06/04/15 |   Transferência de Tecnologia

Intercâmbio internacional enriquece pesquisa

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Foto: Luc Rouws

Luc Rouws - Winnefred Mensah e Deborah Gumanga, biólogas de Gana que estão participando de treinamento na Embrapa Agrobiologia

Winnefred Mensah e Deborah Gumanga, biólogas de Gana que estão participando de treinamento na Embrapa Agrobiologia

Em 2014, a Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ) foi sede de quase 20 eventos com participação internacional. A visita de pesquisadores e estudantes estrangeiros para colaboração em projetos, workshops, treinamentos e reuniões movimentou a Unidade: veio gente da Austrália, Cuba, Colômbia, Estados Unidos, Senegal, Alemanha, Escócia, México e muitos outros países. 
 
Os dados são do relatório de atividades internacionais de 2014 da Unidade, no qual também foram listadas as participações de pesquisadores em eventos fora do País – 11 no total, para locais como Argentina, Moçambique, Alemanha, China, Senegal, Estados Unidos, Espanha e Peru, entre outros. "A palavra-chave é intercâmbio, o que deve ser interpretado em ambas as direções, ou seja, tanto nós estamos dando visibilidade às tecnologias, técnicas e práticas resultantes das nossas pesquisas, como temos a oportunidade de conhecer outras realidades", aponta o pesquisador Luiz Fernando Duarte de Moraes, articulador internacional da Unidade. "A partir da reflexão sobre o contato com essas outras realidades podemos fazer uma revisão contínua do que estamos fazendo com pesquisa e transferência de tecnologia. É inegável a riqueza de atividades de intercâmbio internacional", completa.
 
Luiz Fernando frisa também a importância do relatório para dar mais visibilidade às atividades internacionais que envolvem a empresa. "O interessante em fazer esse documento foi identificar algumas ações que estavam pouco divulgadas. A gente tem esse esforço dos empregados na cooperação internacional, mas como temos uma agenda pesada e uma rotina que é bastante intensa muitas vezes essas ações ficam pouco visíveis. Reunir essas ações pontuais foi interessante para termos a real noção da troca internacional da Unidade", explica. 
 
Do mundo para o Brasil - As biólogas Winnefred Mensah, de 29 anos, e Deborah Gumanga, de 27, vieram de Gana, na África, com o intuito de receber treinamentos para produção e controle de qualidade de inoculantes. "É uma ótima experiência. Estou gostando de aprender as coisas aqui, do convívio com profissionais e estudantes e de ver de perto a pesquisa que está sendo feita na Unidade. Gostaria de voltar para outros treinamentos" conta Winnefred. A colega Deborah acrescenta: "Está sendo muito importante para aprendermos como produzir inoculantes de boa qualidade em Gana."
 
Elas vieram para o Brasil em janeiro, com perspectiva de permanência até abril, pelo projeto High quality effective rhizobium inoculants for grain legumes in northern Ghana, uma parceria do Brazil-Africa Agricultural Innovation Marketplace com a Embrapa Agrobiologia. Nesse contexto, a Unidade se comprometeu a treinar técnicos e profissionais do Savanna Agricultural Research Institute, da Council for Scientific and Industrial Research (CSIR-SARI), de Gana, na aplicação de protocolos de controle de qualidade, técnicas de biologia molecular, isolamento e seleção de estirpes de rizóbio. O objetivo do SARI, instituto a que Winnefred e Deborah estão vinculadas, é aumentar a escala da produção de inoculantes no país e garantir sua distribuição para 20 mil produtores rurais.
 
A cubana Rosalba Ortega, de 25 anos, é outra estrangeira que está na Unidade neste mês. Também bióloga, ela veio para o País por meio de um programa de pós-graduação do governo brasileiro, com bolsa do CNPq, para desenvolver seu projeto de mestrado, na área de agronomia. "Acho que a experiência do intercâmbio é algo muito importante na vida de qualquer pessoa, para visitar outros países e conhecer realmente como é a sua situação. Nenhum país é perfeito, mas tem muitas coisas boas que podemos levar pra nossa vida", ressalta.
 
Perspectivas - Para 2015, a Unidade já recebeu duas demandas que envolvem articulação internacional. Uma delas envolve a colaboração com a Agência Internacional de Energia Atômica, vinculada à ONU e sediada na Áustria, para a capacitação de profissionais na análise de eficiência no processo de fixação biológica de nitrogênio. A outra foi intermediada pela embaixada brasileira no Suriname: uma ONG do país está liderando um esforço para estimular a transição de agricultores tradicionais para a agricultura orgânica, e a Embrapa Agrobiologia foi convidada para capacitar produtores e técnicos envolvidos no processo. "Essas duas demandas foram encaminhadas para a Secretaria de Relações Internacionais da Embrapa, em Brasília, e estamos aguardando orientações sobre como proceder", explica Luiz Fernando.
 
Há também um esforço da pesquisadora Mariella Uzêda para formalizar uma parceria com a Universidade de Porto Rico, a fim de viabilizar a vinda de uma pesquisadora daquela instituição para o desenvolvimento do projeto Evaluación participativa de la regulación natural de las plagas, un servicio ecosistémico, em São José da Boa Morte (Cachoeiras de Macacu, RJ), local onde Mariella desenvolve pesquisas há anos. 
 

Liliane Bello (MTb 01766/GO)
Embrapa Agrobiologia

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