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05/05/21 |   ICLFS

Cientistas veem na integração um caminho para a sustentabilidade da agropecuária

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Photo: Reprodução

Reprodução - Debate entre cientistas ocorreu logo após palestras do Congresso Mundial

Debate entre cientistas ocorreu logo após palestras do Congresso Mundial

Dados técnicos obtidos em estudos de longo prazo em áreas de ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta) foram apresentados na manhã desta quarta-feira (5) no II Congresso Mundial sobre Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. O painel reuniu pesquisadores da Universidade de Hohenheim (UHOH), da Alemanha, da Embrapa Cerrados (Planaltina-DF) e da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP).

Marcus Giese, da universidade alemã, atuou em parceria com pesquisadores brasileiros em um experimento conduzido durante dois anos em Campo Grande (MS). A equipe comparou ciclos da água em diferentes sistemas de produção. A absorção da água pelo solo foi medida até 1 metro de profundidade e Giese disse que uma análise em maior profundidade poderá ser feita para a obtenção de valores comparativos.

O pesquisador concluiu que as árvores compensam a reciclagem da água que foi perdida com o desmatamento na região do Cerrado. Mas para avaliar a sustentabilidade geral do sistema, é preciso ainda analisar outras compensações prováveis. Ele afirmou que a introdução de árvores nativas nos sistemas integrados é importante para se conhecer a produtividade e defendeu a alta diversidade no sistema. “A ILPF tem uma contribuição maravilhosa para o sistema de uso sustentável da terra e tenho certeza absoluta que estamos no caminho certo para explorar e chegar a dados que ajudem nesse processo geral”, concluiu.

Isabel Cristina Ferreira, pesquisadora da Embrapa Cerrados, apresentou estudos relacionados à pecuária de leite. Ela abordou o estresse de calor que afeta os animais, podendo impactar o consumo de matéria seca, a produção e a qualidade do leite, os índices reprodutivos e a ruminação. As pesquisas foram desenvolvidas em Brasília (DF).

A equipe avaliou a temperatura corporal e o comportamento de vacas leiteiras da raças Gir e Girolando. O tempo de ruminação foi 32% maior em vacas sob a sombra. Nas vacas Gir, a produção de leite foi 24% maior nos animais que tiveram acesso às áreas sombreadas. Na fase inicial de lactação (primeiros 75 dias), o aumento na produção de leite individual chegou a 18%, se comparadas as vacas que tiveram acesso a sombra e aquelas criadas a pleno sol. Nos três anos do experimento, o número de embriões das vacas em sistemas sombreados foi quatro vezes maior.

O terceiro palestrante foi Alexandre Berndt, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Pecuária Sudeste. Ele falou da importância que os créditos de carbono vem adquirindo na atualidade, como forma de compensação ambiental. Disse que é possível praticar a pecuária que remova mais gases de efeito estufa da atmosfera do que emita. “Os sistemas integrados são únicos. É difícil compreender a dinâmica e a complexidade dessa integração”, afirmou.

Berndt apresentou resultados de pesquisas da equipe, que teve o plantio de árvores iniciado há dez anos em São Carlos, na fazenda Canchim. Lembrou que as operações de desbaste – quando algumas árvore são retiradas e a luz passa a atingir maiores áreas do solo – apresentaram resultados positivos para as pastagens e a produção animal. 

Em relação ao balanço de carbono, o pesquisador afirmou que o pior resultado foi obtido em um sistema de pecuária extensiva. Os estudos contemplaram a absorção de gases pelas árvores e ele disse que é preciso aprofundar os estudos sobre a remoção realizada pelas raízes das plantas. Segundo Berndt, o financiamento verde e as políticas de pagamento por serviços ambientais potencializam a adoção da tecnologia de integração entre produtores. “Incentivos financeiros são importantes”, finalizou.

Congresso 

II Congresso Mundial sobre Sistemas ILPF (World Congress on Integrated Crop-Livestock-Forestry Systems) ocorre nos dias 4 e 5 de maio de forma virtual. Reúne cerca de 1.300 participantes e conta com 30 palestras e apresentação de 156 trabalhos científicos. O evento é promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Embrapa, Rede ILPF, Federação de Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul e Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar de Mato Grosso do Sul.

Ana Maio (Mtb 21.928)
Embrapa Pecuária Sudeste

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