Perguntas e respostas

Fossa séptica biodigestora Fossa séptica biodigestora

A Fossa Séptica Biodigestora é um sistema de biodigestão anaeróbio para tratar o esgoto sanitário (fezes e urina) de uma residência rural onde moram até 5 pessoas. O efluente líquido tratado que sai da Fossa Séptica Biodigestora pode ser utilizado na agricultura como biofertilizante (aplicação no solo).

Uma das vantagens da Fossa Séptica Biodigestora é o aproveitamento do efluente (esgoto tratado) na agricultura, como forma de reuso de água e de compostos orgânicos e inorgânicos (nitrogênio, fósforo, potássio, etc), que são absorvidos pelas plantas no seu processo de crescimento. Do ponto de vista ambiental, trata-se de uma ótima solução pois evita o uso excessivo de fertilizantes químicos comerciais e ainda protege o meio ambiente (rios, lagos, lençol freático e solo). Em uma casa com 5 pessoas, a Fossa Séptica produzirá em torno de 90 litros de biofertilizante por dia.

A Embrapa recomenda os seguintes critérios para escolha do local a ser instalada:

- possuir água na propriedade
- possuir banheiro com vaso sanitário e água encanada
- o imóvel rural tem que ser de uso permanente (não pode ser chácara de final de
  semana ou veraneio)
- imóvel não pode ser em área alagada
- possuir esterco bovino nas proximidades (para a aplicação mensal)
- possuir área para aplicação do efluente: pomar, coqueiros, pasto, etc.

A recomendação é que se utilizem caixas de fibrocimento ou fibra de vidro. Como as caixas de fibrocimento estão cada vez mais difíceis de encontrar no mercado, podem-se utilizar outros materiais. As caixas podem ser feitas de alvenaria desde que muito bem vedadas e impermeabilizadas. Existem produtos específicos no mercado para a impermeabilização.
Neste caso consulte um engenheiro civil. Não recomenda-se o uso de caixas d´água feitas em polietileno são muito frágeis, deformando facilmente com a pressão do solo e sob elevadas temperaturas, não permitindo que fiquem perfeitamente vedadas. Os fabricantes, inclusive, não recomendam o uso das caixas enterradas.

Todos os materiais necessários (caixas d'água, tubos, conexões, válvulas, etc.), são encontrados facilmente em lojas de materiais para construção.
 

A Fossa Séptica Biodigetora foi projetada para o tratamento do esgoto proveniente do vaso sanitário, com a aplicação de esterco bovino, que atua como um inoculante (aditivo) no processo biológico. A utilização de esterco de ovino foi testada, porém não apresentou a mesma eficiência do esterco de gado. Sendo assim, em face da atual fase das pesquisas, recomendamos a aplicação do esterco bovino uma vez por mês. Estudos futuros poderão ser feitos com outros tipos, para ampliar as possibilidades.

Se a manutenção da Fossa Biodigestora for feita corretamente, ou seja, for adicionada a cada trinta dias a mistura de 10 litros água e esterco bovino e se não for adicionado em excesso produtos como sabões e detergentes que matam as bactérias, não ocorrerá a exalação de odores desagradáveis. O odor desagradável é indício de mal funcionamento, devendo ser verificado o motivo do mesmo.

Não, um sistema em bom funcionamento não prolifera baratas, escorpiões ou roedores que possam transmitir doenças. É importante que a última caixa, de armazenamento dos efluentes tratados, seja bem fechada, a fim de se evitar a proliferação de mosquitos (pernilongos) em seu interior.

Não. O efluente deve ser utilizado somente no solo, em culturas em que o líquido não entre em contato com o alimento.

Jardim filtrante Jardim filtrante

O Jardim Filtrante é uma tecnologia adaptada pela Embrapa Instrumentação cuja finalidade é o tratamento de esgotos domésticos caracterizados como água cinza, ou seja, provenientes de pias, tanques, chuveiros, máquinas de lavar roupas, cozinhas e outros ricos com sabões, detergentes e gorduras. Os esgotos dos vasos sanitários são tratados pela Fossa Séptica Biodigestora, que são reatores biológicos de simples construção e que geram um adubo orgânico no final do processo.

Os experimentos conduzidos pela Embrapa indicaram eficiência na remoção de matéria orgânica pela interface dos microrganismos com as raízes das plantas aquáticas (macrófitas), que são totalmente adaptadas ao meio aquático saturado. Estes elementos são ávidos pelos compostos orgânicos presentes na água cinza, garantindo a eficiência no tratamento.

O uso mais recomendável do efluente (água cinza tratada no Jardim Filtrante) é a irrigação de jardins e plantas na propriedade rural, como um complemento à irrigação e não de forma exclusiva. Até o presente momento, a Embrapa não realizou nenhum tipo de pesquisa a respeito do reuso desta água para piscicultura ou utilização residencial. 

É possível que o Jardim Filtrante seja utilizado em conjunto com a Fossa Séptica Biodigestora, recebendo o esgoto tratado deste último. No entanto, o biofertilizante gerado pela Fossa Séptica será melhor aproveitado caso o mesmo seja aplicado na lavoura, por se tratar de um composto com altas propriedades nutricionais (nitrogênio, fósforo, potássio, matéria orgânica), que melhorarão o desempenho da agricultura no local.

Clorador Embrapa Clorador Embrapa

O Clorador Embrapa é uma tecnologia muito simples, barata e de fácil instalação para clorar a água do reservatório (caixas d'água) das residências rurais. Pode ser montado pelo próprio morador, com materiais encontrados em lojas de material de construção. Seu principal benefício é a desinfecção da água utilizada na casa, promovendo a saúde dos moradores.

É imprescindível a aplicação do cloro na frequencia (1 x ao dia) e dosagem recomendada (1 colher de cloro granulado). A concentração de cloro na água diminui conforme passa o tempo, ou seja, é necessária a aplicação no reservatório todos os dias, mesmo não utilizando todo o volume da caixa. Nesse caso, mesmo que ocorra uma pequena sobrecarga na concentração de cloro na caixa d´água, não há problemas de saúde relacionados ao consumo. Ocasionalmente poderá ocorrer alteração no gosto da água, que poderá ser eliminado com pequenos filtros comerciais de pia com carvão ativado, se for o caso. Os benefícios em se ingerir água clorada, mesmo que com leve gosto de cloro são muito maiores do que os problemas de saúde relacionados à contaminação.

Não, pois a concentração de cloro prevista para o consumo doméstico (0,2 a 2,0 mg/L) não interfere na atividade microbiana na fossa.

Os microrganismos que causam as diarréias, verminoses, entre outras doenças são microscópicos, ou seja, não são visíveis a olho nu. Mesmo uma água sem gostou ou cheiro pode estar contaminada, situação muito comum nos poços rurais.

A vantagem do clorador é a desinfecção de toda a água consumida na residência, ou seja, até mesmo a água de banho, escovação de dentes e outros usos. Ao utilizá-lo elimina-se o risco dos moradores esquecerem de pingar o hipoclorito pois toda água da residência estará livre de germes.