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Visitas internacionais à Embrapa Pecuária Sudeste crescem 170%
Praticamente triplicou o número de visitas internacionais à Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP) até outubro deste ano, em comparação com todo o ano de 2017. De acordo com o articulador internacional do centro de pesquisa, Alberto Bernardi, foram registradas até este mês 19 visitas de origem estrangeira e a 20ª está agendada para 6 de novembro. No ano passado, sete visitantes ou grupos de fora estiveram na Unidade, mesma média dos anos anteriores.
Eles são atraídos pelos sistemas intensivos para áreas tropicais e alguns são direcionados aos sistemas integrados de produção, como o ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta). “Procuramos sempre incluir o ILPF na programação por entendermos que é importante a divulgação desta tecnologia nacional e que a Embrapa tem grande destaque”, disse Alberto. Esses sistemas são uma aposta do Brasil para ajudar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa pela pecuária.
“Esse aumento do número de visitantes internacionais é uma grata surpresa para a Unidade. Eles ficam interessados ao verem a diversidade do ILPF, o gado na sombra, as pastagens e milho crescendo integrados às árvores e a possibilidade da intensificação sustentável”, comenta. Segundo ele, o sistema de leite, com produção intensiva e alta produtividade, também atrai muitos visitantes.
“Alguns procuram o centro de pesquisa em busca de ferramentas para a pecuária de precisão e, nestes casos, conseguimos detalhar mais as informações.” Alberto lembrou que os visitantes italianos, que trabalham com sensores, tiveram curiosidade para conhecer a área de mata nativa da fazenda Canchim, onde funciona a Embrapa Pecuária Sudeste.
O chefe geral da Unidade, Rui Machado, atribui a procura a alguns fatores. Um deles são as viagens internacionais que pesquisadores da Pecuária Sudeste têm feito. “Por conta de intercâmbios, visitantes têm vindo e nós temos ido conhecer instituições no exterior”, afirmou. Ele colocou que o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento do centro de pesquisa, Alexandre Berndt, tem viajado com frequência para fora do país e esses contatos são importantes para a empresa.
Outro motivo apontado pelo chefe geral é a forte parceria com instituições como o Rothamsted Research, do Reino Unido, e o USDA-ARS, dos Estados Unidos, que tem gerado visitas. Esses contatos foram articulados pelos Labex (laboratórios virtuais da Embrapa no exterior), particularmente os da Europa e Estados Unidos. Também merece destaque a estrutura da Empresa para fomentar parcerias internacionais, como a Gerência de Relações Estratégicas Internacionais, vinculada à Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire), que mobilizou a Embrapa Pecuária Sudeste para receber comitiva de países africanos francófanos em junho. O grupo participou de um workshop sobre sementes de forrageiras durante uma semana.
“Além disso, trabalhamos com temas de interesse global, como mudanças climáticas, aquecimento global, automação, pecuária de precisão, bem-estar e ambiência animal, que estão na ordem do dia da produção mundial. Nos tornamos referência nesses temas”, acrescentou Rui Machado.
Para Alberto, o volume de visitas “mostra que estamos fazendo um trabalho bem feito e de repercussão internacional”. No dia 6, a Unidade deve receber uma comitiva de empresários e professores universitários da China. “Eles estão vindo para participar de um congresso sobre alfafa na Argentina e antes vão passar pela Unidade.” A visita foi articulada pela Pastobras, uma empresa do ramo de sementes forrageiras com sede em Ribeirão Preto.
No início do ano, uma equipe da TV Agro da Colômbia, composta pelo jornalista Santiago Arias e pelo Cinegrafista Sergio Guerra, esteve na Embrapa Pecuária Sudeste para gravar um programa sobre o aplicativo Roda da Reprodução, além de visitar outras Unidades pelo país. O material foi exibido em outubro pela emissora.
A localização de São Carlos é outro fator a ser considerado. Próxima aos principais aeroportos do país e com rodovias que facilitam o deslocamento, as visitas internacionais ganham impulso.
PORTAS ABERTAS
Alberto disse que é importante a Embrapa receber bem os visitantes estrangeiros. “Cria-se um ambiente favorável para parcerias que podem surgir a partir desses contatos. Além disso, a imagem positiva da empresa e da pecuária brasileira está sendo divulgada em outros países.”
Ele falou ainda que foi estabelecido um protocolo de registro e preparação dessas visitas junto à equipe de Transferência de Tecnologia. Grupos maiores são recebidos em Dias de Campo Internacionais e os menores, geralmente, participam de visitas técnicas.
Para o pesquisador, a principal mensagem que os visitantes internacionais acabam levando para seus países de origem é a da sustentabilidade. “Eles observam que é possível promover uma agricultura bem feita alinhada ao meio ambiente”, concluiu Alberto.
Ana Maio (Mtb 21.928)
Embrapa Pecuária Sudeste
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