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17/08/17 |   Agroenergia  Biotecnologia e biossegurança  Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação  Produção animal  Recursos naturais

Alunos da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) visitam a Embrapa pela 2ª vez

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Foto: Adilson Werneck

Adilson Werneck - Militares do curso da ECEME conhecem as pesquisas da Embrapa

Militares do curso da ECEME conhecem as pesquisas da Embrapa

Grupo conheceu pesquisas na área de conservação de recursos genéticos, biodiesel, biotecnologia animal, microalgas e produção de bioinseticidas

Pelo segundo ano consecutivo, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa foi uma das instituições escolhidas pelo Exército Brasileiro para compor a Viagem de Estudos Estratégicos dos Cursos de Altos Estudos Militares da Escola de Comando e Estado-maior do Exército – ECEME. Situada no Rio de Janeiro – RJ, a ECEME tem a missão de preparar oficiais superiores para o exercício de funções de Estado-Maior, comando, chefia, direção e de assessoramento. Nesta quarta-feira (16), um grupo de 30 alunos visitou o campus da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, localizado em Brasília – DF.

Os chefes-gerais da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, José Manuel Cabral, e da Embrapa Agroenergia, Guy de Capdeville, apresentaram um resumo dos principais avanços nas pesquisas com recursos genéticos, biotecnologia e agroenergia desenvolvidos pela instituição. Cabral destacou que ambas as instituições, Embrapa e Exército, têm funções importantes dentro do Estado, sendo a do Exército a segurança do Estado, e da Embrapa a segurança alimentar. “Essa convergência de missões faz com que esse contato entre as instituições seja muito importante, e inclusive deveriam ser mais frequentes”, afirmou.

Para o Chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Guy de Capdeville, os militares tem inúmeros desafios científicos que precisam ser resolvidos para as diversas ações que executam em fronteiras, para os quais a Embrapa pode contribuir enormemente. “Na região de fronteiras eles precisam muito produzir energia e alimentos, há também problemas com pragas e mosquitos vetores de doenças, e todos esses assuntos são questões  para as quais a Embrapa pode ajudar a desenvolver soluções específicas”, disse Capdeville.

Visita foi dividida em cinco estações de pesquisa

O grupo de militares percorreu cinco estações de pesquisa preparadas especialmente para a visita: Biodiesel e aproveitamento de resíduos e coprodutos e Microalgas (da Embrapa Agroenergia); e Biotecnologia na reprodução animal, Bioinseticidas para o controle do mosquito Aedes aegypti e Banco Genético da Embrapa (da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia).

Na estação Biodiesel e aproveitamento de resíduos e coprodutos, a química Itânia Soares mostrou a diversidade de matérias-primas que podem ser utilizadas na fabricação de biocombustível. "A Embrapa têm trabalhado na domesticação e desenvolvimento de culturas como pinhão-manso e macaúba e do aproveitamento do óleo e resíduos da palma de óleo (dendê). Além desses estudos a Embrapa desenvolve projeto na área de qualidade de biodiesel em parceria com outros centros de pesquisa e com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocomustíveis (ANP)”, explicou a pesquisadora.

Na estação Microalgas, a pesquisadora Letícia Jungmann mostrou diferentes tipos de alga capazes de produzir grandes volumes de biomassa, matéria-prima com grande potencial de ser escolhida para a produção da terceira geração de biocombustíveis. “Além de biocombustível, as microalgas podem ser usadas na alimentação humana e animal”, ressaltou Letícia.

O grupo de militares também conheceu parte das pesquisas realizada na área de biotecnologia na reprodução animal. O pesquisador Maurício Machaim fez um breve resumo das pesquisas na área de produção in vitro de embriões, clonagem e transgenia, e epigenética, que são as variações não-genéticas adquiridas durante a vida pelos organismos. "A biotecnologia animal contribui significativamente para acelerar o melhoramento animal de nossos rebanhos e consequentemente a produção e a produtividade sustentável das respectivas cadeias produtivas", explicou o pesquisador.

Na estação de Bioinseticidas, a pesquisadora Bárbara Eckstein apresentou os produtos desenvolvidos pela Embrapa para combater o Aedes aegypti e outras pragas que atacam a agricultura brasileira, como a lagarta do cartucho do milho (Spodoptera frugiperda) e a lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis). "A Embrapa investe em pesquisas para desenvolver inseticidas biológicos capazes de combater os insetos-alvo, sem fazer mal à saúde humana, de animais e ao meio ambiente", explicou.

Por último, o grupo conheceu o Banco Genético da Embrapa, pioneiro no Brasil por reunir em um só espaço pesquisas de conservação e uso sustentável de recursos genéticos de plantas, animais e microrganismos. No local, o pesquisador Juliano Pádua falou da conservação de material vegetal em câmaras frias, em condições in vitro e criogênicas, e o pesquisador Alexandre Floriani explicou os métodos de conservação de recursos genéticos animais (sêmen, DNA e embriões).

“O Banco Genético da Embrapa abriga a sexta maior coleção de sementes do mundo. Aqui poderemos guardar até 750 mil amostras e preservá-las por centenas de anos para as gerações futuras”, disse Juliano.

Exército demonstrou interesse em pesquisas para produzir bioenergia

O Cel. Paulo Filho, que representou na visita o comandante da ECEME, General-de-brigada Richard Fernandez Nunes, explicou que a viagem dos alunos do 2º ano inclui a visita a instituições dos “quatro grupos do poder”, que são o grupo político, social, econômico e científico-tecnológico, com o objetivo de oferecer aos oficiais uma visão geral e global do Estado.

“A Embrapa, como instituição de ponta no desenvolvimento científico-tecnológico do País, não poderia ficar de fora da visita. Acreditamos que poderemos fechar parcerias no campo do desenvolvimento de bioenergia, especialmente para as unidades de fronteira, que são unidades isoladas que necessitam produzir suas próprias fontes de energia. Essa  é uma visão óbvia e clara de parceria que poder ser feita entre o Exército e a Embrapa”, afirmou.

O Tenente-coronel Freire, aluno da ECEME, afirmou que enxerga na Embrapa uma estatal que trabalha incansavelmente e diuturnamente na busca de ideais muito parecidos com os do Exército. “Se eu pudesse sintetizar os sentimentos dos colegas que aqui estão eu diria que são admiração, respeito e orgulho de uma empresa que, assim como nós militares, quer ver um Brasil pujante, desenvolvido e com lugar de destaque dentro do cenário internacional”.

 

Irene Santana (MTb 11.354/DF)
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

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