Índios Kaiapós visitam a Embrapa Hortaliças
16/04/10
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Índios Kaiapós visitam a Embrapa Hortaliças
Acompanhados da pesquisadora Terezinha Dias, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF), a visita se insere nas atividades previstas no Projeto Krahô, que visa garantir a segurança alimentar de povos indígenas com o resgate de variedades tradicionais e introdução de novos materiais de interesse desse público.
"A presença dos kaiapós tem o objetivo de identificar hortaliças que podem ser cultivadas nas terras indígenas, ou já foram a base da alimentação da tribo", explicou a pesquisadora, para quem a visita também pode ser traduzida como "parte de um trabalho de fortalecimento cultural da tribo, com o acesso a materiais que já fizeram parte de sua alimentação e que foram substituídos por outros tipos de alimentos". "Viemos conhecer o material que é produzido aqui. Queremos também levar mudas de plantas que não conhecemos e outras que queremos voltar a comer, e que não plantamos mais", conta Bepkaeti, uma das lideranças caiapós.
Conforme o pesquisador Nuno Madeira, a interlocução com os caiapós ainda encontra-se "na fase de namoro". "Este foi o primeiro contato feito com essa nação indígena, mas já sinalizou que tipo de necessidades eles precisam ver atendidas", avaliou o pesquisador, que identifica nessas visitas grandes oportunidades de parcerias relativas à conservação da biodiversidade existente na região através do trabalho de recuperação dos cultivos tradicionais. Além da introdução de novos materiais, como as hortaliças não-convencionais.
As denominadas hortaliças não-convencionais têm distribuição limitada, restrita a determinadas localidades ou regiões, e que exercem significativa influência na alimentação e na cultura de populações tradicionais. De acordo com explicação do pesquisador, que vem trabalhando com esses materiais em comunidades quilombolas, essas hortaliças não estão organizadas na cadeia produtiva, como as espécies convencionais, como batata, tomate, repolho, alface, por exemplo, não despertando o interesse comercial por parte das empresas de sementes e fertilizantes. "A Embrapa avaliou positivamente a importância dessas hortaliças, e prova disso são os bancos de multiplicação desses materiais", ressalta Nuno.
Não foi a primeira vez que a Embrapa Hortaliças recebeu a visita de representantes de tribos indígenas brasileiras. A última, anterior à etnia Kaiapó, foi a dos Apinajé, em outubro de 2008. Da região do Bico do Papagaio, norte de Tocantins, o grupo de 24 índios – tal como os kaiapós - teve acesso a materiais do banco de germoplasma de batata-doce, abóbora e pimenta, e ainda exemplares de raízes e frutos, além de sementes e ramas.
Anelise Macedo (2.749/DF)
Embrapa Hortaliças
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