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Tecnologias para o desenvolvimento sustentável da Amazônia são apresentadas na Câmara dos Deputados
O chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, Adriano Venturieri, representou a Empresa em Audiência Pública realizada na Câmara dos Deputados, no dia 30 de novembro, com o objetivo de debater o desenvolvimento e a bio-sócio-diversidade na Amazônia. A audiência foi presidida pelo deputado Edmilson Rodrigues e contou ainda com a participação do professor associado da Universidade Federal do Pará (UFPA) Jean-François Deluchey.
De acordo com Adriano Venturieri, existe ainda muito a se conhecer sobre a Amazônia, uma região de grande importância para o país, não só na questão ambiental, como também social e econômica. Segundo ele, mais de 20 milhões de pessoas, com diferentes realidades, vivem no local. “Temos que ter essa discussão de forma bem realista. Como alcançar e que alternativa oferecer para um produtor a 80 Km de distância dentro de um ramal da transamazônica e quem está sem acesso à tecnologia, à assistência, ao crédito? ”, ponderou.
Para ele, obter conhecimento sobre o território e ofertar tecnologias aos produtores são as melhores maneiras de garantir o desenvolvimento sustentável. “Para várias situações já temos a tecnologia, mas falta pessoas e recursos para alcançarmos a todos. Só com as tecnologias que temos hoje nós já daríamos um salto grande se conseguíssemos leva-las e elas fossem adotadas por quem produz na Amazônia”, afirmou.
Venturieri destacou ainda a necessidade de maior investimento na formação e na fixação de pesquisadores na região. “Na região Norte temos apenas 11% do número de pesquisadores doutores existentes na região Sudeste”, comparou.
Ele apresentou algumas tecnologias desenvolvidas pela Embrapa e parceiros, para apoiar o desenvolvimento sustentável da Amazônia. O TerraClass, projeto executado por meio de parceria entre a Embrapa e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mapeia o uso e a cobertura das áreas desflorestadas da Amazônia. O projeto possibilita qualificar as áreas mapeadas pelo Programa de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), sistema do INPE, que contabiliza anualmente o desmate por corte raso na Amazônia Legal com base em imagens de satélites e de trabalho de campo.
“A gente sempre ouve falar que o desmatamento é culpa da soja ou da pastagem. E o projeto TerraClass mostra o que de fato está acontecendo, o que existe agora aonde havia floresta. Os dados mostram que em torno de 60% é pastagem, mas 20% já se recuperou de alguma forma”, demonstrou. “Quando a gente fala de assentamento, por exemplo, é importante termos essas informações para saber onde é possível colocar o produtor”, exemplificou.
O chefe-geral informou que o projeto será encerrado em abril do próximo ano por falta de recursos. “Precisamos de recursos para dar continuidade a estes estudos”, defendeu, esclarecendo que todas as informações geradas pelo TerraClass são públicas e estão disponíveis na internet. “O mais importante para nós é que elas sejam utilizadas para o planejamento e nas ações públicas para a Amazônia”, afirmou.
O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) também foi demonstrado. Desenvolvido para oferecer mais segurança e eficácia ao trabalho dos produtores rurais, é uma metodologia validada pela Embrapa e adotada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com o objetivo de prever a possibilidade de haver danos em plantios agrícolas devido a condições climáticas e geográficas, informou. O sistema gera calendários de plantio e uma relação de municípios que indicam quando e onde uma determinada cultura terá mais produtividade.
Adriano Venturieri mostrou ainda o Sistema Interativo de Análise Geoespacial da Amazônia Legal, o SIAGEO Amazônia, que reúne de forma sistematizada as informações geoespaciais utilizadas e produzidas nas diversas iniciativas de Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) da região. Ele possibilita a visualização e o download de mapas georreferenciados e de informações tabulares de modo interativo, por meio da manipulação de diferentes níveis de informação de acordo com o interesse e a necessidade do usuário. Segundo o pesquisador, a partir dessa tecnologia passou a ser possível ao produtor da Amazônia pedir seguro agrícola, dentre outros benefícios.
Venturieri anunciou a assinatura de um protocolo de intenções entre Embrapa e outras 19 instituições para realizar o maior levantamento pedológico já executado no Brasil. Batizado de PronaSolos, o programa vai gerar dados e informações de solos, com diferentes graus de detalhamento, para elevar o conhecimento sobre os solos do Brasil e, assim, subsidiar políticas públicas e gestão territorial, promover a agricultura de precisão e apoiar decisões de concessão de crédito agrícola, por exemplo.
Rose Lane César (MTb 2978/DF)
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