Diretoras do Global Crop Diversity Trust visitam a Embrapa
Diretoras do Global Crop Diversity Trust visitam a Embrapa
A diretora-executiva do Global Crop Diversity Trust, Marie Haga, e a diretora-executiva adjunta, Paula Bramel, se reuniram, nessa quarta-feira (28/08), com o presidente da Embrapa, Maurício Lopes. Eles discutiram a ampliação da participação da empresa no fundo internacional, que tem como missão garantir a conservação e a diversidade de culturas agrícolas em prol da segurança alimentar em nível mundial.
Para Maurício Lopes, no futuro, a variabilidade genética será importante para dar respostas aos sistemas agropecuários cada vez mais intensos e complexos. Ele destacou como temas importantes sobre o assunto o pré-melhoramento e o melhoramento preventivo. Marie Haga citou como possibilidade de parcerias o intercâmbio de material genético de parentes silvestres de espécies cultivadas e o pré-melhoramento de arroz e batata-doce.
No mesmo dia, as diretoras visitaram a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília, DF. O objetivo foi identificar novas áreas para a formação de parcerias com ênfase na conservação e uso sustentável de recursos genéticos de importância para a alimentação.
O Global Crop Diversity Trust foi criado pela FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura e pela Bioversity International e conta com o apoio financeiro de vários países doadores, entre eles o Brasil que doou ao Fundo US$ 30 mil.
Esse dinheiro é aplicado e usado em pesquisas em todo o mundo, com foco principal no resgate e conservação da diversidade genética das culturas agrícolas. O objetivo do Global Trust é buscar e preservar os parentes silvestres das espécies utilizadas na alimentação, que representam a base biológica de toda a agricultura. Além disso, apoia a conservação adequada desse material em bancos genéticos.
O Fundo tem, em seu mandato, o compromisso de conservar todas as culturas de importância para a alimentação, mas entre as que foram definidas como prioritárias, destacam-se: mandioca, banana, arroz, feijão, batata, sorgo, triticale, trigo, fava, feijão, milho, além de hortaliças, frutas e espécies forrageiras.
Além do Brasil, participam como doadores outros 18 países – Austrália, Canadá, Colômbia, Egito, Etiópia, Alemanha, Índia, Irlanda, Itália, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Eslováquia, Espanha, Suécia, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos.
Parcerias com a Embrapa: foco na coleta de espécies silvestres
Com a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, o Fundo apoiou a coleta de espécies silvestres de cevada, mileto, feijão, feijão caupi e amendoim em áreas de características ecogeográficas diferentes, incluindo o semiárido brasileiro. Essas ações resultaram na coleta de 285 acessos, que foram posteriormente caracterizados e conservados pela Unidade.
O Global Trust contribuiu também para a coleta de parentes silvestres de milho, em parceria com a Embrapa Milho e Sorgo e o CIMMYT – Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo, no México, em busca de genes de tolerância à seca.
Diretoras conheceram instalações onde os recursos genéticos são conservados
Na parte da manhã, as diretoras do Fundo Internacional se reuniram com a chefe de P&D da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Taciana Cavalcanti, e os pesquisadores da Unidade: Marília Burle, Arthur Mariante, Clara Goedert, José Francisco Valls, Izulmé Santos, Vânia Azevedo, entre outros.
Elas demonstraram muito interesse em conhecer o processo de coleta, conservação e documentação dos recursos genéticos na Unidade. Por isso, na parte da tarde visitaram o herbário, no qual são conservadas mais de 70 mil amostras de plantas desidratadas a baixas umidades e temperaturas entre 18°C e 20°C.
Depois, visitaram o prédio onde está sendo construído o Banco Genético da Embrapa. Esse novo espaço, a ser inaugurado ainda em 2013, será pioneiro no Brasil, já que vai reunir, em um só local, todas as atividades de conservação de recursos genéticos vegetais, animais e de micro-organismos. O novo prédio vai praticamente quadruplicar a capacidade de armazenamento de sementes, de 250 para 750 mil amostras.
A chefe de P&D da Unidade falou também sobre a nova Plataforma Alelo, que está em fase final de desenvolvimento para organizar e modernizar a documentação de informações sobre recursos genéticos, inclusive com um módulo específico para o TIRFAA - Tratado Internacional sobre Recursos Fitogenéticos para Agricultura e Alimentação.
As diretoras ressaltaram a sua satisfação com o envio de amostras de arroz e milho da Embrapa para o Banco Global de Sementes de Svalbard, na Noruega, em 2012, chamado por elas de backup final. A pesquisadora Marília Burle afirmou que uma nova remessa de feijão e trigo já está sendo preparada para envio ao banco norueguês.
A agenda das diretoras do Global Trust no Brasil se estende até o dia 30 de agosto e inclui reuniões com o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, além de visitas aos Ministérios do Meio Ambiente e das Relações Exteriores.
Fernanda Diniz
Jornalista
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
Fones: (61) 3448-4769 e 3340-3672
E-mail: fernanda.diniz@embrapa.br
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
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