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Pesquisa vai avaliar plantios mistos de espécies arbóreas na restauração ambiental
Projeto que teve proposta aprovada para financiamento pela Faperj pretende descobrir como os plantios mistos de espécies nativas arbóreas podem contribuir para a restauração ambiental e o cumprimento de importantes acordos internacionais na área. O estudo será conduzido pela Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ) e realizado em áreas de floresta atlântica do Estado do Rio de Janeiro, com o intuito de avaliar como se dá o estoque de carbono e a estabilização da matéria orgânica no solo após o plantio.
“A intenção é conhecer os processos de estabilização e proteção da matéria orgânica do solo e determinar a correlação entre esses processos e a diversidade e complexidade da estrutura da vegetação, o que permitirá dimensionar como o plantio de espécies arbóreas nativas pode colaborar para a mitigação dos efeitos do clima e a conservação da biodiversidade”, explica o pesquisador Luiz Fernando Duarte de Moraes. Ele conta que serão avaliados os estoques de carbono e os mecanismos capazes de estabilizar esse elemento no solo em três situações: nos plantios de espécies arbóreas nativas para a restauração de ecossistemas; em remanescentes florestais; e em pastagens abandonadas em ambiente de Floresta Atlântica de baixada, na Reserva Biológica de Poço das Antas, situada nos municípios fluminenses de Silva Jardim e Casimiro de Abreu.
Nesses três casos, serão comparados alguns indicadores, como a fertilidade natural dos solos, os estoques de carbono e nitrogênio no solo e na biomassa microbiana, os padrões morfológicos e a contribuição química de agregados nos solos, a estrutura e a abundância da macrofauna do solo. Além disso, será estimada a eficiência no uso do carbono pela comunidade microbiana e será feito o fracionamento físico da matéria orgânica para determinar os estoques de carbono e nitrogênio nessas frações. Também será determinada a disponibilidade de nitrogênio, fósforo e enxofre como elementos estabilizadores da formação de estoques de carbono no solo e a contribuição do tipo de cobertura vegetal na formação dos estoques e na substituição do carbono nos solos.
Carbono e restauração ambiental
O desmatamento representa uma das maiores ameaças à biodiversidade e uma das mais expressivas fontes de emissão de gases de efeito estufa para a atmosfera. Daí a importância da restauração dos ecossistemas. “Historicamente, os principais estudos de monitoramento de ações de restauração ambiental têm se restringido ao desenvolvimento das comunidades vegetais, e o conhecimento de como se dá essa restauração no solo, principalmente nos processos associados à dinâmica do carbono e da matéria orgânica do solo, ainda necessita ser ampliado”, argumenta Luiz Fernando.
A restauração de ecossistemas está ganhando cada vez mais importância, tanto no cenário nacional, com a necessidade de adequação legal das propriedades rurais frente ao marco ambiental legal (Lei 12.651, de 2012), quanto no contexto internacional, em que é considerada um fator importante no cumprimento de acordos relativos ao clima e à conservação da biodiversidade. Além disso, a ONU decretou, em abril de 2019, que o período de 2021 a 2030 será a Década da Restauração de Ecossistemas.
Liliane Bello (DRT 01766/GO)
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