A cajucultura comercial brasileira apresenta significativa variação de produção de frutos a cada ano, fato que implica na perda de competitividade desse setor no mercado mundial. Um reflexo disso é que o Brasil passou de grande exportador para importador de castanha-de-caju, sendo ultrapassado por países africanos e asiáticos. O cajueiro é nativo do litoral nordestino do Brasil e, ao longo dos anos, naturalmente foi se adaptando a diferentes ecossistemas, com destaque para o semiárido nordestino, região caracterizada pela alta temperatura média anual, precipitação pluviométrica média baixa e solos pobres em nutrientes. Por se adaptar a condições adversas de clima e solo, o cajueiro é considerado uma planta de alta rusticidade, passando a ideia equivocada de que não necessita de tratos culturais. Desde 1987, a Embrapa Agroindústria Tropical desenvolve pesquisas com a cultura do cajueiro, gerando importantes resultados, com destaque principal para a geração de clones de cajueiro-anão que produzem até 1.500 kg/ha de castanhas em regime de sequeiro e até 3.000 kg/ha em regime irrigado. No entanto, nos últimos anos, a produtividade do cajueiro-anão na região produtora tem variado entre 225 kg a 530 kg/ha de castanhas, valores bem abaixo da produtividade potencial. Observa-se que, mesmo com o uso de genótipos geneticamente superiores, a falta de um manejo adequado parece impedir o alcance da produtividade potencial. A equipe deste projeto visita regularmente as principais regiões produtoras de caju do Nordeste, sendo possível identificar algumas demandas dos cajucultores e, também, dos compradores dos produtos (castanha e pedúnculo), destacando-se os aumentos de produtividade e do período de oferta dos produtos. Desse modo, esse projeto objetiva disponibilizar tecnologias de manejo da cultura alinhadas à realidade dos produtores, pois elas podem se refletir, em curto e médio prazo (pesquisa aplicada), no incremento da produtividade da cultura e numa maior oferta de castanhas e pedúnculos. Para atingir o objetivo do projeto serão realizadas várias atividades, destacando-se o manejo da vegetação das entrelinhas dos pomares, por meio de práticas conservacionistas de solo; o manejo de espaçamentos e podas das plantas, visando maximizar a eficiência produtiva do pomar; a aplicação de estratégias de fornecimento de água às plantas, com o intuito de reduzir a mortalidade de plantas jovens bem como aumentar a produtividade do pomar; e a adoção de práticas de plantio e adubação, que visam a melhoria do ambiente de produção (solo), através do aumento do teor de matéria orgânica, da retenção de umidade e dos teores dos nutrientes essenciais às plantas. Por meio do empenho dessa rede de pesquisa, buscar-se-á, principalmente, disponibilizar tecnologias de manejo que melhoram a eficiência produtiva dos pomares de cajueiros.