12/04/16 |   Agricultura familiar  Produção animal  Segurança alimentar, nutrição e saúde

Diagnóstico indica protocolo para garantia da qualidade do leite no Estado

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Foto: Paulo Lanzetta

Paulo Lanzetta - Diagnóstico vai propor um manual de orientação para procedimentos e atuação à campo dos produtores de leite.

Diagnóstico vai propor um manual de orientação para procedimentos e atuação à campo dos produtores de leite.

 
Região do Vale do Taquari e Passo Fundo são foco de ação conjunta para dificuldades enfrentadas no manejo da ordenha, controle da mastite e manejo nutricional dos rebanhos. Iniciativa servirá de estrutura a ser adotada por produtores de leite no RS.
 
Mais de 300 produtores de leite no Rio Grande do Sul são beneficiados com uma ação de qualidade do leite, após a entrega de resultados de um diagnóstico e de futuras ações que contemplam a bacia leiteira da região do Vale do Taquari e Passo Fundo. As alterações reportadas pelos produtores foram de baixa acidez titulável do leite, ou a chamada alcalinidade elevada. O diagnóstico foi entregue no mês de março, durante o Forum do Leite, na Expodireto 2016, pela Embrapa Clima Temperado, de Pelotas, RS ao Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat). 
 
A partir da entrega desse relatório, o grupo de trabalho do diagnóstico composto por profissionais da Embrapa, Sindilat, Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), dos laboratórios de qualidade do leite da Rede Brasileira de Laboratórios de Controle de Qualidade do Leite (RBQL), Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL), das universidades (Unisinos, Univates e UPF), da multinacional francesa de produtos lácteos, Lactalis, e outros técnicos das indústrias de laticínios gaúchas, concluiu a necessidade da realização de uma ação conjunta controlada ao longo de um tempo, de forma contínua, a cada estação do ano junto as propriedades rurais.
 
Segundo a pesquisadora Maria Edi Ribeiro, o documento entregue ao Sindilat - demanda de diagnóstico proposto pelo próprio Sindicato - permite que os produtores de leite do Estado encontrem à disposição uma estrutura de procedimentos de orientação de atuação à campo, contemplando coleta e análises de amostras de leite. "Temos uma estrutura pronta, que está acordada pelos laboratórios de qualidade do leite, e isso, é algo fundamental para as melhorias no processo produtivo", sinalizou Maria Edi.
 
Ao fazer a entrega oficial do diagnóstico, contendo os resultados e a ações futuras, o chefe geral da Embrapa Clima Temperado, Clenio Pillon, na presença dos parceiros da ação conjunta,  disse: "Esta ação demonstra a união entre os diferentes elos da cadeia produtiva do leite, bem como reforça a elevada capacidade de articulação institucional, comprometimento e competência técnica da Embrapa junto ao setor". A Embrapa Gado de Leite, de Juiz de Fora,MG também fez parte do estudo.
 
Os resultados dessa proposta trazem, além de custos das ações corretivas requeridas, a compensação pelo aumento da rentabilidade na produção primária e no rendimento do processamento, principalmente pelo aumento dos teores de componentes sólidos, associados ao aumento da qualidade da matéria-prima e dos produtos (processabilidade da matéria-prima, vida de prateleira, características sensoriais, entre outros). "Todos esses procedimentos vão permitir maior agregação de valor na cadeia do leite e consequente aumento de sua competitividade", avaliou Maria Edi.
 
Resultados do Diagnóstico
 
O documento reúne dados de ação à campo, realizada em janeiro deste ano, com o objetivo de associar, além das melhorias no processo de produção do leite, propor atividades que amenizem e resolvam dificuldades enfrentadas no manejo da ordenha, controle da mastite e manejo nutricional dos rebanhos. Portanto, o diagnóstico  indica a adoção de protocolos de manejo sanitário dos rebanhos, prioritamente no controle de mastite, em meio aos demais protocolos higiênicos-sanitários de ordenha. Também recomenda o diagnóstico a necessidade de investigar eventuais resíduos de antibióticos no leite produzido, através do uso dos kits de ensaios rápidos à campo, tendo possibilidade de uma empresa fabricante dos kits, doar o material e realizar o treinamento com os produtores de leite. Esse procedimento poderá contribuir ainda para verificar a presença de resíduos sanitizantes (como compostos de cloro) eventualmente presentes. Outra atenção é dada no documento a cada produtor amostrado, cujo leite produzido seja analisado semanalmente, em todos os seus componentes sólidos (gordura, lactose e proteína) simultaneamente aos indicadores sanitários (CCS e CTB). 
 
Além dessas análises recomendadas, o documento propõe também um levantamento do perfil da dieta dos animais ( ração, concentrado, pastagens, silagem, feno e todas as fórmulas de suplementos nutricionais, ou preventivos de doenças, utilizadas no rebanho), por estação do ano.  Será necessária a adoção de protocolos exatos de formulação da dieta conforme elaboração do especialista/consultor para correção de eventuais desvios, através disso, será possível realizar o exame de status metabólico dos animais das propriedades amostradas.
 
Cronologia
 
primeiros dias de janeiro/ 2016 - demanda apresentada pelo Sindilat à Embrapa;
14 e 15 de janeiro/2016 - após definição da estratégia de ação conjunta, a Embrapa iniciou a visita aos produtores, aplicação de questionários para diagnóstico de mastite e orientação de rotina de ordenha;
final de janeiro/2016 - elaboração de documento preliminar com os resultados e orientações técnicas;
fevereiro/2016 - revisão  e avaliação do documento para versão final;
9  de março/2016 - entrega oficial do documento ao Sindilat.
 
 
 
 
 
 

Cristiane Betemps (MTb 7418-RS)
Embrapa Clima Temperado

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