortalecendo o protagonismo da Embrapa neste ecossistema de inovação.
Conheça as UMiPs:
1) UMiP GenClima
A Unidade Mista de Pesquisa em Genômica Aplicada a Mudanças Climáticas (GenClima) é fruto de uma parceria entre a Embrapa e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Inaugurada em dezembro de 2012, ela tem o objetivo de criar um pipeline de descoberta e validação de genes por meio de transgenia, visando à produção de variedades mais adaptadas a condições ambientais exacerbadas por mudanças climáticas.
A UMiP GenClima é gerida por um coordenador geral indicado pela Unicamp e por um conselho constituído por pesquisadores da Embrapa e professores da universidade.
Um dos maiores frutos dessa parceria foi a criação do Centro de Pesquisa em Genômica Aplicada às Mudanças Climáticas (The Genomics for Climate Change Research Center – GCCRC).
Concebido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o GCCRC tem como missão desenvolver soluções biotecnológicas com o uso de técnicas de genômica, genética e biologia molecular para a adaptação de culturas agrícolas a altas temperaturas e deficiência hídrica.
2) UMIPTT Sudoeste do Paraná - PR
A Unidade Mista de Pesquisa e Transferência de Tecnologia (UMIPTT) paranaense nasceu de um acordo de cooperação técnica entre a Embrapa, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).
Baseada em uma modelagem inovadora de arranjo institucional, com atuação em pesquisa e transferência de tecnologia, a UMIPTT opera no campus da UTFPR, no município de Francisco Beltrão (PR).
Entre as atribuições dessa unidade está a articulação e identificação de demandas da região e a elaboração de soluções tecnológicas em parceria com os demais centros de pesquisa da Embrapa em todo o País. A UMIPTT foi projetada para beneficiar 42 municípios do Sudoeste do Paraná promovendo desenvolvimento econômico e social para a agricultura familiar.
Além do fortalecimento da bacia leiteira, da produção de frutas e hortaliças e da agregação de valor por meio de agroindústrias, os profissionais da UMIPTT também se ocupam de questões relacionadas à juventude rural e à sucessão das atividades na agricultura familiar.
3) UMIPTT Balsas - MA
A Unidade Mista de Pesquisa e Transferência de Tecnologia (UMIPTT) de Balsas (MA) é uma parceria entre a Embrapa, Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e Instituto Federal de Ciências e Tecnologia do Maranhão (IFMA) e conta com profissionais das três instituições.
Está instalada em local estratégico para beneficiar municípios do sul do Maranhão e do Piauí e do norte do Tocantins e é capaz de fortalecer arranjos produtivos locais e promover desenvolvimento da atividade agropecuária dessas regiões.
A UMIPTT foi projetada para abarcar estudos em diversas áreas da agropecuária, voltadas a pequenos, médios e grandes produtores. Além da soja, que é o principal produto agrícola local, há potencial de crescimento para o cultivo de milho (especialmente o de safrinha) e algodão, além de desafios para a produção de arroz de terras altas, feijão-caupi e mandioca. Há, ainda, outras necessidades, como de boas práticas de manejo, de zoneamento e inteligência territorial e certificação ambiental, informações sobre risco climático, entre outras.
4) UMIP Automação
Localizada em São Carlos, interior de São Paulo, a Unidade Mista de Pesquisa em Automação para Sustentabilidade Agropecuária une competências e recursos da Embrapa, da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Faz parte dessa UMIP o Laboratório de Referência Nacional em Agricultura de Precisão (Lanapre) que já realiza trabalhos da Embrapa Instrumentação e da Embrapa Pecuária Sudeste em parceria com essas universidades.
O objetivo principal dessa UMIP é definir, planejar, coordenar e executar ações de pesquisa e desenvolvimento de sistemas integrados de automação agropecuária, aplicações de internet das coisas (IoT), desenvolvimento e validação de sensores, gestão e sistemas de recomendação, big data, automação de aplicação discreta de insumos e manejos de rebanhos, e instrumentação agropecuária.
As atividades dessa cooperação técnica foram divididas em quatro macro-áreas: sensores; veículos aéreos não-tripulados (vants) e processamento de imagens; big data/internet das coisas (IoT); e insumos.
5) UMIPTT - Cinturão Citrícola
Para ajudar a enfrentar a doença bacteriana huanglongbing (conhecida também como HLB ou greening), principal ameaça à sustentabilidade da cadeia de citros no Brasil, e outras pragas e doenças que podem entrar no território brasileiro, a Embrapa, o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) e a Fundação de Pesquisas Agroindustriais de Bebedouro (Fupab) criaram a Unidade Mista de Pesquisa e Transferência de Tecnologia (UMIPTT) Cinturão Citrícola, sediada nos municípios de Araraquara e Bebedouro, região citrícola do Estado de São Paulo.
