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Programa Aquishow na Rede aborda inovações na aquicultura
A pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) Paula Packer participou do Programa Aquishow na Rede de 29 de outubro, falando sobre o projeto Rede Nacional de Pesquisa e Monitoramento Ambiental da Aquicultura em Águas da União, projeto BRS-Aqua e do macroprocesso de inovação da Embrapa. O programa completo está aqui.
Conforme a pesquisadora, houve uma rodada de wokshops para reestruturação desse projeto de Aquicultura. “Pensamos em começar de novo, olhar o que foi feito e o que podemos fazer. Fizemos reuniões regionais, foram duas semanas discutindo em como trabalhar daqui pra frente, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”.
Gianmarco David do Instituto de Pesca também participou do programa. Ele enfatizou a importância da qualidade da água, do monitoramento adequado e preventivo, mas acredita que a tendência internacional mostra que é melhor olhar o sedimento, porque ele é conservativo, é imóvel, fica lá.
Paula informou que a Embrapa está olhando atentamente a importância de se trabalhar com o setor produtivo. “A evolução vem da internet das coisas, de desafios de inovação. Não conseguimos construir avanços em qualquer nível se não estivermos juntos com o setor produtivo, para olhar o que realmente o setor precisa”.
A transferência desse conhecimento vem por meio de contratos em sistema de cooperação aberta, para se melhorar esse ativo de inovação que de fato atenda ao mercado e ao produtor. Pode ser em desafios de inovação voltado para as startups, em negócios diretos para se chegar a uma solução conjunta, sempre com o Selo Embrapa.
“Falando em reservatórios, sobre o impacto da matéria orgânica, notamos em Furnas, onde foi instalada a primeira sonda e monitorado as emissões, que as emissões e a maior carga de matéria orgânica embaixo das pisciculturas era justamente associada aos entornos do reservatório, da alta densidade de pecuária e agricultura e perto de cidades. Esses parâmetros precisam ser olhados de uma maneira geral. Quando se faz a caracterização do entorno, se conhece enxergar de onde vem alguns tipos de poluição”, explica Paula.
De acordo a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente Mariana Guerra, a pesquisa tem buscado selecionar os parâmetros de qualidade de água relevantes e relacionados à atividade de aquicultura. “O monitoramento do sedimento em reservatórios é muito importante para detectar os poluentes mais persistentes”, acredita.
Cada reservatório tem a sua hidrodinâmica. Em discussão com o Conama 413, de licenciamento ambiental da aquicultura, o monitoramento da água é feito por quem tem a autorga do reservatório. As legislações precisam escutar mais a pesquisa. A discussão precisa ser mais ampla e mais balizada em resultados e números, destaca Paula.
Há uma distância entre os órgãos ambientais e os produtores. O produtor é o primeiro a sentir a má qualidade de água. Como aproximar esses órgãos ambientais com o setor produtivo? A Rede instalada pode ser o grande canal. A ciência pode ajudar nessa discussão e a Rede vai colaborar muito, para juntar todas as peças, para um olhar de maneira embasada.
Conforme GianMarco, a Rede tem representatividade no país inteiro, com grandes profissionais incorporados nessa iniciativa. Então, as respostas trarão muita credibilidade.
O apresentador do programa, que vai ao ar todas as quartas-feiras, às 19h30, destacou o importante papel da Rede, que terá parâmetros e resultados para fornecer aos órgãos governamentais para comprovar cientificamente que a piscicultura não é o responsável pela má qualidade da água.
Também participou Ireneu Feiden da Multipesca, que falou sobre sistemas elevados, onde há a opção se se trabalhar em espaços menores, com controle de temperatura e qualidade da água. “É importante que se comece com um projeto pequeno para se adaptar”. Menos espaço com produção equivalente ao escavado, controle de temperatura, qualidade de água melhor, controle de ração, e ganho de peso pela própria qualidade da água, mas tudo depende da qualidade da água e da ração. Há vantagens, mas há riscos também.
Cristina Tordin (MTb 28.499/SP)
Embrapa Meio Ambiente
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