É consenso que a irrigação no Brasil poderia ser realizada de forma mais eficaz, sem grandes desperdícios de água. Estima-se que de toda a água captada para fins de irrigação, apenas 50% é utilizada pelas plantas. Em sistemas de irrigação por superfície, as perdas podem ultrapassar 75%. Tal problema ocorre devido a pouca utilização de critérios técnicos de manejo da água, informações escassas e incompletas disponíveis na literatura e uso de sistemas de irrigação com baixa eficiência de aplicação de água. Essa situação tem levado inúmeros projetos de irrigação a uma condição de baixa sustentabilidade econômica e socioambiental. O incremento na demanda hídrica deverá aumentar exponencialmente nas próximas décadas, devido ao impacto que o aquecimento global poderá causar no clima do planeta. Assim, a irrigação será tecnologia fundamental para minimizar o impacto que essas mudanças climáticas terão na agricultura. Em termos de área irrigada, as fruteiras e as hortaliças são, proporcionalmente, as espécies mais irrigadas no Brasil, sendo que nas regiões Nordeste e do Cerrado praticamente toda a produção comercial é irrigada. Diante deste cenário, o projeto tem por objetivo avaliar, desenvolver e transferir tecnologias para minimizar o desperdício de água na irrigação de fruteiras tropicais e hortaliças nas regiões do Semiárido, dos Tabuleiros Costeiros e do Cerrado. Isso pode ser alcançado pelo uso de sistemas de irrigação mais eficientes, como gotejamento e microaspersão, de critérios para o manejo racional de irrigação e de práticas que minimizam perdas de água, como cultivo mínimo e cobertura do solo, ou que maximizem a eficiência do uso de água pelas plantas.