Participam dessa UMIPTT a Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA) e a Embrapa Instrumentação (SP).
A Unidade foi projetada para atuar no cinturão citrícola no estado de São Paulo, Triângulo Mineiro e noroeste do Paraná, com ênfase no manejo do HLB. Entre suas atribuições está a de desenvolver soluções sustentáveis com tecnologias de fronteira para os desafios da produção citrícola nacional, contribuindo para a sua competitividade. Ela também promove capacitações de técnicos, agricultores e estudantes.
6) UMIPI - Cacau
A Unidade Mista de Pesquisa e Inovação em cacauicultura (UMIPI Cacau) é fruto de uma parceria entre a Embrapa e a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), e tem como objetivo planejar, coordenar e executar um portfólio composto por programas, projetos e ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da cultura do cacau.
A UMIPI ficará sediada em espaço físico cedido pela Ceplac, no Centro de Pesquisas do Cacau, Km 22 da Rodovia Ilhéus–Itabuna. Os trabalhos serão ainda desenvolvidos no Centro de Pesquisa (Cepec/Ceplac), Laboratório de Fitopatologia Molecular e Estação Experimental Arnaldo Medeiros (Esarm) da Ceplac, em Ilhéus (BA); Estação de Recursos Genéticos José Haroldo (ERJOH) e Laboratório de Cultura de Tecidos, em Marituba (PA); Estação Experimental Paulo Morelli (Espam), em Medicilândia (PA); Estação Experimental de Ouro Preto do Oeste (Eseop), em Ouro Preto do Oeste (RO).
Inicialmente estarão envolvidas as seguintes Unidades da Embrapa: Embrapa Mandioca e Fruticultura, Embrapa Amazônia Oriental, Embrapa Rondônia e Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.
7) UMIPI - Oeste Paranaense
Em abril de 2023, com o objetivo de estruturar e implementar um ambiente compartilhado e colaborativo para PD&I no oeste do Paraná, a Embrapa, a Associação de Ensino, Pesquisa e Extensão Biopark (Biopark Educação) e o Parque Científico e Tecnológico de Biociências Ltda (Biopark) assinaram o ato de instalação da Unidade Mista de Pesquisa e Inovação (UMIPI) Oeste Paranaense.
O foco da UMIPI Oeste Paranaense é a geração de conhecimento e soluções tecnológicas que potencializam especialmente as cadeias produtivas de suínos, aves e peixes.
A unidade está localizada dentro do Parque Tecnológico - Biopark, facilitando a atuação das instituições em cooperação com startups incubadas ou com empresas já consolidadas, no desenvolvimento de ativos ou pré-ativos tecnológicos com potencial adoção pelas cadeias de produção de aves e suínos ou peixes, em favor da ampliação da sustentabilidade e competitividade.
A iniciativa de ter um braço da instituição na cidade foi da Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia (SC), motivada pela concentração de produtores e frigoríficos na região oeste do Paraná. A Embrapa Pesca e Aquicultura também integra a ação, considerando a produtividade da cadeia de peixes nas proximidades.
8) UMIPI DITAg
Unidade lançada em 17 de maio de 2024, em Salvador, é integrada pela Embrapa e pelo Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia do Senai (SENAI CIMATEC). A partir da parceria, as duas instituições vão compartilhar infraestruturas computacionais e equipes para o desenvolvimento de soluções digitais voltadas ao setor agropecuário em áreas como inteligência artificial, robótica, agricultura de precisão, internet das coisas, fotônica e rastreabilidade.
Além de um campus em Salvador, especializado em desenvolver pesquisas e inovações para a indústria, o SENAI CIMATEC possui um parque tecnológico de 4 milhões de m² no Polo Industrial de Camaçari, o SENAI CIMATEC Park, que comporta escalonamento de produção, testes de grande porte e desenvolvimento de protótipos em escala real. Em 2024 foi lançado o campus SENAI CIMATEC Sertão, com o objetivo de desenvolver tecnologias para impulsionar o progresso social, econômico e ambiental da região semiárida do Nordeste do Brasil.
A Embrapa participa da parceria por meio de dois de seus centros de pesquisa: a Embrapa Agricultura Digital (Campinas/SP) e a Embrapa Instrumentação (São Carlos/SP).