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Estudantes participam de Dia de Campo Acadêmico sobre ILPF
Nesta terça-feira (15/05) cerca de 300 estudantes de diversas instituições de ensino superior do Piauí e Maranhão tiveram a oportunidade de conhecer as ações desenvolvidas na Unidade de Referência Tecnológica do Sistema Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF), na Agropecuária Santa Luzia, em São Raimundo das Mangabeiras, MA. A propriedade, que antes produzia, apenas soja e milho, atualmente, produz, além dessas culturas, milheto, sorgo e capim braquiária ruzizienses. A fazenda também se destaca na pecuária, com um rebanho de cerca de duas mil cabeças de gado de diversas raças, incluindo o bovino tropical, resultante de cruzamento entre o gado nelore e pé-duro, desenvolvido pela Embrapa Meio-Norte.
Nos últimos anos a Embrapa e a propriedade realizaram eventos, como encontros ou dias de campo, para apresentar a produtores e técnicos resultados dos trabalhos com ILPF na Agropecuária Santa Luzia, parceira da instituição há mais de quinze anos. Desta vez, a grande novidade foi a realização do Dia de Campo Acadêmico, exclusivamente, para estudantes de cursos ligados à ciência agronômicas e biológicas, promovido pelas Unidades da Embrapa Meio-Norte e Cocais e pela Agropecuária Santa Luzia, em parceria com a Associação Rede ILPF.
O evento foi dividido em estações, sendo uma sobre o estado da arte e componente agrícola e florestal em ILPF como estratégia de produção agropecuária para o Matopiba, conduzida pelo analista Marcos Teixeira, coordenador do projeto de Transferência de Tecnologia em ILPF para o Matopiba, e pelo gerente da Agropecuária Santa Luzia, o agrônomo Adelmo Oliveira. Em outra estação os benefícios do Solo pela ILPF, foi conduzido pelos pesquisadores Henrique Antunes e Carlos Freitas, das Unidades da Embrapa Meio-Norte e Cocais.
Dando continuidade às apresentações, os pesquisadores Raimundo Bezerra (Meio-Norte) e Joaquim Costa (Cocais), falaram sobre o componente pecuário em ILPF e o analista Adão Cabral sobre o feijão-caupi em safrinha na ILPF; O cruzamento industrial entre raças tropicalmente adaptadas e a emissão de metano entérico foram apresentados pelo pesquisador Geraldo Magela Carvalho e pelo analista Marcílio Frota, ambos da Embrapa Meio-Norte.
Na última estação, o proprietário da Agropecuária Santa Luzia, Oswaldo Massao e o veterinário da fazenda, Valter, falaram sobre a terminação de bovinos e sobre a experiência com ILPF na fazenda e as transformações ocorridas ao longo de cerca de 15 anos de parceria com a Embrapa. “Esse evento é muito importante. Temos aqui jovens que, no futuro, serão profissionais e que se estudarem e trabalharem com determinação, poderão se desenvolver e contribuir muito para a agropecuária brasileira”, afirma Massao, reforçando o quanto a introdução da ILPF proporcionou profundas mudanças na propriedade, que começou com apenas dois hectares com a tecnologia e, atualmente, tem cerca de 6 mil hectares com ILPF, com aproveitamento da totalidade da área durante o ano.
Para a professora da Universidade Estadual do Piauí, Francineuma Arruda, coordenadora de um dos grupos participantes, o dia de campo acadêmico representou uma excelente oportunidade para os estudantes conhecerem como são, na prática, técnicas que eles têm acesso à teoria, em sala de aula. “O evento abordou praticamente todas as áreas que eles estudam em sala de aula como manejo de solos, fertilidade, o componente pecuário e diversas outras áreas que eles têm interesse”, comenta.
Já o estudante Jean Lucas Costa, do Instituto Federal Tecnológico de Uruçuí, Piauí, comentou que o evento representou um acréscimo importante em seu aprendizado, pois foi possível ver, na prática, como funciona a ILPF, tecnologia que já havia sido apresentada em sala de aula. “Eu gostei de conhecer as vantagens da ILPF e ver como esse método influencia na produção e fiquei impressionado, principalmente, com as informações sobre o aumento da matéria orgânica no solo”, ressalta Jean.
Sobre a Agropecuária Santa Luzia - A fazenda se tornou, após várias safras, referência em ILP e ILPF na região, adotando uma estratégia de produção com um plano de rotação e de ocupação intensiva dos seus quase seis mil hectares. Assim, no período das chuvas, realiza a 1ª safra com soja e milho+forrageiras, ficando o restante da área com pastagem permanente, eucalipto, acácia mangium e a Área de Preservação Permanente (APP).
Após a colheita da soja, faz a safrinha com milho+forrageiras na área da primeira janela de plantio; sorgo granífero e feijão comum ou feijão-caupi na área da segunda janela de plantio e milheto e braquiária ruziziensis em sobressemeadura da soja da última janela de plantio, completando o uso da área na entressafra com terminação de bois na pastagem oriunda do consórcio, além do eucalipto, acácia mangium e a Área de Proteção Permanente (APP).
Veja as imagens do evento aqui.
Eugênia Ribeiro (MTb 1091 / PI)
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