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Variedades de banana enviadas pela Embrapa chegam à Costa Rica
Na quarta-feira (17), dia em que a Corporación Nacional Bananera (Corbana), entidade reguladora oficial da banana na Costa Rica, completou 50 anos, os diploides melhorados de bananeira – parentes ancestrais das variedades atuais – enviados pela Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA) chegaram à instituição.
A ação faz parte do projeto conjunto de melhoramento de banana Cavendish para resistência à raça 4 Tropical do fungo Fusarium oxysporum f.sp. cubense (FOC R4T), responsável pela doença murcha de Fusarium, a mais destrutiva da cultura e ainda sem controle definitivo. O projeto é financiado com recursos da Corbana e tem duração de cinco anos em sua primeira fase.
“Nossos diploides serão utilizados em esquemas de melhoramento na Costa Rica, visando obter sementes com base genética Cavendish, que, após cultivo in vitro dos embriões, darão origem a plantas/progênies, as quais serão avaliadas quanto ao seu potencial agronômico e de mercado, além do desafio na presença da R4T”, afirma o pesquisador Edson Perito Amorim, coordenador do projeto pela Embrapa.
A execução do projeto no Brasil já começou com a instalação dos blocos de cruzamentos nos campos experimentais da Embrapa Mandioca e Fruticultura. “Esperamos os primeiros resultados no final de 2022, após a colheita dos primeiros cachos polinizados. O mesmo trabalho será executado na Costa Rica, por isso a necessidade do envio dos nossos diploides. Por grata coincidência, as plantas chegaram justamente no dia do aniversário de 50 anos da Corbana”, salienta.
Segundo Amorim, além dos diploides, a bananeira tipo Maçã BRS Princesa, resistente à raça 1 de Fusarium, desembarcou na Costa Rica, visando validação comercial para exportação. Cabe destacar que a Costa Rica é um dos maiores exportadores de banana da América Central.
A banana é o primeiro produto agrícola de exportação do país, apesar de menos de 1% do território nacional ser dedicado à produção da fruta. “Essa é a segunda ação coordenada com foco na internacionalização da banana Maçã Princesa. A primeira foi com o IITA [International Institute of Tropical Agriculture] em 2017, para uso local na África”, explica Amorim.
Parcerias internacionais
Um conjunto de diploides melhorados desenvolvidos pela Embrapa está na Austrália para testes de resistência à R4T, sob coordenação do Department of Agriculture, Fisheries and Forestry (DAAF), com o qual a instituição tem parceria. Outro conjunto de diploides será enviado ainda este ano, passando pelo mesmo processo de testes.
Ação similar vai ocorrer em breve na Colômbia. Outros genótipos aguardam autorização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento brasileiro para seguirem viagem àquele país com o propósito de testá-los contra R4T.
O objetivo desses testes é orientar a Embrapa no uso de diploides resistentes em seus cruzamentos, de forma a permitir o desenvolvimento de cultivares comerciais resistentes, em especial do tipo Prata, o mais plantado no Brasil.
Murcha de Fusarium
O fungo pode entrar por diferentes vias: solo contaminado carregado em sapatos, ferramentas, mudas de bananeira (visivelmente sadias, mas infectadas) e plantas ornamentais, que podem também ser hospedeiras.
As pesquisas já desenvolvidas pela Embrapa em relação às raças existentes no Brasil, sejam na área de melhoramento genético quanto na de manejo da doença, são um marco referencial para o combate de um eventual surto de TR4 no país. Hoje, a Embrapa já faz monitoramento das populações do patógeno existentes no território brasileiro, o que auxiliará na seleção e na recomendação de variedades e até numa detecção oportuna de um foco de TR4.
A doença já ocorre na Austrália, Filipinas, Malásia, Indonésia, Taiwan, China, Omã, Jordânia, Moçambique, Colômbia e Peru, onde o foco foi identificado em 2020. A presença da praga em dois países vizinhos com fortes laços de amizade e comerciais com o Brasil deixa o País em permanente estado de atenção e dedicação às pesquisas.
Léa Cunha (DRT-BA 1633)
Embrapa Mandioca e Fruticultura
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