Projeto de segurança alimentar promove visita de índios Paresís à Embrapa
Projeto de segurança alimentar promove visita de índios Paresís à Embrapa
Representantes de três áreas indígenas da etnia Paresí, do Mato Grosso, participaram na Embrapa Hortaliças (Brasília, DF), no dia 06 de maio último, de mais uma etapa dos "Diálogos agroecológicos sobre conservação e uso de recursos genéticos e segurança alimentar", uma das ações previstas no Projeto de Resgate da Produção de Alimentos, desenvolvido com o apoio da Funai e do CNPq/Projeto Segurança Alimentar/ Unesp/FCA.
A comitiva foi acompanhada por professores da Unesp/ Botucatu, a exemplo do professor Lin Chau Ming, que coordena as atividades do projeto. Segundo ele, a participação da Embrapa tem sido fundamental para o resgate de variedades da alimentação indígena, hoje praticamente extintas, através do conhecimento acerca dos materiais (sementes) coletados para o banco de germoplasma. "A ideia é constituir um celeiro de cultivo desses materiais, muitos dos quais os índios ‘só ouviram falar', e que poderão ser multiplicados e compartilhados com outras etnias", explica o professor. "Trata-se de um trabalho que visa a conservação de recursos genéticos com foco na saúde e na segurança alimentar na terra indígena Paresí", acrescenta.
"Nosso alimento tradicional desapareceu, a nova geração não conhece e queremos fazer alguma coisa pelos moços", anota o cacique Narciso Kazoizase, da aldeia Quatro Cachoeiras, para quem "se não fosse o programa nunca a gente ia ter a esperança em voltar a plantar os alimentos dos nossos ancestrais".
Com relação às hortaliças, e de acordo com o interesse manifestado pelos índios, foram apresentadas as variedades de batata-doce, abóboras (morangas) e pimentas, e as hortaliças tradicionais. "O que a gente precisa do antigamente, pode agora contar com a ajuda de vocês", declarou o cacique Benedito Garcia, da aldeia Paraíso, ao expressar o sentimento do grupo.
Feira de sementes
Um grupo Paresí da aldeia Paraíso vem participando das Feiras de Sementes Kraô, organizadas tecnicamente, desde 1997, pela Embrapa e Funai. A etnia, desde então, com o apoio da Funai e da Unesp/Botucatu, realiza anualmente seus encontros para troca de sementes com outras tribos, visando o fortalecimento da agricultura tradicional.
Anelise Macedo (2.749/DF)
Embrapa Hortaliças
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