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Brasil apresenta inovações para produção de algodão a agricultores do Paraguai
Foto: Felipe Guimarães
A máquina é uma inovação desenvolvida no Brasil no âmbito do projeto de cooperação internacional +Algodão
Intercâmbio de experiências, boas práticas e inovações tecnológicas adaptadas à produção familiar de algodão. Esses serão os temas centrais de uma série de atividades em nível internacional que acontecerão durante uma semana (de 20 a 27 de maio) no Paraguai, envolvendo representantes dos governos do Brasil, Paraguai e Colômbia, técnicos de extensão e pesquisadores dos três países e, principalmente, agricultoras e agricultores familiares do Paraguai. Uma das atividades programadas será a demonstração de uma colheitadeira de uma linha, desenvolvida pela Embrapa, com o apoio do projeto +Algodão, com foco na agricultura familiar.
A agenda é promovida pelo projeto de cooperação sul-sul trilateral +Algodão, do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO, executado em conjunto pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Agência Brasileira de Cooperação, do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE), e sete países parceiros, incluindo o Paraguai, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAG), e a Colômbia, por meio do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADR).
De acordo com Cecilia Malaguti, coordenadora-geral de Cooperação Técnica Trilateral com Organismos Internacionais da ABC/MRE, buscando garantir o alinhamento aos princípios da Cooperação Sul-Sul, o projeto +Algodão apoiou o desenvolvimento de uma colheitadeira de uma linha para permitir que agricultores familiares tenham acesso a essa tecnologia. “Dessa forma, garantimos o desenvolvimento e o aprimoramento do processo de colheita do algodão para todos os agricultores familiares, seja na América Latina, África ou até mesmo no Brasil”.
Colheita mecanizada de algodão: contribuição da cooperação entre Brasil e FAO
Entre as ações enquadradas como um "marco" do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO, por meio do projeto +Algodão, no que se refere à troca de conhecimento e inovações tecnológicas, está o protótipo da colheitadeira de uma linha, que estará em testes em terras paraguaias, durante o Dia de Campo, em 24 de maio, no departamento de Caazapá. Após uma série de testes no Brasil, durante 2020 e 2021, o primeiro país onde a máquina chegou é o Paraguai.
América González, coordenadora do projeto +Algodão Paraguai, explica que o cultivo do algodão é uma atividade tradicional da agricultura familiar que precisa introduzir inovação tecnológica em seu sistema produtivo para ser rentável. “No entanto, é importante que essa tecnologia seja adaptada à realidade do setor. Nesse sentido, trabalhamos no projeto +Algodão em parceria com a Embrapa Algodão no desenvolvimento deste protótipo que será apresentado aos agricultores, agricultoras e extensionistas do Paraguai, como uma oportunidade de desenvolvimento tecnológico”, ressaltou.
A máquina foi desenvolvida pelos pesquisadores Odilon Reny Ribeiro e Valdinei Sofiatti, da Embrapa Algodão, e pode colher 1 hectare em 3,5 horas, o equivalente a 120 hectares em 30 dias. Este protótipo pode se tornar uma opção altamente viável para os agricultores e agricultoras familiares produtores de algodão da América Latina, bem como para suas organizações e cooperativas.
O pesquisador Valdinei Sofiatti explica que o protótipo é uma máquina acoplada a um trator e que visa ajudar os agricultores familiares a colher algodão em pequenas áreas de cultivo, com menor custo. Ele conta que este protótipo desenvolvido utilizou partes de máquinas colheitadeiras antigas, onde foram instalados outros sistemas e um reboque que permite o transporte do algodão na lateral do trator. “O algodão colhido é transportado até o reboque na parte traseira da máquina. Com isso, o produtor consegue colher o algodão de maneira muito mais rápida do que se colhesse manualmente”.
Ao longo do Dia de Campo, técnicos da Embrapa Algodão darão explicações técnicas e demonstrações para a colheita mecanizada do algodão com o protótipo, além de orientações sobre outras boas práticas de manejo do solo pós-colheita, junto a técnicos extensionistas e agricultores.
Seminário Internacional Paraguai-Brasil-Colômbia
Em Assunção, um dia antes do Dia de Campo, em 23 de maio, será realizado o seminário internacional "Projetos de Cooperação Sul-Sul Trilateral: contribuição para o desenvolvimento sustentável do setor algodoeiro", onde serão apresentados os resultados do projeto +Algodão no Paraguai e na Colômbia; serão discutidos os desafios da mecanização na cotonicultura familiar; além de promover a troca de conhecimentos entre atores do setor algodoeiro e entidades governamentais do Paraguai, Brasil e Colômbia.
Por parte do Brasil, participarão representantes da ABC/MRE e da Embrapa Algodão. A delegação colombiana incluirá representantes da Diretoria de Cadeias Agropecuárias e Florestais, do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADR), do Fundo de Desenvolvimento do Algodão (Conalgodón), um instrutor do SENA ´La Granja´; pesquisador da AGROSAVIA; produtores e técnicos do Projeto +Algodão Colômbia. O grupo da Colômbia também conhecerá as experiências paraguaias em visitas de campo em plantios de algodão, em empresas descaroçadoras, entre outros.
+Algodão
O projeto +Algodão é executado desde 2013, com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável da cadeia do algodão latino-americana. Mobiliza uma rede regional de mais de 80 instituições do setor público e privado que unem esforços para fortalecer a cadeia de valor do algodão. Sete países parceiros participam desta iniciativa: Argentina, Bolívia, Equador, Colômbia, Haiti, Paraguai e Peru.
Por meio desta cooperação sul-sul trilateral, são geradas oportunidades para a troca de conhecimentos e experiências, promoção do acesso a mercados, fomento de inovações tecnológicas e de gestão agrícola, a partir de uma perspectiva de sistemas de produção agroalimentar diversificados, que contribuem para a segurança nutricional das famílias algodoeiras.
Palova Brito
Com informações da FAO
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