Síntese
Esta megatendência contempla sinais e tendências da produção agrícola brasileira – como intensificação e localização geográfica e do mercado internacional – no que se refere ao crescimento das exportações e acesso aos novos mercados. Mudanças espaciais serão abordadas com base nas tendências de migração rural-urbana e de alterações nas regiões produtoras, considerando a incorporação de novas áreas para a produção. Abrange ainda aspectos sociais da produção, como concentração da produção e esvaziamento do campo, bem como seus efeitos no nível de emprego e custos da mão de obra. As mudanças demográficas e suas relações com os processos migratórios estão analisadas sob a perspectiva de impactos sobre o agro. Foram tratados ainda aspectos relacionados ao novo mecanismo de comercialização (cadeia curta).
Sinais e tendências
- Mudanças demográficas e efeitos no agro
- Especialização produtiva
- Mudanças na produção agrícola: uma análise dos biomas brasileiros
- Crescimento e intensificação da produção agrícola brasileira
- Nutrientes para a agricultura: condicionantes e tendências do uso de fertilizantes no Brasil
- Crescimento e intensificação da produção florestal brasileira
- Concentração da produção e renda no agro brasileiro
- Escassez e elevação do custo da mão de obra
- Crescimento das exportações brasileiras e atendimento a novos mercados
- Cadeias de comercialização mais curtas e dinâmicas
Implicações
- Observam-se tendências de progressivo esvaziamento do campo, ainda que a taxas decrescentes, de envelhecimento e predomínio de pessoas do sexo masculino.
- Espera-se um futuro no campo com cada vez menos mão de obra disponível, progressiva automação, aumento da escala de produção, capitalização intensiva e demanda por profissionais capacitados.
- Os processos migratórios também têm influenciado o local de produção com deslocamento do Sul-Sudeste em direção ao Centro-Oeste e Norte do País, aumentando a preocupação quanto aos impactos nos biomas Amazônia e Cerrado.
- Nesse contexto, os desafios que mais se destacam são aqueles relacionados à concentração da produção nas mãos de poucos produtores; à permanência dos pequenos produtores, povos e comunidades tradicionais e extrativistas na atividade agropecuária; à intensificação sustentável da produção; e às preocupações com o meio ambiente.
- A permanência com renda dos pequenos produtores na atividade agropecuária dependerá de inovação tecnológica, de alternativas de agregação de valor (exemplos: agroturismo, gastronomia, nichos de mercado), associativismo, políticas públicas e inclusão digital.
- Apesar da disponibilização de tecnologias, persiste o desafio de aumentar a sua adoção, o que requer ampla coordenação entre instituições de pesquisa, de extensão, governos e produtores; sobretudo para atender às crescentes exigências do mercado internacional.
- Projeções sinalizam que as exportações do agro nacional cresçam em quantidade e valor, contribuindo positivamente para o PIB e a balança comercial. A diversificação de mercados constitui-se um desafio.
- O caminho em construção é a intensificação sustentável do agro, com crescimento da produtividade tanto de grãos quanto da pecuária, conservação dos recursos naturais, produção que garanta o abastecimento interno e exportação, maior renda para os produtores, principalmente para os pequenos.
- Fortalecimento da tendência, iniciada com a pandemia, de vinculação de alimentos-nutrição-saúde e o aprofundamento de processos de encurtamento das distâncias entre produção e consumo e de valorização e diferenciação de produtos alimentares