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02/07/21 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Embrapa inaugura área de processamento de alimentos na sede em Belém, Pará

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Foto: Vinicius Braga

Vinicius Braga - O desenvolvimento de proteínas de origem vegetal é uma da linhas de pesquisa

O desenvolvimento de proteínas de origem vegetal é uma da linhas de pesquisa

O foco das pesquisas no local é o desenvolvimento de novos produtos alimentícios a partir da biodiversidade amazônica

A Embrapa Amazônia Oriental apresenta na próxima segunda-feira (5), na sede da instituição, em Belém, a área de processamento de alimentos do Laboratório de Agroindústria “Alfonso Winiewsk”. O espaço, que será inaugurado pelo prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, conta agora com três plantas para processamento de leite e derivados, de pescado e derivados e de produtos de origem vegetal. E também com uma área de manipulação de alimentos.

As pesquisas realizadas no laboratório têm foco no desenvolvimento de produtos a partir de matérias-primas da Amazônia, como frutas, raízes, oleaginosas, leite, pescado e sementes. São farinhas, bebidas, óleos, proteínas plant-based e alimentos prontos para o consumo e funcionais. Outra linha de atuação é no estabelecimento de protocolos para garantir mais segurança e qualidade aos alimentos regionais, como o tucupi, líquido obtido a partir da mandioca brava.

Adriano Venturieri, chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, afirma que os novos espaços e equipamentos do laboratório oferecem melhores condições às equipes técnicas para desenvolverem todo o potencial da instituição. “Podemos atuar desde a caracterização de espécies no campo, no desenvolvimento de sistemas de produção, até na geração de novos produtos para as indústrias alimentar, farmacêutica e de cosméticos. E assim agregar mais valor à nossa tão rica biodiversidade”, comemora.

 

Investimento

Os investimentos na reforma do prédio e compra de equipamentos do Laboratório de Agroindústria da Embrapa Amazônia Oriental somaram R$ 500 mil, frutos de duas emendas parlamentares do, na época, deputado federal e hoje prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues.

Toda a parte elétrica do prédio foi revitalizada para dar suporte aos novos equipamentos adquiridos para as três plantas de processamento e para a sala de manipulação de alimentos. Entre os equipamentos estão forno industrial, ultracongelador, despolpadeira, branqueador e desidratador de frutas, batedeira de manteiga, desnatadeira e iogurteira, centrífugas e outros.

 

Capacitação de equipes

A equipe de pesquisa do Laboratório é formada por especialistas em química, engenharia  química e tecnologia de alimentos, que atuam principalmente na caracterização tecnológica, nutricional, funcional e sensorial de matérias-primas e alimentos, além do desenvolvimento de novos produtos e bioativos. “O local também será um espaço para capacitação de profissionais e estudantes da área agroindustrial dentro do que é preconizado pelas legislações vigentes”, acrescenta a pesquisadora Rafaella Mattietto, que integra a equipe do laboratório.

Uma das novidades no laboratório, segundo a pesquisadora Ana Vânia Carvalho, é a área exclusiva para panificação. “Entre os produtos que podem ser gerados nessa área, estão farinhas à base de matérias-primas regionais, como a pupunha, que podem substituir a farinha de trigo”, exemplifica.

Da borracha ao alimento

O prédio onde hoje funciona o Laboratório de Agroindústria “Alfonso Winiewski” foi instalado em 1943, ainda no Instituto Agronômico do Norte, antecessor da Embrapa Amazônia Oriental. O local abrigava o Laboratório de Tecnologia da Borracha, linha de pesquisa relevante da época, segundo pesquisador Alfredo Homma, da Embrapa Amazônia Oriental.

“Da pesquisa com a borracha, o laboratório passou também para Celulose e Papel, e a Agroindústria ganhou relevância a partir da criação da Embrapa, em 1975”, conta Alfredo Homma.

Ele destaca ainda alguns pesquisadores que lideraram importantes trabalhos na história do laboratório, como químico Alfonso Wisniewski, na área de borracha, que dá o nome ao prédio; o químico Célio Melo, na celulose e papel; e na área agroindustrial os pesquisadores Sérgio Melo e Raimunda Fátima Ribeiro Nazaré.

Foto: Cena do Laboratório de Agroindústria na década de 60 (Arquivo Embrapa)

 

Inauguração e nova parceria

O Laboratório de Agroindústria “Alfonso Winiewski” será inaugurado nesta segunda-feira, 5 de julho, às 9h30, pelo prefeito de Belém Edmilson Rodrigues. A cerimônia, na sede da Embrapa Amazônia Oriental, terá um número limitado de pessoas e atenderá aos protocolos de segurança em virtude da pandemia de coronavírus.

Na ocasião, será também assinado um acordo de cooperação técnica entre a Embrapa Amazônia Oriental e a Prefeitura de Belém para a promoção da inovação social e a inclusão socioprodutiva de agricultores familiares e comunidades ribeirinhas em Belém e região das ilhas.

O trabalho, batizado de “Ilhas de saberes: socialização e uso de tecnologias sociais para promoção de renda e soberania alimentar no município de Belém”, vai realizar capacitações em organização social e transferir tecnologias para comunidades nas áreas de manejo de açaizais, alimentos biofortificados, hortaliças, plantas medicinais, compostagem orgânica, fossas sépticas e outras tecnologias sustentáveis de produção.

 

Ana Laura Lima (MTb 1268/PA)
Embrapa Amazônia Oriental

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