Metodologia
Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira - Metodologia
O tratamento e a análise crítica dos sinais e tendências captados no processo de delineamento do futuro da agricultura brasileira” levaram à definição de megatendências que conformarão as cadeias produtivas agrícolas. Tendências e sinais do ambiente são forças que estão em movimento de maneira interligada, mas que apresentam maior proximidade e influência mútua quando analisadas na perspectiva de alguns conjuntos, as megatendências. Elas são entendidas no presente documento como conjuntos de forças de transformação mais fortemente interligadas que deverão impactar fortemente o futuro.
Para a geração dos resultados apresentados foram planejadas e executadas cinco etapas, com foco na identificação e na análise de aspectos do contexto mundial que impactam direta e indiretamente o setor agrícola: 1) identificação de sinais e tendências/drivers em conteúdos gerados por diferentes atores dos diversos elos das cadeias produtivas agrícolas; 2) análises desses sinais e tendências/drivers do ambiente elaborados pelos Observatórios, Portfólios de Projetos, Laboratórios Virtuais no Exterior (Labex) e especialistas (ad hocs) da Embrapa; 3) definição das megatendências e desafios derivados; 4) consultas sobre megatendências e desafios a segmentos da iniciativa privada, do terceiro setor, de organizações públicas e de unidades e especialistas da Embrapa; e 5) consolidação da visão da agricultura brasileira.
O Passo 1 (Identificação de Sinais e Tendências/Drivers) consistiu na identificação de documentos globais e nacionais que abordam questões de futuro, com impacto na agricultura (Anexo 2). Grande parte desses documentos tem foco em cenários, e foram considerados, sobretudo, aqueles que abordam possíveis contribuições de CT&I para o desenvolvimento sustentável e inserção competitiva da agricultura brasileira no mercado global. Nessa etapa, foram realizados também painéis de especialistas por algumas Unidades da Rede de Observatórios da Embrapa, com o intuito de aprofundar a identificação de sinais e tendências com impacto sobre a agricultura brasileira.
Foram elencados, ainda, documentos com informações sobre a trajetória recente da agricultura e outros aspectos que acarretam fortes impactos a ela, tais como demografia, renda e comércio internacional. Nesse contexto, atentou-se para questões como produção, produtividade, tecnologias, políticas públicas, organização territorial e mudanças estruturais. Além disso, analisaram-se as agendas estratégicas das Câmaras Setoriais e Temáticas (CSTs) do Mapa, considerando aspectos do setor produtivo brasileiro representado por essas instâncias. O conjunto de dados e informações levantado nessa etapa subsidiou a elaboração de parte dos tópicos iniciais do presente documento e sinalizaram tendências importantes, que não poderiam deixar de ser abordadas durante o processo de construção do documento final.
Na sequência, foram elaboradas notas técnicas, por parte das equipes dos Observatórios do Sistema Agropensa, dos Labex, dos Comitês Gestores dos Portfólios de Projetos da Embrapa e, também, de especialistas em temáticas específicas (autores ad hoc), consolidando o Passo 2 (Análise de Sinais e Tendências/Drivers). Essas notas técnicas (Anexo 1) apontaram os principais sinais e tendências gerais e de CT&I no contexto nacional e internacional, com atenção àqueles com potencial de impacto para o setor agrícola nos próximos anos. Nessa fase, também foram considerados sinais e tendências com base em informações geradas no âmbito dos Comitês Assessores Externos dos Centros de Pesquisa da Embrapa (CAEs).
Todo o conteúdo captado nas etapas anteriores foi então analisado, permitindo a extração dos pontos centrais, ou os mais intensos sinais e tendências para a agricultura brasileira. Esses pontos foram organizados em uma matriz, por meio da qual foram tratados e agrupados em uma proposta inicial para as megatendências, o que se denominou de Passo 3 (Definição das Megatendências). Nessa mesma etapa, realizou-se um workshop com especialistas da Embrapa em temáticas ligadas aos sinais e tendências captados, para ajustes de conteúdo, o que consolidou as sete megatendências com forte potencial de impacto para a agricultura brasileira: 1) Mudanças Socioeconômicas e Espaciais na Agricultura; 2) Intensificação e Sustentabilidade dos Sistemas de Produção Agrícolas; 3) Mudança do Clima; 4) Riscos na Agricultura; 5) Agregação de Valor nas Cadeias Produtivas Agrícolas; 6) Protagonismo dos Consumidores; e 7) Convergência Tecnológica e de Conhecimentos na Agricultura. Cada uma dessas megatendências se desdobra em desafios considerando o horizonte 2030, embora esses impactos possam ocorrer nos próximos anos ou até depois desse horizonte.
Além disso, ao longo de todo o processo foram sendo compilados conteúdos de consultas realizadas a atores dos setores privado e público, com o intuito de identificar fortes sinais e tendências que apontam grandes transformações com potencial de impacto sobre as cadeias produtivas agrícolas. Nesse processo, foram consultados artigos de opinião, com expectativas de caminhos possíveis para o desenvolvimento sustentável da agricultura brasileira. Essas diferentes visões foram pautadas pela Agenda 2030, que fundamenta os 17 ODS da ONU. Esse material foi tratado, com maior profundidade, no Passo 4 (Consultas sobre Megatendências e Desafios), possibilitando melhor adequação das megatendências. Destaca-se ainda nesse passo a disponibilização de consulta ao documento a todos os colaboradores da Empresa, da qual surgiram inúmeras indicações de ajustes ao conteúdo, as quais foram analisadas e processadas.
Por fim, foi realizada análise integrada do documento, com participação de instâncias de decisão estratégica (Comitês, Diretoria e Presidência) da Empresa, o que denominou o Passo 5 (Consolidação da Visão da Agricultura Brasileira). Essa etapa resultou na versão final do documento Visão 2030: O Futuro da Agricultura Brasileira.