Fibras, oleaginosas e cereais

SpecFIT impacta precificação do óleo de palma e mercado de commodities

Uma parceria da Embrapa com a empresa FIT criou um equipamento de ressonância magnética nuclear (RMN) comercial para análise de matérias-primas e produtos alimentícios. O SpecFIT tem certificação ISO, AOCS e AOAC e ainda é quase 50% mais barato do que os similares importados. Sua análise é rápida, precisa e segura, não destrói a amostra (no caso de sementes, por exemplo, podem ser selecionadas as que possuem teor de óleo mais alto e maior valor comercial) e não gera resíduo ambiental. Por todas essas vantagens, conquistou o mercado internacional, sendo exportado para Alemanha, Bélgica, Holanda, Colômbia e Malásia. 

A adoção da tecnologia de RMN alterou a precificação do setor de óleo de palma (dendê) na região Norte do Brasil, que passou a ser realizada pelo teor de óleo e não pela massa do fruto, como ocorria anteriormente. A colheita nem sempre é realizada no momento ideal, fato que leva as empresas a receber frutos em diferentes graus de maturação, com diferentes teores de óleo, que podem variar de 9% (cacho verde) a 23% (cacho maduro). “Essa era a única forma de premiar os melhores produtores e promover melhorias na cadeia produtiva”, explica o empresário Roberto Yokoyama, da usina Dendê do Pará S.A. (Denpasa), que beneficia anualmente 90 mil toneladas de dendê. 

O SpecFIT reduziu o tempo de análise de 2 dias para poucos segundos e levou a empresa a ter um ganho de eficiência de 6% – em média – na extração do óleo, além de otimizar o controle de qualidade dos processos de extração. “Apostamos no aparelho de RMN, que proporcionou uma margem de segurança acima de 90%, muito melhor que trabalhar com métodos convencionais nos quais há grandes desvios. Se não tivesse o SpecFIT, faríamos bem menos análises e estaríamos trabalhando às cegas”, acrescenta Yokoyama, que produz dendê em Santa Bárbara do Pará e Santo Antônio do Tauá, PA, com o híbrido BRS Manicoré, desenvolvido pela Embrapa.

Confira nas tabelas abaixo a relação de tecnologias de Fibras, oleaginosas e cereais que geraram impactos sociais, ambientais, institucionais e econômicos.

Impactos das soluções tecnológicas de Fibras, oleaginosas e cereais

Legenda: nd (não definido).
Notas: (1) Participação da Embrapa; (2) Ano do último aprimoramento da tecnologia em adoção; (3) Adoção (quantidade); (4) Impacto ambiental; (5) Impacto institucional; (6) Impacto econômico calculado na tabela Cultivares.
Metodologia: Avaliação dos impactos de tecnologias geradas pela Embrapa - metodologia de referência.

As campeãs de impacto econômico

Cereais de inverno no planejamento forrageiro para ruminantes

Conjunto de cultivares e práticas para garantir a oferta de alimento aos rebanhos ao longo do ano, cruciais para a sustentabilidade das cadeias produtivas do leite e da carne no Sul do Brasil. Em 2020, teve um impacto econômico de mais de R$ 371 milhões, graças ao aumento de produtividade. Saiba mais. Foto: Joseani Antunes

Cultivares de gergelim BRS Seda, BRS Anahí e BRS Morena

As cultivares de gergelim do programa de melhoramento da Embrapa para essa cultura tem gerado soluções tecnológicas para atender as demandas dos mercados interno e externo, com alto rendimento para o produtor. Em 2020, esse conjunto de cultivares gerou um impacto econômico de 52,9 milhões de reais para os produtores brasileiros. Saiba mais: BRS Anahí, BRS Seda e BRS Morena. Foto: Sérgio Cobel da Silva.

Cultivar de soja BRS 7380RR

Lançada em 2015, a cultivar de soja BRS 7380RR é resistente ao herbicida glifosato (RR) e apresenta resistência a diversas raças de nematoides.  Ela foi desenvolvida para as regiões de Goiás, Distrito Federal, Oeste da Bahia, Noroeste de Minas Gerais e Mato Grosso. Em 2020, a adoção da BRS 7380RR proporcionou impacto superior a R$ 22 milhões, com aumento da produtividade e redução de custos. Saiba maisFoto: Fabiano Bastos

Adoção das soluções tecnológicas de Fibras, oleaginosas e cereais

Nota: (1) Ano do último aprimoramento da tecnologia em adoção.

Análise

A amostra de soluções tecnológicas de adoção consolidada somada às tecnologias que tiveram seus impactos avaliados em 2020 trouxeram, além de variedades de cereais, fibras e oleaginosas, o trabalho dos centros de pesquisa relacionados aos sistemas de produção para essas variedades. 

Assim, além da geração de variedades de algodão, soja, sorgo, milho, aveia, cevada, canola, gergelim, arroz, entre outras, a pesquisa da Embrapa fornece subsídios relacionados ao manejo dessas culturas. Esse conjunto de soluções, tecnologias e sistemas de produção alcançou mais de 4,2 milhões de hectares e gerou um impacto econômico estimado na ordem de 566,5 milhões de reais em 2020.

Adoção das soluções tecnológicas da Embrapa relacionadas a fibras e oleaginosas