Projeto Bem Diverso leva manejo de açaizais a comunidades do Marajó
Projeto Bem Diverso leva manejo de açaizais a comunidades do Marajó
A Embrapa Amazônia Oriental inicia na segunda-feira (16) uma série de treinamentos em manejo de açaizais no arquipélago do Marajó. Trata-se de uma tecnologia que permite aumentar em até três vezes a produção de frutos por meio do estabelecimento de uma proporção adequada entre açaizeiros e outras espécies florestais numa mesma área.
O primeiro treinamento acontece no Projeto Agroextrativista Ilha dos Macacos, no município de Breves, de segunda (16) a sexta-feira (20) da próxima semana. A capacitação é dirigida a 28 técnicos em extensão rural e lideranças comunitárias, agentes que possam multiplicar a prática do manejo de açaizais na região.
Na semana seguinte, de 23 a 27 de maio, o treinamento será em uma comunidade na Reserva Extrativista (Resex) Terra Grande Pracuúba, no município de São Sebastião da Boa Vista. Ao longo do ano, outros três cursos serão realizados nos municípios de Muaná, Cachoeira do Arari e Melgaço, sempre dirigido a turmas de 28 agentes multiplicadores.
O trabalho faz parte do projeto Bem Diverso, uma parceria entre a Embrapa e o Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento (PNUD), com recursos de doação do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). A iniciativa abrange ações em outros biomas do país e é liderada pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. O principal objetivo é conservar a biodiversidade brasileira e gerar renda para comunidades tradicionais e agricultores familiares.
Tecnologia – Para o coordenador do curso, engenheiro florestal José Leite, além das exposições teóricas, parte fundamental do treinamento será a prática em campo. Na propriedade de um ribeirinho, será demarcada uma área de 2.500 m² para a intervenção de manejo e participantes vão escolher quais espécies serão removidas e quais seguirão fazendo companhia aos açaizais.
"A tecnologia consiste em atingir uma combinação adequada de árvores, açaizeiros e outras palmeiras, de forma bem distribuídas em uma área", afirma Leite. Segundo ele, onde o ribeirinho retirou as outras espécies e deixou somente o açaí, a produção é muito baixa. Uma das razões se deve ao fato de as raízes das palmeiras serem pouco profundas. "Os açaizeiros precisam que outras árvores com raízes mais profundas tragam os nutrientes das camadas que estão mais abaixo no solo. Por isso manter a biodiversidade é fundamental", explica Leite.
A recomendação da Embrapa é que em cada hectare seja mantida uma proporção próxima a 400 touceiras de açaizeiros, 50 palmeiras de outras espécies e 200 árvores. "Dessa forma, é possível elevar a produtividade média para até seis toneladas por hectare. Em áreas manejadas de forma inadequada, a média fica em torno de duas toneladas por hectare", afirma Leite. Além de aumentar a produção de frutos, o manejo de açaizais também proporciona a expansão do período de colheita.
Cronograma - As atividades do projeto Bem Diverso vão se estender até 2019. "A cada ano, as mesmas comunidades receberão outra edição do curso para avaliarem as áreas de açaizais que foram manejadas e receber orientações para novas intervenções", afirma o coordenador do projeto na região, pesquisador Raimundo Nonato Teixeira.
O projeto contempla ainda o estudo do comportamento de áreas de açaizais com diferentes graus de intervenção para serem comparadas com as áreas que sofrerão intervenções durante o treinamento. "Serão demarcadas áreas de açaizais que já existem em condições sem manejo e manejadas com baixa, média e alta intensidade para se estabelecer comparações", afirma Nonato.
Vinicius Soares Braga (MTb 12.416/RS)
Embrapa Amazônia Oriental
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