Um videodocumentário foi uma das ferramentas escolhidas pela equipe do projeto "Impacto da pesquisa participativa do melhoramento genético da mandioca no bioma caatinga", da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, os casos de maior sucesso de adoção de variedades melhoradas de mandioca geradas pela Unidade.
Liderado pelo pesquisador Clóvis Oliveira de Almeida, o projeto remonta ao Programa de Melhoramento Genético da Mandioca da Embrapa, o maior do país, que, no início dos anos 90, começou a utilizar metodologias participativas, marcando uma nova etapa na pesquisa com variedades para a região Nordeste. A metodologia participativa se constituiu numa das ferramentas mais eficientes para elevar o nível de adoção e difusão das variedades geradas pela pesquisa, agilizando a sua incorporação ao sistema produtivo dos agricultores e ampliando a diversidade genética de mandioca nas lavouras.
As principais questões que o projeto tenta responder são onde e em quantos municípios as variedades melhoradas foram adotadas; qual é a importância das variedades melhoradas em relação às locais; qual é a velocidade de adoção e de difusão das variedades; e quais são os fatores determinantes da adoção (e da não adoção) das novas variedades. "Os dados colhidos durante o projeto devem orientar ações dos principais programas da Equipe Técnica de Mandioca da Unidade", afirma.

Variedades
O trabalho avaliou a BRS Formosa, introduzida no bioma Caatinga, e a BRS Kiriris, introduzida e lançada nos biomas Caatinga e Mata Atlântica. As duas são resistentes a doenças específicas que representavam grandes ameaças à produção de mandioca das localidades que as adotaram.
Na Bahia, a BRS Formosa foi a principal variedade de mandioca recomendada pela Embrapa em 2001 e adotada por agricultores e é cultivada em cerca de 18 municípios. É de uso industrial e resistente à bacteriose, doença que encontra na região seca do Centro-oeste baiano condições ideais para seu desenvolvimento, acometendo folhas e hastes da planta, levando-a à morte
Já nos estados de Sergipe e Minas Gerais, a BRS Kiriris foi a principal variedade de mandioca recomendada pela Embrapa e adotada pelos produtores. Atualmente pode ser encontrada também em 18 municípios do Estado de Sergipe.

Vídeodocumentário
Durante a produção do vídeo, três viagens foram realizadas pelas jornalistas do Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO) com a Quaresma Produções, empresa terceirizada via licitação, em agosto de 2012 e em agosto e dezembro de 2014. Somente em Lagarto, São Domingos e Campos do Brito (SE), foram entrevistados 36 pessoas, entre produtores e técnicos que participaram das pesquisas. Já em Palmas de Monte Alto, Guanambi e Caetité (BA), foram captados 22 depoimentos.
"Com esse vídeo, a Embrapa Mandioca e Fruticultura espera ter conseguido mostrar como parte dos gastos públicos é utilizada em pesquisa agrícola. Este é o protagonismo que a sociedade espera de nós: apresentar soluções para os problemas do campo e contribuir para melhorar a qualidade de vida do agricultor brasileiro", afirma Almeida.
Foram produzidos 20 DVDs que foram posteriormente distribuídos para os parceiros do projeto, incluindo produtores líderes de associações e técnicos de empresas de assistência técnica.
O documentário de 23 minutos está disponível no endereço http://www.projetobiomacaatinga.com.br/ e no canal da Embrapa Mandioca e Fruticultura no YouTube.