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Especialistas discutem estratégias para criação do Polo de Inovação Tecnológica do Agronegócio no RJ
Foto: Alexandre Esteves
Workshop reuniu na Embrapa Solos stakeholders de cerca de 20 instituições ligadas ao ecossistema de inovação do Rio de Janeiro, que participaram da construção colaborativa do planejamento estratégico do polo
Projeto financiado pela Faperj que está apoiando a estruturação dessa rede tecnológica conta com uma consultoria especializada na construção de ambientes de inovação para orientar a equipe na formulação estratégica do polo. |
Dezenas de representantes da academia, da iniciativa privada e do poder público estão engajados na formulação do planejamento estratégico para a criação do Polo de Inovação Tecnológica do Agronegócio no Rio de Janeiro (PITEC Agro). O projeto de desenvolvimento institucional liderado pela Embrapa e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), que está apoiando a estruturação dessa rede tecnológica, conta com uma consultoria especializada na construção de hubs de inovação para orientar a equipe na formulação estratégica do novo polo.
A primeira atividade prática da consultoria, a cargo da Fundação Instituto de Administração (FIA), foi realizada na Embrapa Solos (RJ), no dia 25 de agosto. O workshop reuniu stakeholders de cerca de 20 instituições ligadas ao ecossistema de inovação do Rio de Janeiro, que participaram da construção colaborativa do planejamento estratégico do polo tecnológico, delineando a missão, a visão e os valores, com discussões em grupos e apresentação das propostas em plenária. Todas as contribuições coletadas estão sendo compatibilizadas pelos consultores, que trabalham na formulação da primeira proposta. Novas reuniões técnicas serão realizadas para dar continuidade às discussões de outros pontos importantes, e o próximo encontro está previsto para acontecer de maneira remota, no dia 5 de setembro.
O PITEC Agro tem o objetivo de promover no estado do Rio de Janeiro a interação e a cooperação entre iniciativas empreendedoras privadas, comunidade científica, universidades e instituições públicas para transformar pesquisa e conhecimento em produtos e serviços inovadores, atendendo com mais eficácia as demandas do setor produtivo.
“Esperamos que o Rio de Janeiro saia da incômoda posição de não ter protagonismo no agronegócio, na agricultura e na pecuária, para um estado que será um dos grandes líderes nacionais nessas cadeias, por meio da inovação. Pelo território limitado que tem, o estado não vai produzir commodities para exportação em grandes volumes, mas esperamos que deixe de importar 80% dos alimentos que consome para importar, no máximo, 30%”, analisa o coordenador geral do projeto da Faperj, José Carlos Polidoro, diretor de Programas Estratégicos da Secretaria Executiva do Ministério da Agricultura e Pecuária.
Polidoro afirma, ainda, que o Rio de Janeiro tem potencial para agregar à sua economia todas as vantagens da comercialização tecnológica, agregar valor aos seus produtos e aumentar o impacto do agronegócio no seu PIB, além de sediar grandes organizações e instituições financeiras, de fomento e de pesquisas de referência e de já possuir ambientes de inovação consolidados, fatores que favorecem iniciativas de inovação aberta e proporcionam a possibilidade de uma atuação descentralizada do futuro polo de inovação agropecuária.
Workshop reúne dezenas de instituições
Participaram do workshop na Embrapa Solos gestores ou representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa); Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento do Rio de Janeiro (Seappa); Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços do Rio de Janeiro (Sedeics); Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio de Janeiro (Pesagro); Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio de Janeiro (Emater-Rio); Parque Tecnológico da UFRJ; Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ); Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Universidade Federal Fluminense (UFF); Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan); Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Rio); Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); Centro de Excelência em Fertilizantes (CEFert); Bayer; Antera Gestão de Recursos; Instituto Senai de Inovação; Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (CETIQT); Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (FIPERJ); Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado do Rio de Janeiro (OCB-RJ); Fundação Instituto de Administração (FIA) e Embrapa, por meio da Embrapa Agrobiologia, Embrapa Agroindústria de Alimentos e Embrapa Solos.
Aline Figlioli, coordenadora executiva da consultoria FIA, que conduziu as ações colaborativas durante o workshop, destaca que o primeiro encontro de análise estratégica do polo reuniu representantes da chamada tríplice hélice da inovação – academia, iniciativa privada e poder público. É da interação dessas três esferas institucionais que se busca promover o desenvolvimento por meio da inovação e do empreendedorismo.
“Conseguimos criar essa primeira chama de movimentação, agora mais perto dos stakeholders. Reunimos representantes da academia, de Instituições Científicas e Tecnológicas e de Inovação (ICTs), de grandes empresas e cooperativas, de instituições de apoio e fomento e governamentais. Foi uma representatividade bem completa do ecossistema de inovação para iniciarmos efetivamente o processo de envolvimento e de construção colaborativa do polo tecnológico”, comemora a consultora.
