Embrapa Tabuleiros Costeiros
Apresentação
A Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju-SE), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária, é uma das Unidades Descentralizadas de Pesquisa da Embrapa. Criada em 1993 com sede em Aracaju, tem suas origens nas antigas Unidade de Execução de Pesquisa de Âmbito Estadual de Quissamã – UEPAE de Quissamã, criada em 1975, UEPAE de Aracaju, transferida para a capital em 1978, e Centro Nacional de Pesquisa de Coco – CNPCo, de 1985.
Além de sua sede, conta com uma Unidade de Execução de Pesquisa e Desenvolvimento (UEP) em Rio Largo, Alagoas, campos experimentais nos municípios de Frei Paulo, Nossa Senhora das Dores, Itaporanga d'Ajuda e Umbaúba, em Sergipe, e uma área experimental em Propriá, também em Sergipe, e outra em Penedo, Alagoas.
A Unidade tem como áreas de atuação a ecorregião dos Tabuleiros Costeiros – platôs de origem sedimentar que acompanham todo o litoral nordestino – e a Baixada Litorânea – a orla marítima, onde estão incluídas restingas, dunas e manguezais –, atingindo os estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, em quase 10 milhões de hectares de área.
Com mais de 200 empregados atuando em sua sede, UEP, campos e áreas experimentais, a Embrapa Tabuleiros Costeiros é referência internacional em pesquisa agropecuária para a região.
Área de Atuação
A área de atuação da Embrapa Tabuleiros Costeiros atinge os estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, e foi definida tomando-se por base as grandes unidades de paisagem Tabuleiros Costeiros e Baixada Litorânea, do "Zoneamento Agroecológico do Nordeste", realizado pela Embrapa.
Como áreas de atuação foram consideradas ainda paisagens do cristalino associadas ao Agreste e à Zona da Mata, onde historicamente a Unidade desenvolve ações de pesquisa. Essas paisagens são genericamente denominadas neste documento como "Áreas Adjacentes".
Caracterização
Os Tabuleiros Costeiros acompanham o litoral de todo o Nordeste, com altitude média de 50 a 100 metros. Compreende platôs de origem sedimentar, que apresentam grau de entalhamento variável, ora com vales estreitos e encostas abruptas, ora abertos com encostas suaves e fundo com amplas várzeas. De modo geral, os solos são profundos e de baixa fertilidade natural. Representam 85% da área de atuação deste Centro de Pesquisa da Embrapa, com uma área estimada de 8.420.000 hectares.
A Baixada Litorânea acompanha a orla marítima, onde estão incluídas restingas, dunas e mangues. Os solos são formados por sedimentos areno-quartzosos, caracterizados especialmente pela baixa fertilidade e capacidade de armazenamento de água. A área total estimada é de 1.423.000 hectares, representando cerca de 15% da área de atuação da Embrapa Tabuleiros Costeiros.
Tabuleiros Costeiros e Baixada Litorânea juntos apresentam precipitação anual média oscilando entre 500mm e 1500mm, com temperaturas anuais médias em torno de 26ºC, havendo pouca variação entre as médias do mês mais quente e do mês mais frio, podendo ser sub-divididos em quatro sub-regiões:
1. Da divisa dos Estados da Bahia e Espírito Santo até a cidade de Valença, Bahia;
2. Da cidade de Valença até a divisa dos Estados de Sergipe e Alagoas;
3. Da divisa dos Estados de Sergipe e Alagoas até a cidade de Touros, Rio Grande do Norte;
4. Da cidade de Touros até a divisa dos Estados do Ceará e Piauí.
A sub-região 1 se caracteriza como a de maior precipitação média anual, girando em torno de 1.500 mm, com período de chuvas de novembro a julho. Os principais produtos cultivados são o cacau, café, olerícolas, plantios florestais e culturas de subsistência (feijão, mandioca e milho) além de uma pecuária extensiva à semi-intensiva com pastagens cultivadas. Ocorrem também alguns cultivos de frutíferas como mamão e outras de menor expressão.
Na sub-região 2 a precipitação média anual gira em torno de 1.200 mm distribuída nos meses de março a setembro. Os principais produtos cultivados são frutíferas, principalmente a laranja, feijão, mandioca, milho e fumo, além da cultura do coco, no litoral. É uma zona de agricultura bastante diversificada, com presença de pecuária, principalmente bovinocultura de corte.
Na sub-região 3 a precipitação média anual está em torno de 1.300 mm com período chuvoso de fevereiro a setembro. Há um predomínio marcante da cultura da cana-de-açúcar, apresentando também, de forma difusa, uma agricultura diversificada, com relativamente pequena expressão econômica, onde se encontram o coco, milho, feijão, mandioca e uma fruticultura diversificada.
Na sub-região 4 a atividade agrícola é limitada principalmente pela baixa precipitação média anual, de cerca de 900 mm, que ocorre entre os meses de janeiro e julho. Ocorrem as culturas do caju, coco, feijão, milho e mandioca, em geral num sistema de subsistência, com a integração de agricultura e pecuária.