Embrapa promove curso de manejo de açaizais nativos em Bagre (PA)
Solução tecnológica recomendada pela Embrapa pode até triplicar a quantidade de frutos colhidos por hectare
O município de Bagre, no arquipélago do Marajó, recebe de 11 a 15 de julho o curso Manejo de Açaizal Nativo, visando o manejo de mínimo impacto de açaizais. A capacitação ocorre no projeto agroextrativista (PAE) Cararuá Grande e é voltada a extencionistas, técnicos e lideranças extrativistas.
Bagre é o sexto município do Marajó a receber a capacitação que integra o projeto Bem Diverso, uma parceria entre a Embrapa e o Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento (PNUD). Com recursos de doação do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), o Bem Diverso tem como principal objetivo conservar a biodiversidade brasileira e gerar renda para comunidades tradicionais e agricultores familiares.
O manejo de açaizal nativo é uma tecnologia recomendada pela Embrapa que busca estabelecer uma proporção adequada entre a quantidade de pés de açaí e de outras espécies florestais numa mesma área, segundo o engenheiro florestal da Embrapa Amazônia Oriental, José Leite, um dos responsáveis pela capacitação. "Os objetivos principais são aumentar a produção de frutos de açaí, manter ou aumentar a diversidade florestal da área, ampliar o período de produção de frutos de açaí e reduzir o esforço, além de aumentar a segurança na coleta de frutos", explica Leite.
O curso terá a duração de cinco dias, com aulas teóricas e práticas na floresta de várzea do PAE Cararuá Grande. Integra a parte prática, a demarcação de duas áreas 2.500 m² cada uma, para as práticas de manejo e o inventário florestal em uma dessas áreas. Após o inventário florestal, os participantes decidem sobre quais árvores serão removidas e quais seguirão fazendo companhia aos açaizais. Isto porque, a depender da estrutura da floresta e da densidade das touceiras de açaizeiros, pode ser necessária a eliminação de touceiras ou ainda o plantio de mudas de açaí. Cada etapa é decidida em consenso com os participantes, segundo informou José Leite.
O engenheiro florestal reiterou ainda que a recomendação da Embrapa é que em cada hectare seja mantido uma proporção próxima a 400 touceiras de açaizeiros, 50 palmeiras de outras espécies e 200 árvores. "Dessa forma é possível elevar a produtividade média para até seis toneladas por hectare. Em áreas manejadas de forma inadequada, a média fica em torno de duas toneladas por hectare", afirma Leite. Espera-se então, que além de aumentar a produção de frutos, o manejo de açaizais proporcione a expansão do período de colheita e com isso, aumento da renda das populações extrativistas atingidas pelo projeto.
O curso será realizado em parceria com os escritórios da Emater com o apoio da Secretaria Municipal de Agricultura de Bagre.
Renda e segurança alimentar - O fruto do açaí é transformado em uma bebida que é um item importante na dieta alimentar dos habitantes da região do Marajó. A Mesorregião do Marajó abriga municípios com os menores IDHs do país. Além de aumentar a produção do fruto, que é uma das principais fontes de renda das comunidades extrativistas, o projeto prevê a garantia da segurança alimentar, pois produz mais excedente para venda e consumo e com uma safra estendida.
As atividades do projeto Bem Diverso foram iniciadas em junho de 2016 e já percorreram cinco municípios. Em 2017 a previsão é de realizar as capacitações em quatro municípios, totalizando nove comunidades atendidas no Marajó. O projeto deve seguir até 2019, totalizando três retornos com cursos de atualizações em cada uma das comunidades beneficiadas.
Kelem Cabral (MTb 1981/PA)
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