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Embrapa Agrobiologia
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06/05/16 | Recursos naturais
Extensionistas rurais do RJ participam de Dia de Campo sobre recuperação de áreas degradadas
A apresentação prática em quatro estações experimentais na Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ) reuniu cerca de 50 extensionistas rurais do Rio de Janeiro para a finalização do curso Recuperação de áreas degradadas, produção de mudas e adequação ambiental de propriedades rurais, no último dia 26. A atividade foi oferecida a todos os participantes dos outros cinco módulos do curso, cujo início se deu em dezembro do ano passado.
Os participantes puderam conferir de perto a aplicação de sistemas agroflorestais como corredores agroecológicos e de sistemas agroflorestais com espécies madeireiras, frutíferas e palmito, além de conferirem in loco como pode ser feito o controle de matocompetição e a recuperação de áreas degradadas com leguminosas arbóreas inoculadas. "Foi bem interessante o fato de ter sido reservado um dia só para a apresentação prática no campo, com a visualização dos experimentos ali implantados e a presença de todos os instrutores dos módulos juntos", cita o engenheiro agrônomo e gerente de Planejamento e Metodologia da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio de Janeiro (Emater-Rio), Fernando Moreira de Lima. "Além disso, como o público era basicamente de extensionistas, pudemos saber o que cada um está fazendo em sua instituição e nos municípios e ver o que a pesquisa proporciona para ser implantado no campo. É impensável a pesquisa estar isolada da extensão", opina.
O engenheiro agrônomo Sílvio José Elia Galvão, diretor-técnico da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro-Rio), também teceu elogios à iniciativa do setor de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agrobiologia de elaborar uma capacitação com conteúdo mais robusto e modular. "O curso me surpreendeu bastante, especialmente porque imaginei que tivesse como público-alvo o agricultor em si e no fim descobri que era uma capacitação justamente para técnicos e extensionistas, com uma estrutura complexa e interessante. Foi muito proveitoso", destaca.
Para ele, que participou de todos os módulos teóricos do curso, um dos pontos altos das aulas foi a maneira de apresentação das possíveis soluções para a recuperação das áreas degradadas não como definitivas e únicas, mas relacionadas às causas e ao contexto do problema. "Ficou claro que é preciso fazer a análise de possíveis variantes para recomposição do ambiente original, então há várias soluções ofertadas. É preciso entender a complexidade técnica do tema", pontua.
O mesmo foi destacado pela engenheira florestal Priscila Marinelli, da Coordenadoria de Recuperação Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura do Rio de Janeiro, que também participou de todos os módulos e do Dia de Campo. "Todo o conhecimento foi exposto não como um pacote a ser seguido, mas como um apanhado das várias possibilidades que podem ser trabalhadas, caso a caso", ressalta. "Tudo o que ouvi no curso é passível de ser aplicado no dia a dia. São práticas que temos como aplicar", reflete.
Conteúdos complementares
Para o analista Ernani Jardim, do Setor de Transferência de Tecnologia e um dos responsáveis pela organização do curso e do Dia de Campo, o balanço das atividades dos últimos meses foi bastante positivo. "Foi uma inovação na forma, com o oferecimento de conteúdos modulados complementares – mas não interdependentes –, com o objetivo de aprofundar mais os temas e dar mais robustez ao conteúdo abordado. E a demanda acabou sendo muito maior do que a oferta: tivemos que dobrar o número de vagas e o número de turmas, o que confirmou a existência de uma grande demanda nessa área, por profissionais de várias instâncias", afirma.
Participaram dos módulos extensionistas rurais, professores, engenheiros agrônomos e profissionais atuantes em órgãos públicos e privados, como Inea, Ibama, Pesagro, Emater, institutos federais de educação, ongs e empresas. Cada módulo contou com a participação de mais de cem pessoas. "Os dados ainda não foram compilados, mas acreditamos que pelo menos 50 pessoas tenham participado de todos os módulos", afirma Ernani.
O curso foi estruturado em cinco módulos, com o objetivo de contribuir para a capacitação de quem lida cotidianamente com o setor, conferindo qualidade técnica na implementação do Cadastro Ambiental Rural e aumentando a oferta de capacitação de alto nível em apoio às diversas políticas públicas existentes. "Decidimos fazer um curso voltado para extensionistas, multiplicadores, justamente pensando na transferência de tecnologia, de conhecimento", explica o pesquisador Sérgio Miana, coordenador do curso.
Os módulos falaram sobre restauração e adequação ambiental de propriedades rurais; sementes, mudas e inoculantes; sistemas agroflorestais (SAFs); estratégias usadas na recuperação de áreas degradadas; e produção de mudas de espécies florestais nativas da Mata Atlântica.
Ainda não há previsão para um novo curso sobre o tema.
Liliane Bello (MTb 01766/GO)
Embrapa Agrobiologia
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