O abacaxi é explorado no Brasil em cerca de 60.000 hectares, com predominância de minifúndios, onde mais de 80% das propriedades possuem menos de 10 hectares. O abacaxizeiro é a quinta fruteira mais cultivada no País, tendo importante papel social, por gerar emprego e renda no meio rural, tendo as regiões Nordeste e Norte como as principais produtoras. O objetivo principal deste projeto é a introdução, no Estado de Pará, do sistema de Manejo da Produção Integrada (MPI) no cultivo do abacaxizeiro, associado à moderna base de gestão da qualidade na indústria de alimentos, denominado de Análises de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), conforme vem sendo adotado em todo o mundo. O MPI é a garantia da produção de alimentos seguros à saúde do consumidor, associado à elevação da competitividade das empresas rurais, mediante aperfeiçoamento dos processos produtivos, redução dos custos de produção e melhoria da qualidade e segurança dos produtos. O projeto PI de Abacaxi (PI-A) propõe-se a apoiar os agricultores do referido Estado na obtenção de padrões de produção ecologicamente corretos, segundo procedimentos estabelecidos por normas específicas, referentes à Gestão Ambiental e certificação de qualidade. Estima-se que o cultivo do abacaxizeiro tem sido feito às custas da degradação dos recursos naturais, solo e flora nativa. A produção é prejudicada por problemas fitossanitários e deficiência nos tratos culturais, reduzindo sua competitividade, principalmente de exportação. A metodologia será a seguinte: a) criação de um Comitê Gestor Voluntário (CGV/PI-A), que trabalhará em parceria com as instituições co-executoras e colaboradoras; b) coordenação do CGV/PI-A; b.1) implantação das Normas Técnicas Específicas, Grade de Agroquímicos e Cadernos de Campo e de Pós-colheita, em conformidade com a IN-MAPA/20; b.2) no estabelecimento de diretrizes técnicas e normas, de acordo com os preceitos internacionais que tratam da qualidade na produção; b.3) e na instalação do serviço de pós-venda e de gestão ambiental, no âmbito de cada Unidade de Produção, e na emissão de selos de qualidade; c) avaliação da qualidade ambiental do agronegócio abacaxi; d) realização de estudos comparativos "in loco", entre os sistemas de PI e de produção em uso (convencional), envolvendo análises econômicas, de estatística multivariada e qualidade ambiental, em cinco campos de produção, com áreas de 1,0 ha cada; será observado o impacto ambiental dos efeitos dos dois sistemas sobre os recursos naturais; e) criação de um Serviço de Alerta aos Abacaxicultores, visando transferir tecnologia de fácil acesso, referente aos temas: 1- alerta de pragas (pragas e doenças); 2 - emissão de balanço hídrico diário; 3 - banco de dados de informações técnicas de prevenção e controle do uso de agroquímicos; 4 - instruções de uso de Cadernos de Campo e de Pós-colheita e de coletores eletrônicos; 5 - cursos e dias de campo sobre técnicas de PI-A. No primeiro ano será criado o comitê gestor, a implantação das quadras sob o regime de produção do sistema PIF e procedimentos comparativos dos dois sistemas, o treinamento de agricultores e técnicos em MPI, a adoção de Cadernos de Campo e de Pós-colheita, e o acompanhamento do crescimento, desenvolvimento e sanidade das plantas. Nos anos seguintes, além dessas atividades, será feita a avaliação da produção e análises críticas, visando propor possíveis adaptações nas normas, a fim de atender às condições agroecológicas do Pará. A coleta de informação sob forma de diagnóstico, que constitui um dos primeiros passos para a implantação do PIF, já foi efetuada no Estado do Pará por parte da equipe componente deste Projeto.