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Seminário discute política de sementes crioulas para Sergipe
‘Que lei de sementes queremos para Sergipe?' – Esta é a pergunta que propõem os organizadores do 1º Seminário Estadual sobre Legislação de Sementes Crioulas, que acontece no auditório da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) no dia 30 de outubro.
Com o tema ‘Semente: Patrimônio do Povo a Serviço da Humanidade', o seminário reunirá técnicos agrícolas, gestores públicos, pesquisadores e agricultores de todos os Territórios da Cidadania estabelecidos em Sergipe. O objetivo é debater e buscar construir políticas públicas e uma legislação de sementes crioulas para o estado.
De acordo com o pesquisador da Embrapa e coordenador do evento, Amaury Santos, a ideia é criar as bases para implementar uma política que favoreça o conhecimento camponês presente nas sementes crioulas que persistem nas mãos dos diversos povos presentes nos territórios sergipanos.
"São as sementes crioulas que detêm a condição de se adaptar às realidades locais e que carregam a cultura camponesa, tanto nos saberes quanto nos sabores", argumenta Amaury.
A programação envolve discussões sobre a realidade atual da conservação, multiplicação e partilha das sementes crioulas nos territórios sergipanos e um painel com debate e construção coletiva de uma proposta de legislação de sementes que fortaleça a organização popular camponesa.
A inspiração em reivindicar uma política de sementes crioulas para o estado de Sergipe vem da existência de leis implementadas na Paraíba e em Alagoas. Essas normas favorecem um programa estadual de Bancos de Sementes Comunitários (BSC), determinando que o governo estadual garanta recursos para o resgate, multiplicação e conservação de sementes de variedades locais, que estão preservadas por famílias camponesas.
O seminário tem a parceria da Rede Sergipana de Agroecologia (RESEA), CNPq, Instituto Federal de Sergipe (IFS), Movimento de Pequenos Agricultores do Estado de Sergipe (MPA), CEFAC, MST, MCP, NEDET/UFS, Articulação do Semiárido (ASA), CDJBC e SASAC.
Paraíba
Amaury Santos coordenou o projeto de pesquisa da Embrapa com foco no resgate das sementes crioulas nas regiões da Borborema e do Cariri, no Semiárido da Paraíba. Nessas localidades, agricultores familiares usam as sementes crioulas, conhecidas como ‘sementes da paixão', para formarem suas lavouras. As sementes garantem a diversidade genética, são resistentes à seca e representam um patrimônio da agricultura local.
Os resultados revelaram que muitas cultivares oriundas das sementes da paixão tiveram rendimento igual ou superior às sementes comerciais ou aquelas fornecidas por políticas públicas. "Isso mostra que o produtor conhece a sua terra, sua lavoura e sabe que cada semente "vinga" e desenvolve melhor em um determinado solo e em um determinado clima", acredita Santos.
Com o auxílio da Articulação do Semiárido Paraibano, mais conhecida como ASA Paraíba, da Conab e da Embrapa, tiveram início ações para fortalecimento de bancos comunitários de sementes que estão garantindo a conservação e o estoque das muitas variedades de sementes crioulas.
Para saber mais sobre as pesquisas com sementes da paixão, assista à edição do programa Dia de Campo na TV sobre o tema.
SERVIÇO
O que: 1º Seminário Estadual sobre Legislação de Sementes Crioulas de Sergipe
Onde: Embrapa Tabuleiros Costeiros – Av. Beira Mar, 3250, Aracaju, SE
Quando: 30 de outubro – 8h-18h
Quem: Amaury Santos – Pesquisador - Embrapa
Informações: (79) 4009-1316 / tabuleiros-costeiros.eventos@embrapa.br
Saulo Coelho (MTB/SE 1065)
Embrapa Tabuleiros Costeiros
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