A cidade de Rodelas, à margem do São Francisco, no Sertão Baiano, recebeu, nos dias 18 e 19, o pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) Adenir Teodoro, que conversou com produtores locais e extensionistas sobre o manejo de pragas em sistema de produção do coqueiro no bioma Caatinga. Na segunda (18), Teodoro visitou, acompanhado pelo analista do Núcleo de Comunicação Organizacional Eduardo Oliveira, bem como os técnicos agrícolas Gilson e Zé Costa, da Secretaria de Agricultura do Município, e o agrônomo Laelson, do SENAR/BA, a Unidade de Referência Tecnológica (URT) instalada na propriedade do produtor parceiro Osmar Fonseca. No local, instalado para demonstrar benefícios do uso da cobertura morta no cultivo de coqueiro, a equipe da Embrapa aproveitou a visita para observar o comportamento das plantas com relação à incidência de pragas. A equipe observou a ocorrência de pragas como ácaro do fruto, ácaro vermelho, mosca branca e pugão. Também notou a presença de predadores dessas pragas, como a joaninha e o bicho lixeiro, que exercem um papel no controle natural dessas pragas. Não foi verificada a presença do Rhyncophorus palmarum (broca do olho do coqueiro), uma das pragas mais comuns da cultura no Nordeste. Também foram discutidas com os técnicos as formas de controle mais utilizadas no local. Na terça (19) aconteceu, no Colégio Estadual Dulcina Cruz Lima, a palestra de Adenir sobre fitossanidade do coqueiral, com a presença de 30 pessoas, entre assistentes técnicos e estudantes do curso de agroecologiapromovido na escola. O analista Eduardo fez uma breve abertura junto com o secretário de Agricultura Geraldo Fonseca. Eduardo também fez uma apresentação do projeto executado em Rodelas, que demonstra os benefícios de aplicar cobertura morta no solo ao redor das plantas – retenção de umidade e nutrientes no solo, redução do uso de água, diminuição de plantas daninhas, entre outros. Em sua palestra, Teodoro discutiu os principais aspectos de um bom manejo integrado de pragas do coqueiro – reconhecimento, danos, monitoramento e manejo das principais pragas, sempre com uma abordagem predominantemente ecológica e sustentável, priorizando o controle com inimigos naturais e bionsumos e reduzindo uso de inseticidas químicos. O evento se encerrou com um rico debate sobre pragas do coqueiro e também perspectivas para a cultura no município, que vem apresentando aumento consistente na produção, com potencial comercial grande para exportação de água de coco de alta qualidade, inclusive para os Estados Unidos.