Embrapa Agroindústria Tropical
Primeiras mudas comerciais do cajueiro-anão BRS 555 chegam ao mercado
Desenvolvido para o semiárido serrano de altitude, o clone de cajueiro-anão BRS 555 foi lançado pela Embrapa Agroindústria Tropical em novembro de 2022. As primeiras mudas para multiplicação foram disponibilizadas aos viveiristas já em março de 2023. Um ano depois, os produtores do sertão do Seridó e das zonas de altitude do Rio Grande do Norte, bem como regiões com as mesmas características, podem adquirir mudas comerciais do novo cultivar.
Wedson Torres, responsável técnico por diversos viveiros no município de Apodi (RN), relembra que, em um primeiro momento, os viveiristas realizaram o cultivo das mudas recebidas. Na etapa seguinte, com as mudas bem desenvolvidas, as primeiras amostras comerciais do BRS 555 foram produzidas. “Os viveiristas receberam as mudas, aclimataram e, por fim, transplantaram para o campo. Após todos os tratos culturais, como controle de pragas e adubação para que essas mudas pudessem crescer e desenvolver a copa, iniciaram a enxertia”, complementa.
No Rio Grande do Norte, dois viveiros no município de Apodi receberam mudas do BRS 555: Viveiro Vida Nova, em Distrito do Córrego II, e Viveiro Muda de Cajueiro Apodi, em Sítio Lagoa (Apodi). Neto Lúcio, também produtor de mudas e proprietário do Viveiro Vida Nova, destaca que a procura por exemplares do BRS 555 tem sido satisfatória: “A procura por mudas do BRS 555 está boa, todas que fiz já foram vendidas. Os produtores têm procurado devido a alta produtividade da variedade”.
Ismael Laidson, responsável pelo Viveiro Muda de Cajueiro Apodi, também ressalta a alta demanda pelo BRS 555: “A procura tem sido boa. Eu produzi 1,5 mil mudas, das quais vendi boa parte. Uma outra parte plantei no meu pomar, para que assim eu tenha material para fazer mais enxertos”.
Aline Saraiva, chefe-adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroindústria Tropical, pontua que a cultivar visa ao complemento do material atualmente usado pelos produtores: “O material que se tem hoje (BRS 555) é mais produtivo e isso também seria uma alternativa para utilizar em áreas degradadas e sem produtividade. Poderíamos plantar o BRS 555 que é adequado para essa região e assim haveria o incremento de área produtiva com maior rentabilidade”.
Onde adquirir mudas:
F PJ Amorim Ltda
Telefone: (84) 98864.4443
Email: jetroamorim@hotmail.com
Endereço: Comunidade de Riachão, nº 130, Zona Rural, Ceará Mirim (RN), CEP 59570-000
CNPJ: 46.661.196/0001-66
Ilmar Produção de Mudas Frutíferas Ltda
Telefone: (85) 99992.6096
Email: josimarlandim@bol.com.br
Endereço: Rodovia BR 304, km 19, Beberibe (CE), CEP 62.840-000
CNPJ: 07.950.247/0001-18
Viveiro Vida Nova
Telefone: (84) 99119.4263
E-mail: wedsontorres@gmail.com
Endereço: Distrito do Córrego II, Apodi (RN), CEP 59700-000
CNPJ: 942.390.534-04
Viveiro Muda de Cajueiro Apodi
Telefone: (84) 99410.3804
E-mail: isaacwallacy@gmail.com
Endereço: Viveiro de cajueiro Sítio Lagoa do Mato, Apodi (RN), CEP 59700-000
CNPJ: 086.530.434-38
Renasem
A lista completa de viveiristas autorizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) pode ser encontrada no Renasem: http://sistemasweb.agricultura.gov.br/renasem/
Na página, clicar na opção "Menu", no quadro no canto superior esquerdo. Em seguida, dentre as opções, escolher "Renasems". No campo "Atividade", escolher a opção "Produtor de Mudas". Em "UF", escolher a Unidade da Federação para a qual deseja a pesquisa. Na opção "Espécie Vegetal" inserir “caju”. Após isto, basta clicar em "Pesquisa" e o sistema informará os viveiristas cadastrados.
Sobre o BRS 555: produtividade e resistência
Recomendado para o sertão do Seridó e para o semiárido serrano da mesorregião de Serra de Santana, no estado do Rio Grande do Norte, o BRS 555 foi lançado em novembro de 2022. O elevado potencial produtivo é um destaque do clone BRS 555, que registrou uma média de 2.711 quilos de castanha por hectare do sexto ao nono ano de produção. A média do RN, em 2021, foi de 336 kg/ha (IBGE).
Em média, a produtividade da castanha do novo clone foi 57,6 % superior ao clone testemunha BRS 265, enquanto a produção do pedúnculo registrou um incremento de 60,4% na comparação com o BRS 265. A variedade apresenta uma amêndoa com bom peso, em média 2,5g.
Outra vantagem dessa nova variedade é a resistência à broca-do-tronco (Marshallius anacardii), praga com forte incidência e severidade na área serrana e que provoca a redução da copa, da estatura de plantas e, consequentemente, da produção.
Ricardo Moura (DRT 1618 JPCE)
Embrapa Agroindústria Tropical
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Lindemberg Bernardo (estagiário de jornalismo)
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