Busca de Notícias Busca de Notícias

13/12/24 |   Transferência de Tecnologia

Dia de Campo reúne agricultores familiares em Nova Iguaçu, RJ

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

Foto: Giovana Barbieri

Giovana Barbieri -

A Embrapa Agrobiologia, em parceria com o Instituto Zeca Pagodinho (IZP) e a associação AS-PTA - Agricultura Familiar, realizou mais um Dia de Campo no último dia 12, dentro do espaço da Univerde, em Nova Iguaçu, na baixada fluminense. Desta vez, a reunião com 54 agricultores familiares apresentou técnicas como o composto fermentado do tipo bokashi e o gongocomposto. Os pesquisadores Maria Elizabeth Correia e José Guilherme Guerra estiveram à frente das práticas.

Maria Elizabeth conta que a ideia surgiu para atender às necessidades e curiosidades do grupo, que já havia participado de outra prática na Unidade e que mostraram interesse em conhecer mais sobre bokashi e gongocomposto. Segundo a pesquisadora, apresentar as atividades em campo, nos territórios em que os agricultores estão acostumados, ajuda a mostrar que é possível inserir essas práticas em seu dia a dia. “No ambiente de pesquisa, é tudo ideal, e na realidade deles há várias limitações. A ideia foi trazer os materiais e montarmos juntos os processos, para eles entenderem que é possível fazer no território deles”, complementa.

Ao exemplificar a prática de gongocompostagem para o grupo, Maria Elizabeth afirmou que é possível realizar a técnica tanto em espaços fechados, como recipientes, quanto em áreas abertas, pois os gongolos irão se aproximar do espaço preparado, já que é fonte de comida e abrigo. Segundo ela, durante testes realizados pela Embrapa, foi possível observar que o gongocomposto apresenta melhor desempenho do que os substratos vendidos nas casas de ração. “As mudas crescem muito mais rápido e bem mais saudáveis do que quando recebem o substrato comercial”, reforça.

A produção de bokashi apresentada por José Guilherme também proporcionou uma experiência prática para os agricultores e parceiros presentes. Todos tiveram a oportunidade de preparar o composto, com a orientação e auxílio do pesquisador. Segundo ele, a técnica da fermentação do material orgânico consegue melhorar as qualidades biológicas do solo, trazendo os nutrientes necessários para um bom plantio. Ele explica que, após a preparação e compactação dos compostos em um balde, é necessária a vedação do material e fermentação por 21 dias.

A pesquisadora Mariella Uzêda, líder de projeto sobre quintais produtivos, organizou o evento e destacou a importância dessa iniciativa para o encontro de diferentes grupos da comunidade, tendo em vista que parceiros de várias localidades compareceram e puderam se conhecer e trocar experiências. “Desta vez conseguimos reunir agricultores de todo o território. Isso vai contribuir para que eles formem uma rede de solidariedade”, afirma.

Mariella explica que as técnicas ensinadas pelos pesquisadores são fundamentais para quem faz agricultura urbana, já que, muitas vezes, os solos urbanos são extremamente pobres e não contribuem para a produção agrícola. “A gente trouxe práticas que vão ajudá-los a transformar esses solos pobres em solos mais ricos”, afirma.

Sérgio Ricardo Hortelão, um dos agricultores que esteve no evento, conta que participa de curso sobre agricultura urbana e periurbana no IZP, além de ter um projeto de uma horta pedagógica em Parada Angélica, em Duque de Caxias. Para ele, a experiência do Dia de Campo vem para somar em seus projetos: “Eu já faço a prática de gongocompostagem, e agora estou aproveitando as técnicas para aperfeiçoar o trabalho.”

O estudante de Geografia do Instituto Multidisciplinar da UFRRJ, Matheus Fortunato, também participou do encontro e destacou a importância das técnicas para o projeto que participa. Ele faz parte do coletivo Colher Urbano da Universidade, em Nova Iguaçu, além de também integrar o curso oferecido pelo IZP. “A gente trabalha numa área degradada, então as técnicas de gongocompostagem e bokashi vão acelerar o processo de recuperação daquele solo”, declara Matheus.

Como encerramento do Dia de Campo, foi organizada uma dinâmica de troca de mudas e sementes entre os participantes, na qual cada um levava alguma planta e era convidado a dizer as razões pelas quais considerava aquela muda importante no cenário da biodiversidade local.

Giovana Barbieri (Estagiária de Jornalismo)
Embrapa Agrobiologia

Liliane Bello (MTb 01766/GO)
Embrapa Agrobiologia

Contatos para a imprensa

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/