Café da Amazônia recebe primeira Denominação de Origem de café canéfora sustentável do mundo
Uma quebra de paradigmas: o reconhecimento da Indicação Geográfica Matas de Rondônia, do tipo Denominação de Origem para cafés Robustas Amazônicos acaba com a definição arcaica de que cafés canéfora, das variedades botânicas robusta e conilon, são de qualidade inferior e que só têm importância como matéria-prima barata para a indústria de solúveis ou blends (misturas). Isso demonstra que os cafés produzidos na Amazônia são sustentáveis e não têm vínculo com a degradação ambiental e a exploração de recursos não renováveis. As áreas cultivadas com café estão estabelecidas há décadas e, a cada dia que passa, mostram maior capacidade de suporte ao desenvolvimento das lavouras. Isso graças à adoção de tecnologias mais eficientes pelos cafeicultores formados por uma agricultura familiar de pequena escala. Esse modelo produtivo, ao incorporar boas práticas agronômicas, tem se mostrado eficiente para conservar a natureza, garantir a qualidade de vida e o desenvolvimento no campo. Os produtores preservam a floresta e trabalham para ampliar a capacidade produtiva de suas áreas, evitando a prática de atividades ambientalmente predatórias e até ilegais para garantir o seu sustento.
A Denominação de Origem Matas de Rondônia é formada por 15 municípios rondonienses. Toda a cadeia produtiva e de transformação pode se organizar para aproveitar, ao máximo, seus benefícios ao agregar valor e conquistar novos mercados. Os cafés Robustas Amazônicos têm sabores e aromas agradáveis, possuem doçura e acidez suaves, corpo aveludado e retrogosto marcante. Têm em sua bebida características que lembram caramelo, castanhas, chocolates, frutas secas e nibs de cacau, e carregam, de forma intrínseca, a história, a preservação ambiental e a marca de sua gente.
Dada a complexidade e importância do processo de reconhecimento da cafeicultura da região Matas de Rondônia, coube à Embrapa documentar e justificar técnica e cientificamente os aspectos que tornam esse café e sua região únicos e merecedores desse selo de origem. A Empresa também subsidiou o pedido de reconhecimento baseado em um trabalho de mais de quatro décadas com a geração e transferência de soluções tecnológicas para a cafeicultura na Amazônia.
Mais informações:
Robustas Amazônicos: aromas, sabores e histórias quem vêm das Matas de Rondônia
Pesquisa fundamenta primeira Indicação Geográfica de café canéfora do mundo
Caféron - Associação dos Produtores de Café de Rondônia
Impactos das soluções tecnológicas de Frutos e castanhas
Legenda: nd (não definido).
Notas: (1) Participação da Embrapa; (2) Ano do último aprimoramento da tecnologia em adoção; (3) Adoção (quantidade); (4) Impacto ambiental; (5) Impacto institucional.
Metodologia: Avaliação dos impactos de tecnologias geradas pela Embrapa - metodologia de referência.
As campeãs de impacto econômico
Adoção das soluções tecnológicas de Frutos e castanhas
Nota: (1) Ano do último aprimoramento da tecnologia em adoção.
Análise
Impactos gerados: R$ 639 milhões
A diversidade da pesquisa da Embrapa pode ser observada na quantidade de soluções tecnológicas adotadas referentes aos frutos e castanhas. Em 2021, as variedades de açaí, amendoim, banana, café, caju, coco, cupuaçu, maracujá e uva foram adotadas em mais de 89 mil hectares e geraram um benefício econômico de mais de R$ 639 milhões. Soluções tecnológicas relacionadas ao manejo de frutos e castanhas foram utilizadas em mais de 193 mil hectares, retornando mais de R$ 326 milhões aos seus adotantes. Foram adotadas também soluções tecnológicas voltadas ao processamento agroindustrial de frutos e castanhas, resultando num impacto econômico de mais de R$ 8 milhões. De modo geral, os impactos econômicos totais obtidos pelos produtores a partir de uma amostra desse tipo de solução tecnológica foram de mais de R$ 973 milhões.
Soluções em 139 milhões ha
A diversidade da pesquisa da Embrapa pode ser observada também na quantidade de soluções tecnológicas adotadas referentes aos frutos e castanhas. Em 2021, tecnologias relacionadas ao manejo de frutos e castanhas foram utilizadas em mais de 193 mil hectares.