A visão dos stakeholdersCamila Ferreira de Pinho, professora adjunta do Instituto de Agronomia da UFRRJ, fez parte do grupo de stakeholders que participou da primeira reunião de análise estratégica com a consultoria do projeto. Ela acredita que a criação do polo tecnológico do agronegócio será fundamental para o fortalecimento da agropecuária do Rio de Janeiro, trazendo visibilidade para o setor, alavancando as pesquisas e a inovação e fortalecendo toda a cadeia produtiva agrícola do estado. “O Rio de Janeiro é um estado com alto potencial no setor agropecuário, porém precisamos conectar todos os agentes envolvidos para impulsionar a cadeia produtiva, e o PITEC Agro tem justamente esta função.” Para Felipe Brasil, subsecretário adjunto de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Pesca do Estado do Rio de Janeiro, a criação do polo terá um importante papel para a integração dos diferentes setores de pesquisa e extensão do setor agropecuário e da pesca do estado. “Com a participação da Secretaria de Estado de Agricultura, por meio da Pesagro, da Emater-Rio, da FIPERJ e da Defesa Agropecuária Estadual, o polo poderá contribuir significativamente para o enfrentamento dos novos desafios para o desenvolvimento sustentável da agropecuária e da aquicultura e para potencialização do agroecoturismo fluminense”, afirma. “A criação do Hub de inovação tecnológica irá promover soluções para a atividade agropecuária no Rio de Janeiro, considerando as suas características particulares e com focos no produtor, na qualidade e na sustentabilidade da produção, tornando-a diferenciada e contribuindo, assim, para o desenvolvimento econômico e social do estado”, opina Fernando Moreira de Lima, gerente técnico estadual de Negócios e Negociações da Emater-Rio. Mauricio Guedes, superintendente de Inovação e Sustentabilidade da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços do RJ, ressalta que “o projeto do polo tecnológico pretende incentivar a pesquisa, a inovação e a geração de startups em toda a cadeia do agronegócio do Rio de Janeiro, incluindo áreas como genômica, robótica, processamento de imagens, fertilizantes, nutrição de plantas, entre outras, nas quais o estado já possui grupos de excelência.” “Nossa expectativa é que o Polo venha a ser um elemento agregador dos diferentes componentes do ecossistema de inovação do Rio de Janeiro, aumentando sua força e se tornando um agente catalisador para atração de novas tecnologias e parcerias estratégicas”, completa o líder latino-americano de Inovação e Parcerias em Pesquisa e Desenvolvimento da Bayer, Renato Luzzardi. |
Embrapa participa com três centros de pesquisaOs três centros de pesquisa da Embrapa no Rio de Janeiro – Embrapa Agrobiologia, Embrapa Agroindústria de Alimentos e Embrapa Solos – estão participando ativamente do projeto Faperj que irá estruturar a rede de inovação para o agronegócio no estado. A expectativa das equipes é que o polo tecnológico proporcione resultados mais rápidos e precisos para as demandas do setor produtivo, a partir dos ativos desenvolvidos pela pesquisa agropecuária. Gizelle Cristina Bedendo, supervisora de Implementação da Programação de Transferência de Tecnologia da Embrapa Solos e coordenadora executiva do projeto, avalia que o início efetivo dos trabalhos da consultoria FIA, marcado pelo workshop do dia 25 de agosto, é a materialização do polo tecnológico via construção conjunta e participativa das instituições. “A intenção é criar uma base sólida para o desenvolvimento da proposta e a estruturação do polo, alinhando e unindo esforços de equipes que representam o ecossistema de inovação no setor agropecuário do Rio de Janeiro”, pontua. Na mesma linha, a chefe adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agrobiologia, Cláudia Pozzi Jantália, afirma que o grupo de trabalho está buscando criar um alinhamento entre as tantas possibilidades que o Rio de Janeiro tem para desenvolver sua agropecuária, para que elas se encontrem no polo de inovação. “Há uma dúvida geral sobre como fazer essa conexão. A troca de experiências entre as instituições envolvidas é muito importante. A pesquisa agropecuária vê que pode colaborar, ela quer estar presente em produtos, serviços e bens para a sociedade. É uma visão que todos os participantes compartilham: é preciso fazer com que as vontades se encontrem.” Já André de Souza Dutra, chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroindústria de Alimentos, ressalta o propósito da Embrapa de trabalhar a inovação aberta, por meio de parcerias com a iniciativa privada, seja em projetos de inovação social, com a agricultura familiar, ou com agroindústrias de médio e grande porte. “Por meio da inovação aberta, queremos contribuir cada vez mais para a produção de alimentos, fibras e energia em bases sustentáveis. O polo tem o objetivo de integrar as instituições, principalmente aquelas de ICT, com apoio das instituições governamentais, para que a gente consiga atender as demandas do setor”, conclui. |
Fernando Gregio (MTb 42.280/SP)
Embrapa Solos
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