SpecFIT impacta precificação do óleo de palma e mercado de commodities
Uma parceria da Embrapa com a empresa FIT criou um equipamento de ressonância magnética nuclear (RMN) comercial para análise de matérias-primas e produtos alimentícios. O SpecFIT tem certificação ISO, AOCS e AOAC e ainda é quase 50% mais barato do que os similares importados. Sua análise é rápida, precisa e segura, não destrói a amostra (no caso de sementes, por exemplo, podem ser selecionadas as que possuem teor de óleo mais alto e maior valor comercial) e não gera resíduo ambiental. Por todas essas vantagens, conquistou o mercado internacional, sendo exportado para Alemanha, Bélgica, Holanda, Colômbia e Malásia.
A adoção da tecnologia de RMN alterou a precificação do setor de óleo de palma (dendê) na região Norte do Brasil, que passou a ser realizada pelo teor de óleo e não pela massa do fruto, como ocorria anteriormente. A colheita nem sempre é realizada no momento ideal, fato que leva as empresas a receber frutos em diferentes graus de maturação, com diferentes teores de óleo, que podem variar de 9% (cacho verde) a 23% (cacho maduro). “Essa era a única forma de premiar os melhores produtores e promover melhorias na cadeia produtiva”, explica o empresário Roberto Yokoyama, da usina Dendê do Pará S.A. (Denpasa), que beneficia anualmente 90 mil toneladas de dendê.
A tecnologia de ressonância magnética permite a realização de análises rápidas e não destrutivas de grãos, frutos e sementes. O processo foi tema na Agrotins 2020. Acesse o vídeo com mais informações sobre essa tecnologia. Fotos: Victor Otsuka
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O SpecFIT reduziu o tempo de análise de 2 dias para poucos segundos e levou a empresa a ter um ganho de eficiência de 6% – em média – na extração do óleo, além de otimizar o controle de qualidade dos processos de extração. “Apostamos no aparelho de RMN, que proporcionou uma margem de segurança acima de 90%, muito melhor que trabalhar com métodos convencionais nos quais há grandes desvios. Se não tivesse o SpecFIT, faríamos bem menos análises e estaríamos trabalhando às cegas”, acrescenta Yokoyama, que produz dendê em Santa Bárbara do Pará e Santo Antônio do Tauá, PA, com o híbrido BRS Manicoré, desenvolvido pela Embrapa.
Confira nas tabelas abaixo a relação de tecnologias de Fibras, oleaginosas e cereais que geraram impactos sociais, ambientais, institucionais e econômicos.
Impactos das soluções tecnológicas de Fibras, oleaginosas e cereais
Legenda: nd (não definido).
Notas: (1) Participação da Embrapa; (2) Ano do último aprimoramento da tecnologia em adoção; (3) Adoção (quantidade); (4) Impacto ambiental; (5) Impacto institucional; (6) Impacto econômico calculado na tabela Cultivares.
Metodologia: Avaliação dos impactos de tecnologias geradas pela Embrapa - metodologia de referência.
As campeãs de impacto econômico
Adoção das soluções tecnológicas de Fibras, oleaginosas e cereais
Nota: (1) Ano do último aprimoramento da tecnologia em adoção.
Análise
A amostra de soluções tecnológicas de adoção consolidada somada às tecnologias que tiveram seus impactos avaliados em 2020 trouxeram, além de variedades de cereais, fibras e oleaginosas, o trabalho dos centros de pesquisa relacionados aos sistemas de produção para essas variedades.
Assim, além da geração de variedades de algodão, soja, sorgo, milho, aveia, cevada, canola, gergelim, arroz, entre outras, a pesquisa da Embrapa fornece subsídios relacionados ao manejo dessas culturas. Esse conjunto de soluções, tecnologias e sistemas de produção alcançou mais de 4,2 milhões de hectares e gerou um impacto econômico estimado na ordem de 566,5 milhões de reais em 2020.