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09/06/16
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Mudanças climáticas Produção animal Agricultura de Baixo Carbono
Estratégias para reduzir emissões de GEE são destaque no segundo dia do SIGEE
O foco das discussões na tarde de quarta-feira (08), no II Simpósio Internacional sobre Gases de Efeito Estufa na Agropecuária (II SIGEE) em Campo Grande (MS), foi estratégias de mitigação de GEE em diferentes sistemas de produção. A pesquisadora da Embrapa Patrícia Anchão, líder da Rede Pecus de Pesquisa, destacou que não há pior opção para a pecuária de corte brasileira do que manter sistemas de pastagem degradada. Ao contrário, em sistemas bem manejados, com uso de tecnologias, é possível abater as emissões de GEE pela remoção de carbono e contribuir para o aumento de matéria orgânica, melhorando a fertilidade do solo e a qualidade da forrageira. "Se considerarmos o sequestro de carbono no solo, as pastagens intensificadas têm balanço positivo", conta a pesquisadora. Segundo ela, os resultados obtidos pela Pecus indicam que a emissão de metano nas pastagens tropicais em diversos sistemas de produção é muito aquém da reportada aos sistemas pecuários brasileiros pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). Outro aspecto positivo da intensificação dos sistemas é sua influência direta na produtividade, com aumento da produção de carne e leite, maior número de animais por hectare e melhor desempenho animal. A adoção de sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP) e lavoura-pecuária-floresta (ILPF) também foi apresentada aos participantes do evento como alternativa eficiente no sequestro de carbono e uma estratégia importantes para mitigação de GEE da agropecuária. O pesquisador Roberto Giolo demonstrou resultados preliminares da emissão nesses modelos em biomas diferentes – Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. No Cerrado, os sistemas de integração têm mostrado maior eficiência de uso de recursos naturais e insumos, com grande potencial para benefícios ambientais. Com a presença do componente florestal ainda há uma tendência de maior acúmulo de estoque de carbono no solo. Teresa Cristina Genro, pesquisadora da Embrapa, enfatizou algumas estratégias para redução de metano em pastagens nativas brasileiras. Os estudos indicaram que uma medida simples de ajuste da lotação animal na pastagem nativa já reduz a emissão de metano entérico, além de auxiliar no sequestro de carbono do solo. Com a utilização de outras estratégias de intensificação, como fertilização, introdução de espécies exóticas, suplementação, aumenta-se a produção de carne por hectare, mantendo a qualidade do solo e menor produção de metano. Cristina destacou que a seleção genética para diminuir as emissões ainda é um desafio, mas que tem potencial para contribuir com a mitigação. Outra informação interessante revelada pela pesquisadora é que no bioma Pampa dados de fator de emissão de fezes e urina de bovinos foram 10 vezes menor do que os dados divulgados pelo IPCC para o Brasil. O estudo do matemático Rafael de Oliveira Silva, pesquisador da Universidade de Edimburgo e da Faculdade Rural da Escócia, chamou a atenção do público. Ele apresentou um modelo matemático para avaliar os impactos da variação do consumo de carne no sistema pecuário do Cerrado brasileiro. A pesquisa apontou redução de emissões GEE pela pecuária bovina no Cerrado com o aumento da produção. Já a queda do consumo provocaria maior emissão. Segundo Silva, o aumento da demanda por carne serviria de estímulo à intensificação dos sistemas pecuários. Por exemplo, em decorrência da recuperação de pastagens degradadas, ocorre aumento do estoque de carbono no solo, suficiente para contrabalancear o aumento das emissões dos animais. O II SIGEE é realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e Sistema Famasul. O evento termina nesta quinta-feira (09) e tem o patrocínio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Sicredi e Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore MS). O evento conta com o apoio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), da Rede de Fomento ILPF, da Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras (Unipasto), da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems), do Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Mato Grosso do Sul (OCB/MS), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e WRI Brasil.
O foco das discussões na tarde de quarta-feira (08), no II Simpósio Internacional sobre Gases de Efeito Estufa na Agropecuária (II SIGEE) em Campo Grande (MS), foi estratégias de mitigação de GEE em diferentes sistemas de produção.
A pesquisadora da Embrapa Patrícia Anchão, líder da Rede Pecus de Pesquisa, destacou que não há pior opção para a pecuária de corte brasileira do que manter sistemas de pastagem degradada. Ao contrário, em sistemas bem manejados, com uso de tecnologias, é possível abater as emissões de GEE pela remoção de carbono e contribuir para o aumento de matéria orgânica, melhorando a fertilidade do solo e a qualidade da forrageira. "Se considerarmos o sequestro de carbono no solo, as pastagens intensificadas têm balanço positivo", conta a pesquisadora.
Segundo ela, os resultados obtidos pela Pecus indicam que a emissão de metano nas pastagens tropicais em diversos sistemas de produção é muito aquém da reportada aos sistemas pecuários brasileiros pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).
Outro aspecto positivo da intensificação dos sistemas é sua influência direta na produtividade, com aumento da produção de carne e leite, maior número de animais por hectare e melhor desempenho animal.
A adoção de sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP) e lavoura-pecuária-floresta (ILPF) também foi apresentada aos participantes do evento como alternativa eficiente no sequestro de carbono e uma estratégia importantes para mitigação de GEE da agropecuária. O pesquisador Roberto Giolo demonstrou resultados preliminares da emissão nesses modelos em biomas diferentes – Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. No Cerrado, os sistemas de integração têm mostrado maior eficiência de uso de recursos naturais e insumos, com grande potencial para benefícios ambientais. Com a presença do componente florestal ainda há uma tendência de maior acúmulo de estoque de carbono no solo.
Teresa Cristina Genro, pesquisadora da Embrapa, enfatizou algumas estratégias para redução de metano em pastagens nativas brasileiras. Os estudos indicaram que uma medida simples de ajuste da lotação animal na pastagem nativa já reduz a emissão de metano entérico, além de auxiliar no sequestro de carbono do solo. Com a utilização de outras estratégias de intensificação, como fertilização, introdução de espécies exóticas, suplementação, aumenta-se a produção de carne por hectare, mantendo a qualidade do solo e menor produção de metano. Cristina destacou que a seleção genética para diminuir as emissões ainda é um desafio, mas que tem potencial para contribuir com a mitigação. Outra informação interessante revelada pela pesquisadora é que no bioma Pampa dados de fator de emissão de fezes e urina de bovinos foram 10 vezes menor do que os dados divulgados pelo IPCC para o Brasil.
O estudo do matemático Rafael de Oliveira Silva, pesquisador da Universidade de Edimburgo e da Faculdade Rural da Escócia, chamou a atenção do público. Ele apresentou um modelo matemático para avaliar os impactos da variação do consumo de carne no sistema pecuário do Cerrado brasileiro. A pesquisa apontou redução de emissões GEE pela pecuária bovina no Cerrado com o aumento da produção. Já a queda do consumo provocaria maior emissão.
Segundo Silva, o aumento da demanda por carne serviria de estímulo à intensificação dos sistemas pecuários. Por exemplo, em decorrência da recuperação de pastagens degradadas, ocorre aumento do estoque de carbono no solo, suficiente para contrabalancear o aumento das emissões dos animais.
O II SIGEE é realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e Sistema Famasul. O evento termina nesta quinta-feira (09) e tem o patrocínio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Sicredi e Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore MS). O evento conta com o apoio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), da Rede de Fomento ILPF, da Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras (Unipasto), da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems), do Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Mato Grosso do Sul (OCB/MS), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e WRI Brasil.
Gisele Rosso (MTb/3091)
Embrapa Pecuária Sudeste
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